Sudário volta a ser contestado
Luigi Garlaschelli, professor de Química Orgânica na Universidade de Pavia, usou materiais e técnicas medievais, esfregando um pigmento com traços de ácido num lençol de linho colocado sobre um voluntário que participou ao longo de uma semana na experiência.
De seguida, o pigmento foi envelhecido artificialmente. O cientista aqueceu e lavou o pano, resultando numa imagem desfocada parecida com aquela que existe no sudário conservado na Catedral de Turim, onde se consegue ver o corpo e o rosto de um homem parecido com a habitual representação de Jesus.
"Mostrámos que é possível reproduzir algo com as mesmas características do sudário", disse Garlaschelli, cuja experiência reforça os resultados de testes de carbono-14 feitos em 1988 em laboratórios dos EUA, Suíça e Reino Unido. Nessa altura a data de elaboração do pano foi calculada como tendo ocorrido entre 1260 e 1390.
A Igreja Católica não aponta o sudário como uma relíquia de Jesus Cristo. O Papa João Paulo II, a quem o pano foi oferecido pela ex--casa real italiana, salientou que se trata de "uma questão de fé".
Garlaschelli teve financiamento de uma entidade italiana que promove o ateísmo, mas diz que isso não o influenciou. "Se no futuro a Igreja Católica me quiser apoiar pode contar comigo", disse.
Fonte: Correio da Manhã