Pedro Mendes ou Pepe?


Pedro Mendes ou Pepe? A grande questão para o último jogo de Portugal no calendário da qualificação para o Mundial 2010 parece ser essa. Na Luz, Mendes aproveitou a ausência de Pepe, por castigo disciplinar, para dar razão a quem timidamente vinha questionando o facto de não ser chamado à selecção.

No triunfo sobre a Hungria, o médio que saiu do FC Porto para Inglaterra e agora veste camisola escocesa no Rangers, fez uma exibição muito elogiada e que trouxe mais vozes ao debate. Porque cumprido um jogo de suspensão, Pepe reentra no leque de opções do seleccionador nacional, que só não o usou precisamente por causa da sanção disciplinar que afastou o número cinco da equipa lusa. Agora o lugar deve ser entregue a Pedro Mendes, que só à segunda foi incluído na convocatória mas entrou directamente no “onze” inicial após seis anos de ausência? Ou volta-se entregar a posição de “trinco” a um dos centrais titulares do “galáctico” Real Madrid?

“É absolutamente injusto fazer uma apreciação entre o jogador A e o B e nunca ver o A e só ver o B. Nós é que temos a obrigação de acompanhar os jogadores em Portugal e no estrangeiro. Temos um sistema de cobertura que nos permite acompanhar todos os jogadores da selecção nacional, temos os vídeos de todos os jogos e é esse o trabalho que está por detrás. Não é porque de repente nos dá um clique”, começou por dizer o técnico.

Não desfeita a dúvida, acrescentou, contudo, argumentos que podem ser pistas para decifrar o que lhe vai na cabeça. “Não vou anunciar a constituição da equipa”, concluiu o treinador, “mas aquilo que vai ser feito será com base no valor dos jogadores, mas também com a ideia de que é diferente jogar com Suécia ou Dinamarca”.

“Temos de analisar os grandes argumentos do adversário”, neste caso, uma equipa que somou um empate e oito derrotas neste grupo de apuramento, e não tem qualquer golo marcado. “Naturalmente que o estilo de ataque não é o mesmo da Suécia ou Dinamarca. Não é provavelmente no jogo aéreo que está o grande problema de Malta”, prosseguiu Queiroz, vincando depois que “isso obriga algumas vezes a decisões diferentes na constituição da equipa”.

Trocado em miúdos, Queiroz escolheu o jogo aéreo dos nórdicos e uma das especialidades que se atribuem a Pepe, como termo de comparação. “É um exemplo que eu quero dar”, sublinhou. Se o problema não está no jogo aéreo de Malta, Pepe pode muito bem descansar. “Os escolhidos serão aqueles que melhor servirem a estratégia de Portugal para este jogo”, disse ainda Queiroz. E ao insistir que Malta não é do mesmo campeonato das duas selecções escandinavas – que Portugal defrontou com Pepe nos quatro jogos – pareceu reforçar a ideia de que Pedro Mendes pode entrar de início, como fez contra a Hungria, cujos jogadores e estilo de jogo estará muito mais próximo das características do adversário que se apresentará na quarta-feira no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

Outra dúvida é Tiago que, segundo Queiroz, está “fora de hipótese” como titular. O médio que representa a Juventus passou a integrar os treinos depois de uma lesão muscular o ter matido afastado. Mas o próprio jogador já referiu que receia uma recaída. Simão, que bisou frente à Hungria, na Luz, e que lidera a lista dos artilheiros da selecção nesta fase de apuramento, deve por isso, repetir o “onze” inicial. .

Foi precisamente uma recaída que afastou Cristiano Ronaldo da última partida em Lisboa. O substituto foi Nani, forte candidato a aparecer no mesmo fato 4x3x3 que Queiroz parece ter desejo de vestir em Guimarães. “A abertura do nosso ataque será importante se Malta usar a mesma estrutura do primeiro jogo”, disse o seleccionador na última conferência de imprensa antes do desafio (19h45). E, lembrando que Portugal já tropeçou uma vez com Malta em casa, fez questão de lembrar que o objectivo de adversários como este é “atrapalhar os favoritos”.


Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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