Portugal tem maior taxa de abandono
Ministra destaca melhoria dos resultados
Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE) Portugal é mesmo o país, entre os 36 envolvidos no estudo, com maior taxa (73%) de abandono após o ensino obrigatório, o que vem justificar a intenção do actual Governo em alargar o período para o 12º ano. Atrás do nosso país está o México, com 67%, enquanto que a Espanha vem em terceiro lugar, com 49%.
«A percentagem da população portuguesa dos 25-34 anos que concluiu pelo menos o ensino secundário atingiu os 44%, contrastando com os 29% observados no início da década, sendo que a média da OCDE situou-se nos 79%», reage o Ministério, aproveitando para dizer que estes dados «demonstram a necessidade de medidas de política, como a da escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade e o reforço do apoio às famílias na educação dos seus filhos, que permitam mais rapidamente aproximar Portugal dos países da OCDE».
A OCDE aproveita o momento para recomendar aos Estados maior investimento no ensino superior para enfrentar a crise económica. «Para sair da crise económica global, mais do que nunca é necessária uma educação universitária maior», afirma o secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría, acrescentando que «investimentos em capital humano contribuirão para a recuperação e permitirão ampliar a capacidade de resposta das instituições».
Quanto a outros factores, regista-se que os professores portugueses passam 752 horas na sala de aulas, o que ainda está muito acima da média (709). Os alunos do primário, por seu lado, passam 889 horas por ano na sala de aulas, enquanto a média é de 790 horas. No ensino básico, há registo de 872 horas de aulas por ano e a média dos países da OCDE é de 966 horas. No que se refere ao investimento, Portugal continua na cauda dos países da OCDE, pois fica-se pelos 6624 dólares anuais por criança (média do pré-escolar ao superior), sendo que a média é de 7840 euros.
A despesa pública em educação como percentagem do PIB foi de 3,7, valor superior à média observada nos países da OCDE (3,5%). A percentagem da despesa corrente atingiu 98,1%, enquanto nos países da OCDE a média situou-se nos 92%. Em Portugal, cerca de 80% das despesas correntes respeitavam a salários. «No topo da carreira os professores portugueses continuam a ser dos mais bem remunerados do espaço da EU e da OCDE», vinca o Ministério da Educação.
O número de alunos matriculados no sistema de ensino cresceu em Portugal. A percentagem de alunos entre os 15-19 anos inscritos no sistema de ensino atingiu os 77%, mais 4 pontos percentuais do que em 2004/05. A média da OCDE situou-se nos 82%. A distância de Portugal para a média dos países da OCDE passou dos 8 pontos percentuais, em 2004/05, para 5 pontos percentuais em 2006/07.
Fonte: IOL