Sporting: vitória sofrida
Em Agosto de 2005, Jorge Costa lançou a sua autobiografia “O Capitão”, obra que passa em revista as 13 épocas que passou como jogador no FC Porto. Agora, enquanto treinador, lidera o Olhanense, uma espécie de mini-FC Porto que ele próprio conduziu de volta à Liga 34 anos depois. Em véspera do Sporting ir ao Dragão, a equipa mais portuense do Algarve foi a Alvalade fazer um mini-clássico e conseguir mostrar o pior e o melhor do “leão” de Paulo Bento.
Dos cinco jogadores emprestados pelo FC Porto – Ventura, Tengarrinha, Castro, Ukra e Rabiola foram todos titulares –, dois deles marcaram em Alvalade. Rabiola fez de ponta-de-lança exemplar e cabeceou entre Abel e Carriço; Castro marcou um dos melhores golos da jornada, com um potente remate fora da área (e ainda atirou outro ao poste). Em ambos, a falta de pressão do Sporting sobre os adversários. Em ambos, uma lição à falta de eficácia de Postiga (falhou três golos de forma incrível) e de pontaria de Djaló e Veloso.
A resposta dos sportinguistas, atónitos com os dois golos sofridos em 19 minutos, só apareceu quando Angulo saiu da equipa e entrou Djaló. Em oito minutos, os “leões” voltaram a empatar a partida, graças a Carriço e a um penálti de Moutinho. Aqui, o árbitro trocou as mãos: com uma tirou quando não marcou penálti de mão de Garcia e deu com a outra, apontando falta ao peito de Anselmo.
Foi em alta que o Sporting recolheu para o intervalo. Ultrapassando os assobios (principalmente a Polga) que o tribunal de Alvalade começou a distribuir quando as coisas começaram a correr mal. Esta é a repetição de um filme tantas vezes visto. Sofrimento de uma equipa que tarda em jogar bem e descontraído.
Foi em Alvalade que o Braga veio marcar três golos (e vencer por 2-3) – em nove jogos oficiais esta temporada, só por duas vezes Rui Patrício não sofreu golos.
O goleador Liedson não acertava com a baliza – esteve por duas vezes perto do golo, mas a bola ora saiu ao lado, ora para uma defesa de Ventura. O homem que marcou cinco golos nos últimos três jogos ficou em branco e delegou o trabalho.
Já sem Postiga em campo, Bento não aguentou tanto desperdício, e com Caicedo, o “leão” chegou ao golo e à quarta vitória consecutiva. O peso e a consistência deste equatoriano foram fundamentais, ganhando o ressalto à entrada da área e deixando a bola para Vukcevic: aqui, valeu a técnica e o pé esquerdo do montenegrino.
A bomba de “Vuk” destruiu o adversário, que caiu a três minutos do final. Mas colocou justiça no marcador. Os 21 remates do Sporting contra 8 do adversário justificaram os três pontos. É a segunda vitória dos “leões” nesta semana por 3-2 (depois do triunfo em Heerenveen) e todas tiradas a ferro. Mas segue viva a equipa de Bento.
Fonte: Público