As notícias que ninguém deu em 2009
Da 'venda' de políticos (incluindo Obama) a Wall Street à colocação de lixo nuclear e tóxico nas águas da Somália: Project Censored aponta as notícias que os media americanos falharam.
Todos os anos, desde há três décadas, o Project Censored (grupo de investigação sociológica ligado à Universidade de Sonoma, Califórnia) apresenta uma lista de 25 notícias que considera não terem sido objecto de grande cobertura noticiosa durante o ano que passou, principalmente pelos media norte-americanos. Este resultado é obtido a partir de 700 a mil propostas enviadas para o seu site, www.projectcensored.org.
Este ano, a principal dessas notícias é a "venda" dos políticos a Wall Street pelo facto de partidos, candidatos presidenciais ou ao Congresso terem alegadamente recebido, desde 2001, mais de 64 milhões de dólares provenientes de oito empresas "problemáticas", como a Bear Stearns, Goldman Sachs, Lehman Brothers, Merrill Lynch, Morgan Stanley, American International Group, Fannie Mae e Freddie Mac, entre outras.
Algumas das personalidades envolvidas têm responsabilidades na regulação do sector financeiro e mesmo o presidente Barack Obama terá recebido "pelo menos 4,3 milhões de dólares de funcionários destas empresas para financiar a sua campanha presidencial em 2008".
No início deste ano, um conjunto de incentivos governamentais, no valor de milhares de milhões de dólares, "foi inventado para injectar dinheiro na economia, a maioria sob o controlo completamente secreto do sector financeiro" e "ninguém sabe quem recebe aquele dinheiro" ou como ele desaparece.
"A indústria financeira capturou efectivamente o governo", diz Simon Johnson, antigo responsável do Fundo Monetário Internacional.
A segunda principal história assume que as escolas norte-americanas estão agora mais segregadas do que nos anos 50. As minorias são em maior número nas escolas públicas dos Estados Unidos, nomeadamente "os latinos e os negros, os dois maiores grupos de minorias", muito mais do que quando, nos anos 60, se desenvolveram os grandes movimentos de direitos civis para a integração racial.
A colocação de lixo nuclear e tóxico nas águas territoriais da Somália a partir de 1991 está na origem da terceira história e da emergência dos "piratas" somalis. Centenas de barcos de diferentes nações aproveitaram a queda do Governo local, há 18 anos, para ali despejar todo o tipo de lixo tóxico e radioactivo, bem como para se aproveitarem da pesca ilegal, prejudicando a actividade piscatória das populações e provocando o surgimento dos denominados "piratas", criticados pela comunidade internacional mas apoiados pela local.
Outras notícias "censuradas", algumas cuja origem remonta a anos anteriores a 2009, abordam a forma como a Europa bloqueou produtos tóxicos provindos dos Estados Unidos através de medidas de regulação mais exigentes, como Obama renomeou alguns militares de passado duvidoso, como o Equador rejeitou a sua dívida externa, o aproveitamento por empresas estrangeiras da ocupação da Palestina ou o "fiasco" do Banco Mundial na redução de emissões de dióxido de carbono através da venda de créditos previstos no Protocolo de Quioto, antes ainda da cimeira de Copenhaga.
Fonte: DN
Todos os anos, desde há três décadas, o Project Censored (grupo de investigação sociológica ligado à Universidade de Sonoma, Califórnia) apresenta uma lista de 25 notícias que considera não terem sido objecto de grande cobertura noticiosa durante o ano que passou, principalmente pelos media norte-americanos. Este resultado é obtido a partir de 700 a mil propostas enviadas para o seu site, www.projectcensored.org.
Este ano, a principal dessas notícias é a "venda" dos políticos a Wall Street pelo facto de partidos, candidatos presidenciais ou ao Congresso terem alegadamente recebido, desde 2001, mais de 64 milhões de dólares provenientes de oito empresas "problemáticas", como a Bear Stearns, Goldman Sachs, Lehman Brothers, Merrill Lynch, Morgan Stanley, American International Group, Fannie Mae e Freddie Mac, entre outras.
Algumas das personalidades envolvidas têm responsabilidades na regulação do sector financeiro e mesmo o presidente Barack Obama terá recebido "pelo menos 4,3 milhões de dólares de funcionários destas empresas para financiar a sua campanha presidencial em 2008".
No início deste ano, um conjunto de incentivos governamentais, no valor de milhares de milhões de dólares, "foi inventado para injectar dinheiro na economia, a maioria sob o controlo completamente secreto do sector financeiro" e "ninguém sabe quem recebe aquele dinheiro" ou como ele desaparece.
"A indústria financeira capturou efectivamente o governo", diz Simon Johnson, antigo responsável do Fundo Monetário Internacional.
A segunda principal história assume que as escolas norte-americanas estão agora mais segregadas do que nos anos 50. As minorias são em maior número nas escolas públicas dos Estados Unidos, nomeadamente "os latinos e os negros, os dois maiores grupos de minorias", muito mais do que quando, nos anos 60, se desenvolveram os grandes movimentos de direitos civis para a integração racial.
A colocação de lixo nuclear e tóxico nas águas territoriais da Somália a partir de 1991 está na origem da terceira história e da emergência dos "piratas" somalis. Centenas de barcos de diferentes nações aproveitaram a queda do Governo local, há 18 anos, para ali despejar todo o tipo de lixo tóxico e radioactivo, bem como para se aproveitarem da pesca ilegal, prejudicando a actividade piscatória das populações e provocando o surgimento dos denominados "piratas", criticados pela comunidade internacional mas apoiados pela local.
Outras notícias "censuradas", algumas cuja origem remonta a anos anteriores a 2009, abordam a forma como a Europa bloqueou produtos tóxicos provindos dos Estados Unidos através de medidas de regulação mais exigentes, como Obama renomeou alguns militares de passado duvidoso, como o Equador rejeitou a sua dívida externa, o aproveitamento por empresas estrangeiras da ocupação da Palestina ou o "fiasco" do Banco Mundial na redução de emissões de dióxido de carbono através da venda de créditos previstos no Protocolo de Quioto, antes ainda da cimeira de Copenhaga.
Fonte: DN