Ambiente de Zenica contra Portugal
A selecção da Bósnia-Herzegovina montou uma espécie de cerco à equipa de Portugal para o jogo do tudo ou nada, em Zenica, onde hoje um dos dois países ganhará um lugar no Mundial 2010. Os bósnios agendaram o encontro para um estádio pequeno e com as bancadas muito perto do relvado, esforçaram-se para criar um ambiente quente e prometem atacar como "lobos esfomeados". É o show off, como lhe chamou ontem Carlos Queiroz, estratégia a que Portugal quer responder com futebol de ataque.
Tanto ou mais do que na baliza de Eduardo, a chave do jogo (e da qualificação) poderá estar no lado oposto. Um golo de Portugal obriga a Bósnia a marcar três e pode ajudar a emperrar uma motivada selecção que procura a primeira presença num Mundial. E os futebolistas portugueses, tal como Carlos Queiroz, prometem não se limitar a defender a vantagem de 1-0, conseguida em Lisboa.
"Desde o primeiro minuto, o objectivo será procurar o golo. Temos de buscar a bola, ir para cima deles e fazer o golo que nos interessa para ganhar", disse ontem o seleccionador. E marcar fora até nem é estranho para a selecção portuguesa. Nesta fase de qualificação, Portugal só ficou em branco na Suécia.
Os golos são um grande contributo para bons resultados e também aí Portugal tem um registo interessante. É que, além de ter uma defesa segura (concedeu apenas cinco golos e 14 remates enquadrados na qualificação), a selecção nacional não perde fora em jogos oficiais desde Outubro de 2006, quando saiu derrotada da Polónia por 2-1. Um resultado que em Zenica até será suficiente para obter o passaporte para a África do Sul, já que em caso de empate os golos fora valem a dobrar - teoricamente há ainda a possibilidade de haver prolongamento e desempate por penáltis, caso a Bósnia vença por 1-0.
Veloso a lateral?
Especialista em jogos psicológicos, Miroslav Blazevic tem tentado colocar a pressão sobre Portugal, agitando o fantasma do público e atirando o favoritismo para o lado português. Queiroz desvaloriza este show off e salienta que é dentro do campo que se ganham os jogos. E até chuta a bola da pressão para o lado oposto. "A pressão está toda do lado da Bósnia. Eles vão perceber agora que, jogando em casa, a margem de risco está no limite do erro. Não é possível atacar e conceder espaços sem criar mais oportunidades ao adversário. Temos o resultado a nosso favor", argumentou.
O encontro em Zenica vai merecer uma abordagem diferente em relação ao jogo da Luz. Queiroz deverá regressar ao esquema táctico 4x4x2, impondo algumas alterações no "onze" titular. Miguel Veloso é a opção mais provável para render Duda no lado esquerdo da defesa, até porque acrescenta centímetros para enfrentar o jogo aéreo adversário, sem retirar demasiado fôlego ofensivo a uma equipa que deseja atacar e pode mesmo ser obrigada a fazê-lo, se sofrer um golo. E Tiago é o candidato número um a completar o losango do meio-campo, relegando Nani para o banco. Já Bruno Alves e Deco estão recuperados de lesões.
A lógica manda Portugal conservar a posse de bola, até porque no jogo da Luz os bósnios dominaram esse aspecto (53 por cento). Mas há algo que vai dificultar o jogo mais tecnicista dos portugueses: o relvado. "Vai ser difícil dar um bom espectáculo", admitiu Simão, depois de se ter treinado no Estádio Bolino Polje, onde a relva é alta e irregular.
Há três baixas importantes na Bósnia - o central e "capitão" Spahic (utilizado em dez de 11 jogos possíveis) e os médios-defensivos Muratovic (totalista) e Rahimic (nove em 11) estão suspensos. Uma debilidade defensiva que Portugal pode aproveitar já que a Bósnia, nesta fase de qualificação, só não sofreu golos em Zenica frente à Estónia (7-0). Nos outros quatro jogos (4-1 com Arménia, 2-1 frente à Bélgica, 1-1 com a Turquia e 2-5 ante a Espanha) foi sempre batida. E, no outro extremo, ainda pode somar-se a ausência do criativo Misimovic, que estava ontem em dúvida.
