O disco que criou o fenómeno U2
Chega amanhã às lojas a reedição do álbum 'The Unforgettable Fire' que dos U2 fez um caso global. Ainda ontem esgotaram os bilhetes para novo concerto em Coimbra.
Hoje esgotam estádios por todo o mundo. Ainda ontem a segunda data dos U2 para Coimbra, a 3 de Outubro do próximo ano, esgotou em apenas quatro horas. O primeiro concerto, no dia anterior, ficara lotado em sete horas. Se hoje os U2 fazem parte da liga dos maiores grupos da actualidade, muito se deve ao disco editado há 25 anos e que representou uma viragem na sonoridade do grupo. The Unforgettable Fire é o álbum de que aqui se fala e que é amanhã reeditado numa verdadeira edição de luxo.
Brian Eno e Daniel Lanois foram os grandes responsáveis por esta mudança que se deu na carreira dos U2, corria o ano de 1984. Esta parceria manteve-se até ao último disco, No Line On the Horizon, apenas interrompida em dois álbuns: Zooropa (1993, apenas com Eno e Flood) e Pop (1997).
O guitarrista The Edge era grande apreciador dos trabalhos de Brian Eno, um inovador na música electrónica de toada atmosférica. No entanto a escolha deste músico que tinha pertencido aos Roxy Music para a cadeira de produtor do quarto álbum dos U2 não era do agrado do patrão da Island Records, Chris Blackwell. O próprio Brian Eno estava relutante em trabalhar com o grupo: "Nunca tinha trabalhado com aquele tipo de música e não estava completamente convencido que eu seria a pessoa indicada para o fazer", disse Eno recentemente ao site Pitchfork (www.pitchfork.com). Era também desejo da banda mudar de rumo no quarto álbum: Estavam à procura de algo um pouco "mais sério, mais arty", disse em tempos o baixista Adam Clayton. A escolha de Brian Eno e Daniel Lanois revelou-se perfeita para a concretização destes objectivos.
Um mês antes da edição de The Unforgettable Fire os U2 embarcaram na digressão mundial de promoção ao disco. Inicialmente alguns temas revelaram-se difíceis de transpor para o palco devido às características de produção de Eno e Lanois. No entanto foi com esta digressão que o grupo passou de um fenómeno pós-punk de dimensão europeia para um caso com amplitude global, tendo então actuado pela primeira vez, com regularidade, em estádios nos EUA.
O momento em que tudo mudou definitivamente foi, em Julho de 1985, o espectáculo Live Aid. Ainda hoje a actuação do grupo é recordada como uma das mais memoráveis da iniciativa criada para combater a fome na Etiópia. Ali actuaram nomes como os Queen, David Bowie ou Elton John. Apesar dos elogios e estatuto já atingido, os U2 não eram o centro das atenções. Mas enquanto interpretavam a sua versão de 12 minutos de Bad, um dos temas de The Unforgettable Fire, Bono saiu do palco para dançar com uma fã, momento que marcou aquele dia. Contra todas as probabilidades, esta canção sobre o vício em drogas tornou-se num dos temas mais esperados nos concertos dos U2 até aos dias de hoje.
Foi a partir daqui que o grupo se tornou um fenómeno de popularidade mundial. No mesmo ano que a célebre actuação no Live Aid a revista norte-americana Rolling Stone classificava os U2 como "a banda dos anos 80" e chegava mesmo a referir que eram "provavelmente a única banda que interessa".
Apesar da importância que The Unforgettable Fire tem na carreira do grupo, Bono chegou a afirmar que algumas letras das canções do disco "ficaram incompletas". Em concreto, a já referida Bad e Pride (In the Name of Love), o primeiro single do disco (e até hoje um dos maiores sucessos dos U2), foram as canções apontadas pelo vocalista.
A par de The Joshua Tree (1987) e Achtung Baby (1991), The Unforgettable Fire é um dos maiores clássicos do grupo. Sem ele os U2 seriam bem diferentes dos que agora conhecemos.
