Acordo entre professore e sindicatos
Um corrupio por quatro salas, quatro pisos e mais de 14 horas de negociações. Ontem, no Ministério da Educação (ME), foi o tudo por tudo por um acordo, que chegou já durante esta madrugada.
Oito associações sindicais, incluindo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que representa quase 70 por cento da classe, e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), chegaram a acordo com o ministério de Isabel Alçada, em termos que não são ainda totalmente conhecidos.
Depois de quatros anos de conflito aberto com os docentes, que contribuiu para a perda da maioria absoluta do PS nas últimas legislativas, a anunciada trégua na Educação abre caminho para o regresso da paz às escolas. Isso mesmo salientou a ministra da Educação na sua primeira declarações da noite, feita já perto da 1h00 da madrugada.
“Como ministra da Educação estou muito satisfeita e quero assegurar a todos os portugueses que este acordo é um bom acordo. Bom para a Educação, bom para as nossas escolas, bom para os professores e bom para o país”, que representa “um avanço muito importante” para as escolas “que precisam de tranquilidade”.
“Nunca desisti mesmo quando as divergências pareciam inultrapassáveis. A persistência compensou como sempre compensa”, disse ainda.
Escada acima, escada abaixo
Pela primeira vez, o ministério optou por manter sessões simultâneas, embora em salas separadas, com a Fenprof — no 11.º piso —, com a FNE — 12.º piso — e com os 12 sindicatos não federados, agrupados em dois lotes de seis, nos 7.º e 9.º pisos.
Isabel Alçada e o secretário de Estado da Educação, Alexandre Ventura, foram percorrendo as salas: primeiro para entregar as suas propostas (ao todo foram três), depois para recolher as dos sindicatos e depois tudo de novo — para entregar a resposta do ministério e de seguida recolher as posições dos sindicalistas.
Num dia invulgarmente parco em declarações dos dirigentes dos grandes sindicatos — João Dias da Silva, da FNE, não fez mesmo nenhuma —, sabia-se à noite que os sindicatos faziam depender a assinatura de um acordo da garantia, por escrito, de que professores avaliados com “Bom” não seriam travados por mais de três anos na passagem para os 5.º e 7.º escalões de uma carreira que terá dez. Para os professores classificados com “Muito Bom” e “Excelente”, a progressão na carreira não estará dependente da abertura de vagas, um procedimento anual.
40 anos até ao topo
A contingentação de vagas para a progressão na carreira e a existência de quotas para as classificações de mérito são normas que já se encontram em vigor para a função pública. Na proposta que entregou na semana passada aos sindicatos, o ME confirmou que os professores não seriam excepção, mas ontem deixou cair um dos estrangulamentos previstos. A passagem para o 3.º escalão, ao fim oito anos de docência, não ficará limitada pela abertura anual de vagas. Na proposta da semana passada, estipulava-se que, no próximo ano, 20 por cento dos professores nesta situação não poderiam ascender ao escalão seguinte. Se e a proposta dos sindicatos foi acolhida, isto significará que os professores classificados com “Bom” poderão ascender ao topo da carreira ao fim de 40 anos de docência.
Na proposta entregue de manhã, o ME acedeu também em prescindir da realização de uma prova de ingresso na profissão para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados. Por outro lado, os lugares ocupados pelos professores com “Muito Bom” e “Excelente” não serão contabilizados para efeito do preenchimento de vagas. Ou seja, a progressão destes professores, que está garantida independentemente da existência ou não de vagas, não retirará lugares aos docentes classificados apenas com “Bom”. No ano passado, segundo indicou Isabel Alçada, foi dada esta nota a 83 por cento dos professores.
As negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) de 2007 e do modelo de avaliação dos docentes aprovado um ano depois foram iniciadas em Novembro. Logo no início, o Ministério da Educação anunciou o fim da divisão da carreira em duas categorias hierárquicas, professores e titulares, uma das medidas do ECD aprovadas por Maria de Lurdes Rodrigues que foi mais contestada pelos docentes.
