PortoEventos celebra 10 anos


A celebrar uma década, a Portoeventos é a única produtora de eventos de dimensão nacional sediada no Grande Porto, mas, embora admita desigualdades face às congéneres de Lisboa, recusa o rótulo de "resistente".

Tudo começou em Vilar de Mouros. Há dez anos, Jorge Silva, com a experiência adquirida durante anos como manager dos Táxi e GNR, criava a Portoeventos, produtora que começou por estar ligada à organização do emblemático festival de rock no Alto Minho. Quando, em 2006, o protocolo com a Autarquia minhota terminou e o festival entrou num período de hibernação que perdura até hoje, já a produtora adquirira entretanto um conhecimento do mercado suficiente para expandir a sua actividade.

Hoje, a Portoeventos é uma das maiores empresas do sector e estende a sua actividade a todo o país. A ligação ao Porto e ao Norte do país permanece forte, mas não é por esse motivo que Jorge Silva aponta as dificuldades superiores na captação de investimento publicitário para eventos realizados no Norte.

"Os festivais são o espelho do que se passa a nível nacional. Temos de trabalhar o triplo para conseguirmos apresentar um evento semelhante fora de Lisboa", aponta o director da empresa, enquanto o seu sócio, Jorge Lopes, lamenta que "grandes empresas nacionais sediadas no Norte se recusem a apoiar festivais e concertos aqui realizados".

Da centena de espectáculos já promovidos enquanto responsável máxima ou parceira, a Portoeventos assegurou a vinda a Portugal de nomes como Arcade Fire, Nick Cave, Pixies, Queens Of The Stone Age, Foo Fighters, Joss Stone, The Prodigy, Elvis Costello ou Patti Smith. Para o próximo ano, além dos Gotan Project, confirmados no Coliseu do Porto a 8 de Maio, as atenções estão centradas na próxima edição do Festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia. Os 87 mil espectadores - cinco mil dos quais oriundos de Espanha - da última edição elevaram as expectativas ao máximo, razão pela qual Jorge Lopes não tem dúvida em considerar que "já é o maior festival do Norte do país e com uma margem assinalável de crescimento".

O Marés Vivas é apenas a mais emblemática das várias e regulares colaborações mantidas com a edilidade gaiense, ao abrigo das quais foram promovidos, só nos últimos tempos, espectáculos de Joe Cocker, Peter Murphy ou Emir Kusturica, entre muitos outros. Jorge Silva lamenta que a aposta de Gaia na realização de eventos musicais capazes de atrair multidões "não tenha mais seguidores a nível autárquico", até porque tem absoluta certeza "do elevado retorno, tanto turístico como mediático, do investimento efectuado".

Sem descartar o regresso do Festival de Vilar de Mouros, a Portoeventos há muito que elegeu a diversificação da sua actividade - em Fevereiro, no Teatro Sá da Bandeira, promove a peça infantil "Cinderela" - como requisito para a sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo.

Os directores da produtora portuense não negam que a crise económica "provocou alguma retracção no investimento", mas mostram-se "esperançados na expansão" deste segmento.




Fonte: JN

POSTED BY Joana Vieira
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