Sporting deixa escapar vitória
Um Sporting de duas caras não conseguiu melhor do que a divisão de pontos em Guimarães (1-1), concluindo a oitava jornada a dez pontos do Benfica, a sua pior posição desde há 13 anos. Um belíssimo pontapé de Rui Miguel, já em tempo de descontos, impediu a vitória leonina e repôs alguma justiça no resultado, num jogo em que o Sporting teve uma primeira parte penosa e em que o Guimarães mereceu algo mais.
Os jornalistas que acompanham os jogos do Sporting licenciaram-se em exibições más, doutoraram-se em exibições horripilantes e tornaram-se catedráticos em exibições nefastas, dominadas por factores laterais e casuísticos. Hoje em Guimarães, durante 45 minutos, foi mais do mesmo: uma equipa leonina que nos irrita, nos dá sono, nos engana e quase nos mata de tédio. Sem margem para surpresa, nem capacidade de improviso.
Os primeiros 45 minutos foram quase de sentido único, com o Guimarães a mandar e a mostrar um futebol ligado, apesar da dezena de dias que Paulo Sérgio leva à frente da equipa. O desenho variava entre o 4x3x3 e o 4x2x3x1 (quando João Alves se juntava a Flávio Meireles) e funcionava empurrado pela mestria de Nuno Assis, que deu água pela barba a Miguel Veloso e a todos os que lhe apareciam pela frente. Como se não bastasse, Desmarets (esquerda) e Targino (no lado contrário) deixavam à evidência as calamidades de Abel e Grimi, laterais sem lugar numa equipa que verdadeiramente lutasse pelo título.
As camisolas deste Sporting já não intimidam ninguém, mas ainda podem ter ajudado a que Olegário Benquerença tivesse fechado os olhos a um penálti a favor do Guimarães, por rasteira de Vukcevic a João Alves. Antes, Douglas já tinha atirado ao lado de “bicicleta” e Moreno testara Rui Patrício de livre. Depois, Nuno Assis tentou a sorte de meia-distância e João Alves viu um remate sair à figura. O Sporting só se mostrou num golo (bem) anulado a Caicedo, em fora-de-jogo, e num remate de Matías Fernández.
Na segunda parte, surgiu o plano alternativo de Paulo Bento. Saiu Grimi e entrou Pereirinha. Miguel Veloso passou para lateral e João Moutinho assumiu a posição seis. As melhoras foram imediatas. E a pergunta que se impõe é por que não começa logo assim o Sporting. Porque Veloso não gosta de ser defesa? Então, alguém precisa de lhe explicar que a jogar a “trinco” daquela maneira não arranja lugar em nenhuma equipa de jeito.
A substituição e as trocas tiveram um efeito balsâmico e o Sporting deixou de ser uma equipa mal cosida e passou a mostrar alguma capacidade intimidatória, ganhando em velocidade de processos com a nova colocação de Moutinho, enquanto Matías Fernández assumia a batuta. O Guimarães continuava a tentar, mas o seu jogo tinha perdido fluidez, sentindo dificuldades na defesa. Foi o que aconteceu aos 82’, quando os centrais foram pouco lestos e deixaram que Liedson ganhasse a bola e assistisse para o golo de Matías Fernández. Reclamou-se fora-de-jogo, mas sem razão.
Foi a vez de o Guimarães mexer e assumir o 4x4x2, após a entrada de Roberto. Mas quem, já em tempo de descontos, acabaria por repor a igualdade (e alguma verdade ao jogo) foi outro suplente. Rui Miguel aproveitou os poucos minutos em campo para dominar a bola com o peito e rematar imparável, sem deixar a bola cair.
Justíssimo, porque, tudo somado, o Guimarães foi a melhor equipa da noite. O título já é uma miragem para o Sporting.
Fonte: Público
Os primeiros 45 minutos foram quase de sentido único, com o Guimarães a mandar e a mostrar um futebol ligado, apesar da dezena de dias que Paulo Sérgio leva à frente da equipa. O desenho variava entre o 4x3x3 e o 4x2x3x1 (quando João Alves se juntava a Flávio Meireles) e funcionava empurrado pela mestria de Nuno Assis, que deu água pela barba a Miguel Veloso e a todos os que lhe apareciam pela frente. Como se não bastasse, Desmarets (esquerda) e Targino (no lado contrário) deixavam à evidência as calamidades de Abel e Grimi, laterais sem lugar numa equipa que verdadeiramente lutasse pelo título.
As camisolas deste Sporting já não intimidam ninguém, mas ainda podem ter ajudado a que Olegário Benquerença tivesse fechado os olhos a um penálti a favor do Guimarães, por rasteira de Vukcevic a João Alves. Antes, Douglas já tinha atirado ao lado de “bicicleta” e Moreno testara Rui Patrício de livre. Depois, Nuno Assis tentou a sorte de meia-distância e João Alves viu um remate sair à figura. O Sporting só se mostrou num golo (bem) anulado a Caicedo, em fora-de-jogo, e num remate de Matías Fernández.
Na segunda parte, surgiu o plano alternativo de Paulo Bento. Saiu Grimi e entrou Pereirinha. Miguel Veloso passou para lateral e João Moutinho assumiu a posição seis. As melhoras foram imediatas. E a pergunta que se impõe é por que não começa logo assim o Sporting. Porque Veloso não gosta de ser defesa? Então, alguém precisa de lhe explicar que a jogar a “trinco” daquela maneira não arranja lugar em nenhuma equipa de jeito.
A substituição e as trocas tiveram um efeito balsâmico e o Sporting deixou de ser uma equipa mal cosida e passou a mostrar alguma capacidade intimidatória, ganhando em velocidade de processos com a nova colocação de Moutinho, enquanto Matías Fernández assumia a batuta. O Guimarães continuava a tentar, mas o seu jogo tinha perdido fluidez, sentindo dificuldades na defesa. Foi o que aconteceu aos 82’, quando os centrais foram pouco lestos e deixaram que Liedson ganhasse a bola e assistisse para o golo de Matías Fernández. Reclamou-se fora-de-jogo, mas sem razão.
Foi a vez de o Guimarães mexer e assumir o 4x4x2, após a entrada de Roberto. Mas quem, já em tempo de descontos, acabaria por repor a igualdade (e alguma verdade ao jogo) foi outro suplente. Rui Miguel aproveitou os poucos minutos em campo para dominar a bola com o peito e rematar imparável, sem deixar a bola cair.
Justíssimo, porque, tudo somado, o Guimarães foi a melhor equipa da noite. O título já é uma miragem para o Sporting.
Fonte: Público