Crianças com peso a mais
O estudo da Direcção Geral de Saúde, elaborado através da Plataforma Contra a Obesidade, e conhecido esta sexta-feira, Dia Mundial da Alimentação, analisou 3487 crianças do primeiro ciclo do ensino básico, de 185 escolas, tendo concluído que 32 por cento apresentavam excesso de peso: 18,1 por cento estavam em pré-obesidade e 13,9 por cento podiam mesmo ser consideradas obesas.
Os resultados não surpreendem a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), Alexandra Bento, para quem o último estudo, ao apresentar uma amostra representativa nacional, apenas vem confirmar o que outros trabalhos já indicavam.
As causas são para esta nutricionista, ouvida pelo tvi24.pt, muito evidentes: «As crianças comem mais e mexem-se menos».
E se as famílias estão mais atentas, «nem sempre isso significa que entram em acção» para combater o problema, assegura a presidente da APN, para quem, apesar de tudo, a boa notícia é que «o processo de mudança já está em curso».
O exemplo partiu do Estado, através, designadamente, do «referencial para uma oferta alimentar saudável» e que, não sendo vinculativo, sempre vai indicando o que valorizar ou excluir dos menus escolares.
«Incluir uma peça de fruta nos menus, em detrimento dos bolos» é apenas um exemplo das sugestões.
Alexandra Bento admite que faria sentido criar também um manual de boas práticas para as famílias, mas há exemplos muito simples que podem ser deixados.
Ao enviarem o lanche às crianças: «optem por um sumo de fruta, pão com queijo ou compota; noutro dia iogurte ou bolachas Maria».
O pequeno almoço deve incluir sempre leite, preferencialmente simples, pão e fruta.
Todos os almoços e jantares têm obrigatoriamente de começar com uma sopa de legumes, seguindo-se a carne ou o peixe e farináceos, «tudo em pequena quantidade, já que a sopa já serviu para reconfortar».
Ao alimentar-se de forma saudável e ao mexer-se está a passar aos mais pequenos a mensagem da forma mais eficaz: o exemplo.
E são precisamente os bons exemplos que os «Nutrition Awards» querem premiar. O concurso promovido pela APN com o o apoio do Ministério da Saúde e da Educação, foi apresentado esta sexta-feira, em Lisboa.
Podem concorrer os profissionais de saúde e nutrição, individuais ou colectivos, incluindo hospitais, empresas de restauração e indivíduos ou instituições que se relacionem com o tema nutrição.
O prémio inclui cinco categorias (clínica, saúde pública, inovação, qualidade e segurança alimentar e investigação em ciências da nutrição.
Fonte: IOL