Sócrates espera que a justiça funcione


O primeiro-ministro afirmou hoje que o “entristece” o facto de o processo “Face Oculta” envolver o seu “amigo” Amando Vara, a quem reconhece ter telefonado precisamente por ser seu amigo. Sobre o caso, Sócrates disse esperar que o desenvolvimento da investigação do processo “Face Oculta” se faça e que a justiça funcione e que se persiga a corrupção, caso tenha existido.


José Sócrates falava aos jornalistas no final do debate do programa do Governo, na Assembleia da República, depois de confrontado com a notícia do jornal “Sol” segundo a qual, nas escutas telefónicas feitas durante meses a Armando Vara, surgem conversas consigo.


“O que tenho conhecimento sobre o que vem nesse jornal é que eu fiz uma chamada para o dr. Armando Vara. Acontece que faço chamadas para os meus amigos e vou continuar a fazê-las”, respondeu o líder do executivo. Perante a insistência dos jornalistas sobre o significado das suas conversas com o ex-ministro socialista, Sócrates respondeu: “Concerteza que telefonei ao dr. Armando Vara porque é meu amigo e meu camarada. Como sabem este processo entristece-me pelo facto de envolver um amigo meu há tantos anos”.


“Tenho uma relação de há muitos anos com o dr. Armando Vara. Fiz com ele uma carreira política. Por isso este processo é para mim triste”, salientou.





"Que a justiça funcione e se persiga a corrupção"


“O único desejo que um político deve expressar é que a justiça funcione e que se persiga a corrupção, se a houve. Aqueles que devem velar pelo cumprimento da lei, combatendo as ilegalidades e a corrupção, devem agir”, declarou o primeiro-ministro.


Segundo Sócrates, neste momento, “é importante dizer que o poder político apoia as acções judiciais que naturalmente se desenvolvem para fazer aplicar a lei!”.


“E a lei deve ser aplicada doa a quem doer. Espero que a investigação e o desenvolvimento do processo se faça, que a justiça funcione, que quem deve acusar que acuse e quem se deve defender se defenda e que os tribunais julguem”, frisou o primeiro-ministro. José Sócrates manifestou depois o seu “desejo que este processo se desenvolva de acordo com as regras da justiça”.


Questionado sobre se o Governo mantém a confiança em gestores públicos cujos nomes foram apontados no caso - como são os casos da REN e da Refer -, o primeiro-ministro fez questão de realçar que há diferenças entre "estar acusado" e ser "apenas arguido". "Não estão acusados, pois se estivessem acusados seria uma situação diferente. O Governo não mantém confiança em quem está acusado pelo poder judicial, mas neste caso as pessoas são apenas arguidas", sublinhou.






Fonte: Público

POSTED BY Mari
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