Irão anuncia 10 centrais nucleares
Num desafio ainda maior à comunidade internacional, o Irão revelou ontem planos para começar a construir – dentro de dois meses – dez novas centrais nucleares, com capacidade para 500 mil centrifugadoras produzirem, anualmente, 250 a 300 toneladas de urânio, informou a agência oficial IRNA.
A ordem para a construção das centrais foi dada à Organização de Energia Atómica do Irão numa reunião presidida pelo chefe de Estado, Mahmoud Ahmadinejad, que invocou a necessidade de fornecer ao país “20.000 megawatts de electricidade nos próximos 20 anos”.
O anúncio coincidiu com um aviso do presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, de que a República Islâmica poderá romper a cooperação com os inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), depois de este organismo da ONU ter exigido o encerramento da central de Fordo (próxima de Qom), cuja existência foi mantida em segredo até Setembro.
O consenso na AIEA e o tom invulgarmente duro da resolução que aprovou na sexta-feira (com o inesperado apoio da Rússia e da China, aliados de Teerão) levam a crer que novas sanções serão inevitáveis, se os iranianos continuarem a ignorar as pressões para suspender o seu programa nuclear.
A primeira central, de Natanz, tem cerca de 8600 centrifugadoras em funcionamento, das quais 4000 estão a enriquecer urânio, segundo a AIEA. Poderá vir a ter 54 mil. A central de Fordo alberga 3000.
A resolução da AIEA ilustra a frustração com a incapacidade de o Irão responder sem ambiguidades a uma proposta para que Moscovo e Paris processem 1200 quilos do seu urânio iraniano pouco enriquecido destinado a um reactor de investigação médica, o que deixaria em stock menos do que a quantidade necessária (uma tonelada) para fabricar uma bomba.
A recusa do Irão é, por um lado, um reflexo de desconfiança em relação ao Ocidente e, por outro, o sinal de que, no regime, há forças que teimam em manter o país isolado. Uma dessas forças é o Corpo de Guardas da Revolução, que agora domina todas as estruturas económicas do país e não quer abdicar dos seus privilégios.
Um Irão sob vigilância não é do interesse dos Pasdaran que, depois da guerra Irão-Iraque (1980-88), consolidaram a sua influência junto do Supremo Líder, ayatollah Ali Khamenei, e de Ahmadinejad – cuja vitória, alegadamente fraudulenta, terão planificado nas recentes eleições de Junho.
A semana passada, a Administração Obama foi, pela primeira vez, contactada por representantes do Movimento Verde, a oposição iraniana que emergiu dos protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. Um deles, o cineasta Mohsen Makhbalmaf, recomendou “sanções inteligentes” visando, especificamente, os Guardas da Revolução.
Fonte: Público
A ordem para a construção das centrais foi dada à Organização de Energia Atómica do Irão numa reunião presidida pelo chefe de Estado, Mahmoud Ahmadinejad, que invocou a necessidade de fornecer ao país “20.000 megawatts de electricidade nos próximos 20 anos”.
O anúncio coincidiu com um aviso do presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, de que a República Islâmica poderá romper a cooperação com os inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), depois de este organismo da ONU ter exigido o encerramento da central de Fordo (próxima de Qom), cuja existência foi mantida em segredo até Setembro.
O consenso na AIEA e o tom invulgarmente duro da resolução que aprovou na sexta-feira (com o inesperado apoio da Rússia e da China, aliados de Teerão) levam a crer que novas sanções serão inevitáveis, se os iranianos continuarem a ignorar as pressões para suspender o seu programa nuclear.
A primeira central, de Natanz, tem cerca de 8600 centrifugadoras em funcionamento, das quais 4000 estão a enriquecer urânio, segundo a AIEA. Poderá vir a ter 54 mil. A central de Fordo alberga 3000.
A resolução da AIEA ilustra a frustração com a incapacidade de o Irão responder sem ambiguidades a uma proposta para que Moscovo e Paris processem 1200 quilos do seu urânio iraniano pouco enriquecido destinado a um reactor de investigação médica, o que deixaria em stock menos do que a quantidade necessária (uma tonelada) para fabricar uma bomba.
A recusa do Irão é, por um lado, um reflexo de desconfiança em relação ao Ocidente e, por outro, o sinal de que, no regime, há forças que teimam em manter o país isolado. Uma dessas forças é o Corpo de Guardas da Revolução, que agora domina todas as estruturas económicas do país e não quer abdicar dos seus privilégios.
Um Irão sob vigilância não é do interesse dos Pasdaran que, depois da guerra Irão-Iraque (1980-88), consolidaram a sua influência junto do Supremo Líder, ayatollah Ali Khamenei, e de Ahmadinejad – cuja vitória, alegadamente fraudulenta, terão planificado nas recentes eleições de Junho.
A semana passada, a Administração Obama foi, pela primeira vez, contactada por representantes do Movimento Verde, a oposição iraniana que emergiu dos protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. Um deles, o cineasta Mohsen Makhbalmaf, recomendou “sanções inteligentes” visando, especificamente, os Guardas da Revolução.
Fonte: Público