Fonte: DN
Hoje esgotam estádios por todo o mundo. Ainda ontem a segunda data dos U2 para Coimbra, a 3 de Outubro do próximo ano, esgotou em apenas quatro horas. O primeiro concerto, no dia anterior, ficara lotado em sete horas. Se hoje os U2 fazem parte da liga dos maiores grupos da actualidade, muito se deve ao disco editado há 25 anos e que representou uma viragem na sonoridade do grupo. The Unforgettable Fire é o álbum de que aqui se fala e que é amanhã reeditado numa verdadeira edição de luxo.
Brian Eno e Daniel Lanois foram os grandes responsáveis por esta mudança que se deu na carreira dos U2, corria o ano de 1984. Esta parceria manteve-se até ao último disco, No Line On the Horizon, apenas interrompida em dois álbuns: Zooropa (1993, apenas com Eno e Flood) e Pop (1997).
O guitarrista The Edge era grande apreciador dos trabalhos de Brian Eno, um inovador na música electrónica de toada atmosférica. No entanto a escolha deste músico que tinha pertencido aos Roxy Music para a cadeira de produtor do quarto álbum dos U2 não era do agrado do patrão da Island Records, Chris Blackwell. O próprio Brian Eno estava relutante em trabalhar com o grupo: "Nunca tinha trabalhado com aquele tipo de música e não estava completamente convencido que eu seria a pessoa indicada para o fazer", disse Eno recentemente ao site Pitchfork (www.pitchfork.com). Era também desejo da banda mudar de rumo no quarto álbum: Estavam à procura de algo um pouco "mais sério, mais arty", disse em tempos o baixista Adam Clayton. A escolha de Brian Eno e Daniel Lanois revelou-se perfeita para a concretização destes objectivos.
Um mês antes da edição de The Unforgettable Fire os U2 embarcaram na digressão mundial de promoção ao disco. Inicialmente alguns temas revelaram-se difíceis de transpor para o palco devido às características de produção de Eno e Lanois. No entanto foi com esta digressão que o grupo passou de um fenómeno pós-punk de dimensão europeia para um caso com amplitude global, tendo então actuado pela primeira vez, com regularidade, em estádios nos EUA.
O momento em que tudo mudou definitivamente foi, em Julho de 1985, o espectáculo Live Aid. Ainda hoje a actuação do grupo é recordada como uma das mais memoráveis da iniciativa criada para combater a fome na Etiópia. Ali actuaram nomes como os Queen, David Bowie ou Elton John. Apesar dos elogios e estatuto já atingido, os U2 não eram o centro das atenções. Mas enquanto interpretavam a sua versão de 12 minutos de Bad, um dos temas de The Unforgettable Fire, Bono saiu do palco para dançar com uma fã, momento que marcou aquele dia. Contra todas as probabilidades, esta canção sobre o vício em drogas tornou-se num dos temas mais esperados nos concertos dos U2 até aos dias de hoje.
Foi a partir daqui que o grupo se tornou um fenómeno de popularidade mundial. No mesmo ano que a célebre actuação no Live Aid a revista norte-americana Rolling Stone classificava os U2 como "a banda dos anos 80" e chegava mesmo a referir que eram "provavelmente a única banda que interessa".
Apesar da importância que The Unforgettable Fire tem na carreira do grupo, Bono chegou a afirmar que algumas letras das canções do disco "ficaram incompletas". Em concreto, a já referida Bad e Pride (In the Name of Love), o primeiro single do disco (e até hoje um dos maiores sucessos dos U2), foram as canções apontadas pelo vocalista.
A par de The Joshua Tree (1987) e Achtung Baby (1991), The Unforgettable Fire é um dos maiores clássicos do grupo. Sem ele os U2 seriam bem diferentes dos que agora conhecemos.
Fonte: DN