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Há 110 anos, a 13 de Agosto de 1899, nascia em Essex Alfred Hitchcock, filho de um vendedor de frutas. Haveria de marcar a história do cinema com quase 60 filmes e centenas de curtas feitas para televisão. Iniciou a sua carreira como colocador de placas para diálogos em filmes mudos aos 21 anos, teve uma ascensão meteórica e tornou-se um dos mais importantes e prestigiados cineastas do século XX. Para isso muito terá contribuído uma educação católica rígida, o seu humor negro e refinado, o seu sarcasmo, e o facto de gostar verdadeiramente de assustar as pessoas.

São conhecidas algumas histórias reais do criador de clássicos como «Janela Indiscreta, «Um Corpo que Cai» e «Os Pássaros» dentro de elevadores. Gostava de ficar no fundo e iniciar diálogos com um amigo imaginário sobre como tinha matado uma mulher e saído imune. As pessoas saíam em pânico.

Hitchcock gostava que os espectadores sofressem o máximo possível, acreditava que quanto mais refinado fosse o «mau da fita», mais interessante seria o filme, gostava de aparecer em todos os seus fimes, nem que fosse num simples anúncio de jornal, e filmava as cenas mais emocionantes em locais emblemáticos.

Os filmes de Alfred Hitchcock inovaram porque mostravam que a maldade não aparecia apenas em actos de violência física, mas principalmente na forma de crueldade psicológica.

De temperamento excêntrico, algumas das belas actrizes que passaram pelos seus filmes sentiram na pele o génio de Hitchcock: Tippi Hedren, que protagonizou «Os Pássaros», sofreu durante cinco longos dias de filmagens - esperava contracenar com aves mecânicas, mas acabou por lidar bem de perto com... pássaros vivos.

Um de suas obras mais envolventes e assustadoras é «Psycho» de 1960. Com a famosa cena do chuveiro, que entrou para a história do cinema, mas nada tem a ver com o resto do filme, o medo de tomar banho generalizou-se. Até entre a protagonista Janet Leigh, que passou dias de frio dentro da banheira para que aquela sequência ficasse perfeita. E ficou.

Hitchcock foi também um dos primeiros cineastas a entender o potencial que a televisão oferecia. Entre 1955 e 1965, apresentou e produziu o programa Alfred Hitchcock Presents. E quem não se lembra daquela música do genérico que ainda hoje grita «suspense»?

Apesar de ter sido várias vezes nomeado para um Óscar, nunca ganhou uma estatueta como realizador. No entanto, cinco de seus filmes entraram na lista dos 100 melhores de todos os tempos e quatro na lista dos 10 melhores filmes de suspense do American Film Institute. Em 1980, apesar de ter optado pela cidadania americana, foi consagrado cavaleiro da rainha, ganhando o título de Sir. Apenas quatro meses depois, em 29 de abril, faleceu em sua casa, em Los Angeles, aos 81 anos de idade.

Fonte: IOL