Entre as fraquezas e forças dos dois lados, alguém há-de fazer história: a Bósnia, que se estreia, ou Portugal, que completa uma década seguida em grandes competições.
Fonte: Público
Tanto ou mais do que na baliza de Eduardo, a chave do jogo (e da qualificação) poderá estar no lado oposto. Um golo de Portugal obriga a Bósnia a marcar três e pode ajudar a emperrar uma motivada selecção que procura a primeira presença num Mundial. E os futebolistas portugueses, tal como Carlos Queiroz, prometem não se limitar a defender a vantagem de 1-0, conseguida em Lisboa.
"Desde o primeiro minuto, o objectivo será procurar o golo. Temos de buscar a bola, ir para cima deles e fazer o golo que nos interessa para ganhar", disse ontem o seleccionador. E marcar fora até nem é estranho para a selecção portuguesa. Nesta fase de qualificação, Portugal só ficou em branco na Suécia.
Os golos são um grande contributo para bons resultados e também aí Portugal tem um registo interessante. É que, além de ter uma defesa segura (concedeu apenas cinco golos e 14 remates enquadrados na qualificação), a selecção nacional não perde fora em jogos oficiais desde Outubro de 2006, quando saiu derrotada da Polónia por 2-1. Um resultado que em Zenica até será suficiente para obter o passaporte para a África do Sul, já que em caso de empate os golos fora valem a dobrar - teoricamente há ainda a possibilidade de haver prolongamento e desempate por penáltis, caso a Bósnia vença por 1-0.
Veloso a lateral?
Especialista em jogos psicológicos, Miroslav Blazevic tem tentado colocar a pressão sobre Portugal, agitando o fantasma do público e atirando o favoritismo para o lado português. Queiroz desvaloriza este show off e salienta que é dentro do campo que se ganham os jogos. E até chuta a bola da pressão para o lado oposto. "A pressão está toda do lado da Bósnia. Eles vão perceber agora que, jogando em casa, a margem de risco está no limite do erro. Não é possível atacar e conceder espaços sem criar mais oportunidades ao adversário. Temos o resultado a nosso favor", argumentou.
O encontro em Zenica vai merecer uma abordagem diferente em relação ao jogo da Luz. Queiroz deverá regressar ao esquema táctico 4x4x2, impondo algumas alterações no "onze" titular. Miguel Veloso é a opção mais provável para render Duda no lado esquerdo da defesa, até porque acrescenta centímetros para enfrentar o jogo aéreo adversário, sem retirar demasiado fôlego ofensivo a uma equipa que deseja atacar e pode mesmo ser obrigada a fazê-lo, se sofrer um golo. E Tiago é o candidato número um a completar o losango do meio-campo, relegando Nani para o banco. Já Bruno Alves e Deco estão recuperados de lesões.
A lógica manda Portugal conservar a posse de bola, até porque no jogo da Luz os bósnios dominaram esse aspecto (53 por cento). Mas há algo que vai dificultar o jogo mais tecnicista dos portugueses: o relvado. "Vai ser difícil dar um bom espectáculo", admitiu Simão, depois de se ter treinado no Estádio Bolino Polje, onde a relva é alta e irregular.
Há três baixas importantes na Bósnia - o central e "capitão" Spahic (utilizado em dez de 11 jogos possíveis) e os médios-defensivos Muratovic (totalista) e Rahimic (nove em 11) estão suspensos. Uma debilidade defensiva que Portugal pode aproveitar já que a Bósnia, nesta fase de qualificação, só não sofreu golos em Zenica frente à Estónia (7-0). Nos outros quatro jogos (4-1 com Arménia, 2-1 frente à Bélgica, 1-1 com a Turquia e 2-5 ante a Espanha) foi sempre batida. E, no outro extremo, ainda pode somar-se a ausência do criativo Misimovic, que estava ontem em dúvida.
Entre as fraquezas e forças dos dois lados, alguém há-de fazer história: a Bósnia, que se estreia, ou Portugal, que completa uma década seguida em grandes competições.
Fonte: Público