Trabalhadores da TAP prevêem cenário dantesco nos dias de greve
Os sindicatos dos trabalhadores da TAP esperam uma greve "histórica" nos dias 28 e 29 de Agosto, 11 e 12 de Setembro, com adesões de mais de 90 por cento.
Sindicatos dos trabalhadores da TAP acusam o Governo de estar a planear utilizar a empresa de handling Portway para assegurar serviços que os grevistas pretendem paralisar nos dias 28 e 29 de Agosto.
"Estamos há dois meses a pedir uma reunião [com a administração] e nem uma resposta tivemos. Enviámos para o Ministério [das Obras Públicas] outro pedido, com conhecimento do gabinete do primeiro-ministro, e só tivemos resposta do primeiro-ministro, quando o ministro nos havia pedido para o contactarmos antes de qualquer greve", explicou André Teies, do sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA).
A falta de diálogo e a manutenção da intenção de venda da Groudforce pela administração da TAP são as questões principais que levaram os cinco sindicatos a marcar uma greve para a próxima sexta-feira e sábado.
A greve, dizem, provocará um cenário "dantesco" nos aeroportos caso se concretize a adesão "histórica" que prevêem, superior a 90 por cento dos trabalhadores.
Os sindicatos acusam ainda o Governo de, através da ANA-Aeroportos de Portugal, planear utilizar a Portway para assegurar o transporte dos passageiros entre o avião e a zona de embarque caso falte pessoal, algo que dizem ir contra a lei da greve.
Os representantes dos trabalhadores afirmam ainda que a administração da TAP, liderada por Fernando Pinto, está a desviar a manutenção dos aviões para o Brasil, para a antiga ex-VEM e agora TAP Brasil, rejeitando a contratação de pessoal qualificado e formado pela empresa.
Ponto assente para os trabalhadores é que para esta greve ser desconvocada o Governo terá de assegurar a criação de um "grupo de trabalho tripartido com sindicatos, Governo e administração da TAP" e "garantir o futuro da Groundforce" e "todos os postos de trabalho".
"Se isto não estiver garantido, não vale a pena falar no resto. Estamos num impasse porque não há vontade para o resolver. Nós estamos a lutar pela viabilidade da empresa", justificou André Teies.
Os quatro dias de greve foram propostos pelos sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), dos Trabalhadores de Aviação e Aeroportos (SITAVA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) e dos Quadros da Aviação Comercial (SQAC).
O pré-aviso de greve contempla paralisações nos dias 28 e 29 de Agosto, e 11 e 12 de Setembro, estando ainda prevista greve ao trabalho suplementar de 28 de Agosto a 30 de Setembro.
Administração está a tratar das questões levantadas pelos sindicatos
O ministro dos Transportes e Obras Públicas disse hoje, quarta-feira, que só intervém excepcionalmente em questões laborais, afirmando que as questões levantadas pelos sindicatos dos trabalhadores da TAP "estão a ser tratadas ao nível da administração" da empresa.
"Eu não tenho por hábito intervir em questões laborais. Só em questões excepcionais. Esta questão está a ser tratada a nível da administração", afirmou Mário Lino, em declarações à Agência Lusa.
Fonte: JN