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A 13ª edição do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa vai exibir 95 filmes no Cinema São Jorge entre 18 e 26 de Setembro, resistindo a um ano de crise económica que levou à redução do orçamento.

Na apresentação do certame do Queer Lisboa 13 em conferência de imprensa, no Cinema São Jorge, o director do festival, João Ferreira, lamentou a falta de apoio de privados para esta edição, o que representou um corte de vinte por cento no orçamento.

Questionado pela Agência Lusa, adiantou que globalmente, ascende a 70 mil euros, menos dez mil do que no ano passado, com um apoio institucional do Instituto do Cinema e Audiovisual da ordem dos 20 mil euros.

"Contava que o festival crescesse em termos de orçamento, mas tal não aconteceu. Os apoios privados falharam muito. Mas o público não vai aperceber-se disso porque o festival vai manter a mesma estrutura e apresentar algumas novidades", explicou.

Entre as novidades estará o Espaço da Memória, organizado pela Associação Cultural Janela Indiscreta, que vai celebrar sete efemérides da cultura queer através de concertos, leituras de poesia, sessões de cinema, conversas com várias personalidades ou desafios ao público, numa programação de Luís Assis.

Outra novidade será a apresentação da exposição "Shocking Pinks", que, segundo sublinhou o curador, João Mourão, "será a primeira exposição de artes plásticas a abordar esta temática do país".

"Ao contrário de outros países, este tipo de arte ainda não está institucionalizada em Portugal", comentou, revelando que sete artistas plásticos vão mostrar trabalhos que incidem não só no âmbito sexual como também dirigidos ao tema da diferença.

Os artistas que participam são Ana-Perez Quiroga, André Alves, Ângelo Ferreira de Sousa, Carla Cruz, Carla Filipe, João Leonardo e Luísa Cunha, e também o Colectivo Calhau.

À semelhança dos anos anteriores, o Queer Lisboa 13 terá três secções competitivas: Prémios de Longa-Metragem (10 filmes a concurso), Documentário (10 filmes) e Curta-Metragem (26 filmes), com valores pecuniários de mil euros para os dois primeiros e 500 euros para o terceiro.

De acordo com a organização, entre os membros do júri vão estar o escritor Richard Zimler, a actriz e encenadora Isabel Medina, o crítico de cinema Boyd van Hoeij, e a programadora Florence Fradelizi.

João Ferreira fez alguns destaques na programação prevista para este ano, nomeadamente o filme "Ander" (Espanha, 2009), de Roberto Castón, "o primeiro filme gay produzido no país basco", e alguns filmes brasileiros, como "O Signo da Cidade" (2007), de Carlos Ricelli, com a participação da actriz Bruna Lombardi, e "Were the World Mine" (EUA 2008), de Tom Gustafson, que será exibido na noite de encerramento do festival.

O festival conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.

Esta apresentação da programação do festival contou ainda com a presença de Miguel Honrado, Presidente do Conselho de Administração da EGEAC, e Albino Cunha, em representação da Associação Cultural Janela Indiscreta.

Fonte: ionline