Fonte: Público
Oito associações sindicais, incluindo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que representa quase 70 por cento da classe, e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), chegaram a acordo com o ministério de Isabel Alçada, em termos que não são ainda totalmente conhecidos.
Depois de quatros anos de conflito aberto com os docentes, que contribuiu para a perda da maioria absoluta do PS nas últimas legislativas, a anunciada trégua na Educação abre caminho para o regresso da paz às escolas. Isso mesmo salientou a ministra da Educação na sua primeira declarações da noite, feita já perto da 1h00 da madrugada.
“Como ministra da Educação estou muito satisfeita e quero assegurar a todos os portugueses que este acordo é um bom acordo. Bom para a Educação, bom para as nossas escolas, bom para os professores e bom para o país”, que representa “um avanço muito importante” para as escolas “que precisam de tranquilidade”.
“Nunca desisti mesmo quando as divergências pareciam inultrapassáveis. A persistência compensou como sempre compensa”, disse ainda.
Escada acima, escada abaixo
Pela primeira vez, o ministério optou por manter sessões simultâneas, embora em salas separadas, com a Fenprof — no 11.º piso —, com a FNE — 12.º piso — e com os 12 sindicatos não federados, agrupados em dois lotes de seis, nos 7.º e 9.º pisos.
Isabel Alçada e o secretário de Estado da Educação, Alexandre Ventura, foram percorrendo as salas: primeiro para entregar as suas propostas (ao todo foram três), depois para recolher as dos sindicatos e depois tudo de novo — para entregar a resposta do ministério e de seguida recolher as posições dos sindicalistas.
Num dia invulgarmente parco em declarações dos dirigentes dos grandes sindicatos — João Dias da Silva, da FNE, não fez mesmo nenhuma —, sabia-se à noite que os sindicatos faziam depender a assinatura de um acordo da garantia, por escrito, de que professores avaliados com “Bom” não seriam travados por mais de três anos na passagem para os 5.º e 7.º escalões de uma carreira que terá dez. Para os professores classificados com “Muito Bom” e “Excelente”, a progressão na carreira não estará dependente da abertura de vagas, um procedimento anual.
40 anos até ao topo
A contingentação de vagas para a progressão na carreira e a existência de quotas para as classificações de mérito são normas que já se encontram em vigor para a função pública. Na proposta que entregou na semana passada aos sindicatos, o ME confirmou que os professores não seriam excepção, mas ontem deixou cair um dos estrangulamentos previstos. A passagem para o 3.º escalão, ao fim oito anos de docência, não ficará limitada pela abertura anual de vagas. Na proposta da semana passada, estipulava-se que, no próximo ano, 20 por cento dos professores nesta situação não poderiam ascender ao escalão seguinte. Se e a proposta dos sindicatos foi acolhida, isto significará que os professores classificados com “Bom” poderão ascender ao topo da carreira ao fim de 40 anos de docência.
Na proposta entregue de manhã, o ME acedeu também em prescindir da realização de uma prova de ingresso na profissão para os “candidatos” que já tenham leccionado e sido avaliados. Por outro lado, os lugares ocupados pelos professores com “Muito Bom” e “Excelente” não serão contabilizados para efeito do preenchimento de vagas. Ou seja, a progressão destes professores, que está garantida independentemente da existência ou não de vagas, não retirará lugares aos docentes classificados apenas com “Bom”. No ano passado, segundo indicou Isabel Alçada, foi dada esta nota a 83 por cento dos professores.
As negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD) de 2007 e do modelo de avaliação dos docentes aprovado um ano depois foram iniciadas em Novembro. Logo no início, o Ministério da Educação anunciou o fim da divisão da carreira em duas categorias hierárquicas, professores e titulares, uma das medidas do ECD aprovadas por Maria de Lurdes Rodrigues que foi mais contestada pelos docentes.
Fonte: Público