Paulo Bento com coragem para eliminar a Fiorentina
em papas na língua. Paulo Bento assume que o momento é difícil, mas recusa atirar a toalha ao chão. Na véspera de defrontar a Fiorentina, que pode garantir o acesso à Champions, o treinador do Sporting afirma ter coragem.
Paulo Bento reconheceu ontem, na antevisão ao encontro de logo, em Florença, jogo da segunda mão do play-off de acesso à Liga dos Campeões, que o momento leonino é de muita dificuldade, mas frisou que não será ele a desistir de lutar por um projecto que tem hoje um momento delicado em termos desportivos, depois do empate (2-2) da semana passada, e decisivo do ponto de vista financeiro, pois a qualificação para a fase de grupos garante um encaixe de sete milhões de euros.
"Há um exemplo que dei várias vezes aos jogadores que é o do Titanic. Quando os barcos vão a descer com as mulheres e as crianças, há um homem que se mistura num deles. Criou-me alguma revolta", afirmou, num recado a quem não se mostra à altura do desafio.
Esse não é, garante, o seu caso, recorrendo ao tempo que já leva à frente dos leões. "É nos momentos difíceis que me sinto melhor e uma das coisas que tive ao longo destes quatro anos no Sporting é uma lealdade muito grande com as pessoas e, acima de tudo, uma coragem muito grande para enfrentar alguns momentos. Tenho a certeza que neste, que não sei se é o mais difícil, mas que é, pelo menos, o mais precoce nas dificuldades, há uma coisa que não me vai faltar: coragem", afirmou.
O técnico explicou, depois, o que entende ser necessário para que a sua equipa se coloque numa posição capaz de roubar a Champions à Fiorentina, incidindo o discurso no capítulo mental. "A estrutura mudou muito pouco. Mudou o presidente. O que temos de fazer é desligarmo-nos do que é externo à equipa, concentrarmo-nos no jogo de amanhã (hoje), ter muito claro que o momento é difícil, que as dificuldades se superam, com espírito de luta, entreajuda e inteligência, porque é assim que se ganham as batalhas. O que torna uma equipa e um clube mais forte, num momento como este, é que ninguém se exclua", atirou.
Dentro das quatro linhas, tem clara a ideia do que é necessário para derrotar os italianos. "O que pretendemos é ser fiéis à nossa forma de jogar, ir á procura de dominar o adversário e criar situações de finalização, porque temos de marcar para ganhar. Mas é importante que todos pensemos que temos 90 minutos para ganhar um jogo e que, apesar das dificuldades que vamos encontrar pelo resultado e pela qualidade do adversário, é uma oportunidade que temos - mais uma - para ganhar um jogo e entrar na Champions e é isso que temos de saber aproveitar", frisou, apelando à inteligência dos jogadores na gestão da posse de bola e dos momentos do jogo.
E nem as dificuldades com que se depara em termos de lesões e castigos deixam o técnico menos confiante. É de crer que o técnico aposte no onze mais habitual, recorrendo a Pereirinha para o lugar do castigado Vukcevic e a Yannick Djaló para a posição do lesionado Postiga. A precisar de marcar para passar à fase de grupos da Champions, Saleiro será a única alternativa de ataque com que o técnico conta no banco.
Fonte: JN