Bersani para fazer frente a Berlusconi
O Partido Democrático italiano elegeu ontem o antigo ministro Pier Luigi Bersani como líder, depositando neste veterano homem do aparelho as esperanças de relançamento da batalha política do centro-esquerda contra o Governo conservador de Sílvio Berlusconi.
Bersani congratulou-se com o triunfo declarando que os três milhões de votos registados no sufrágio constituem “uma enorme prova de democracia”. “Esta é a vitória de todos”, afirmou, depois de a direcção do PD lhe ter atribuído 52 por cento dos votos com uns 35 por cento de boletins contados.
Os resultados finais só são conhecidos ao final da manhã de hoje, mas o líder interino do partido, Dario Franceschini, deu já como clara a vitória de Bersani e admitiu a sua própria derrota algumas horas apenas após o encerramento das urnas.
Franceschini, católico centrista que chefia o PD desde Fevereiro passado – quando Walter Veltroni abandonou a liderança na sequência da derrota brutal sofrida nas eleições regionais na Sardenha – terá registado uns 34 pontos percentuais. Em terceiro ficou Ignazio Marino, um candidato de fora do aparelho partidário. Um laico que aqui se estreou em lides políticas, Marino surpreendeu com uns 14 por cento dos votos que ultrapassaram mesmo os prognósticos que lhe eram mais favoráveis.
Apesar dos escândalos recentes que mancharam a recta final para esta eleição – sobretudo a demissão de um dos líderes regionais do partido, o governador Piero Marrazzo, envolvido num escândalo de chantagem e de cariz sexual – a participação na escolha do novo secretário-geral do PD ultrapassou as expectativas.
A afluência, que se julgava não passaria os dois milhões e quase alcançou os três milhões, foi tão elevada em algumas circunscrições que se mostrou necessário fotocopiar os boletins de voto para que houvesse suficientes para todos os votantes.
Um estilo próprio
Bersani prometeu prontamente que vai defrontar a direita de Berlusconi apresentando-se como uma “alternativa”, não apenas uma força da oposição. E mais: “Vou ter o meu estilo próprio de liderança, um estilo em que o PD não pode ser o partido de um só homem”, declarou o recém-eleito secretário-geral, numa crítica implícita à condução política de Silvio Berlusconi.
O novo secretário-geral do PD insistiu perante os jornalistas, no quartel-general do partido após o anúncio dos primeiros resultados que lhe davam o triunfo, que “um partido popular tem de ser um colectivo e estar entrincheirado no terreno”. E asseverou que essa será a característica fundamental e definidora do seu trabalho.
Berlusconi tem estado forçado a uma posição defensiva nos últimos meses, devido a uma série de escândalos sexuais – incluindo a participação de acompanhantes de luxo em festas nas suas casas - mas também tendo sofrido algumas derrotas legais, como é o caso da recente perda de imunidade que lhe foi decretada judicialmente. Mas mesmo assim continua a gozar de uma taxa de aprovação na casa dos 44 por cento, de acordo com uma sondagem publicada ontem.
Visto como um próximo do antigo líder do PD e também antigo chefe de Governo Massimo D’Alema, Bersani, de 58 anos, era o candidato mais tradicional da ala esquerda em disputa pela liderança do partido. É também tido como sendo mais aberto do que Franceschini a firmar alianças com outros partidos da oposição, como os centristas católicos da UDC.
De origens modestas, Bersani fez-se membro ainda muito jovem do Partido Comunista e encetou uma carreira política na administração local da sua região, a “vermelha” Emília-Romana, antes de alcançar notoriedade nacional como ministro da Indústria e dos Transportes e, mais recentemente, do Desenvolvimento Económico no Governo liderado por Romano Prodi entre 2006 e 2008. Revelou-se sempre um político aberto às reformas e às privatizações.
Fonte: Público
Bersani congratulou-se com o triunfo declarando que os três milhões de votos registados no sufrágio constituem “uma enorme prova de democracia”. “Esta é a vitória de todos”, afirmou, depois de a direcção do PD lhe ter atribuído 52 por cento dos votos com uns 35 por cento de boletins contados.
Os resultados finais só são conhecidos ao final da manhã de hoje, mas o líder interino do partido, Dario Franceschini, deu já como clara a vitória de Bersani e admitiu a sua própria derrota algumas horas apenas após o encerramento das urnas.
Franceschini, católico centrista que chefia o PD desde Fevereiro passado – quando Walter Veltroni abandonou a liderança na sequência da derrota brutal sofrida nas eleições regionais na Sardenha – terá registado uns 34 pontos percentuais. Em terceiro ficou Ignazio Marino, um candidato de fora do aparelho partidário. Um laico que aqui se estreou em lides políticas, Marino surpreendeu com uns 14 por cento dos votos que ultrapassaram mesmo os prognósticos que lhe eram mais favoráveis.
Apesar dos escândalos recentes que mancharam a recta final para esta eleição – sobretudo a demissão de um dos líderes regionais do partido, o governador Piero Marrazzo, envolvido num escândalo de chantagem e de cariz sexual – a participação na escolha do novo secretário-geral do PD ultrapassou as expectativas.
A afluência, que se julgava não passaria os dois milhões e quase alcançou os três milhões, foi tão elevada em algumas circunscrições que se mostrou necessário fotocopiar os boletins de voto para que houvesse suficientes para todos os votantes.
Um estilo próprio
Bersani prometeu prontamente que vai defrontar a direita de Berlusconi apresentando-se como uma “alternativa”, não apenas uma força da oposição. E mais: “Vou ter o meu estilo próprio de liderança, um estilo em que o PD não pode ser o partido de um só homem”, declarou o recém-eleito secretário-geral, numa crítica implícita à condução política de Silvio Berlusconi.
O novo secretário-geral do PD insistiu perante os jornalistas, no quartel-general do partido após o anúncio dos primeiros resultados que lhe davam o triunfo, que “um partido popular tem de ser um colectivo e estar entrincheirado no terreno”. E asseverou que essa será a característica fundamental e definidora do seu trabalho.
Berlusconi tem estado forçado a uma posição defensiva nos últimos meses, devido a uma série de escândalos sexuais – incluindo a participação de acompanhantes de luxo em festas nas suas casas - mas também tendo sofrido algumas derrotas legais, como é o caso da recente perda de imunidade que lhe foi decretada judicialmente. Mas mesmo assim continua a gozar de uma taxa de aprovação na casa dos 44 por cento, de acordo com uma sondagem publicada ontem.
Visto como um próximo do antigo líder do PD e também antigo chefe de Governo Massimo D’Alema, Bersani, de 58 anos, era o candidato mais tradicional da ala esquerda em disputa pela liderança do partido. É também tido como sendo mais aberto do que Franceschini a firmar alianças com outros partidos da oposição, como os centristas católicos da UDC.
De origens modestas, Bersani fez-se membro ainda muito jovem do Partido Comunista e encetou uma carreira política na administração local da sua região, a “vermelha” Emília-Romana, antes de alcançar notoriedade nacional como ministro da Indústria e dos Transportes e, mais recentemente, do Desenvolvimento Económico no Governo liderado por Romano Prodi entre 2006 e 2008. Revelou-se sempre um político aberto às reformas e às privatizações.
Fonte: Público