China: Confúcio contra Avatar
O sucesso sem precedentes de "Avatar" na China poderá ser interrompido na sexta-feira, quando a versão do filme em 2D for retirada das salas de cinema e substituída por uma super-produção local sobre a vida de Confúcio.
A alegada decisão das autoridades de limitar a exibição do último filme de James Cameron à versão em 3D, para favorecer a carreira comercial de "Confúcio", foi hoje, segunda-feira, noticiada por vários jornais chineses, no continente e em Hong Kong.
Internautas citados pelo Global Times defendem a concorrência entre os dois filmes, ameaçando "boicotar" a produção chinesa se a versão em 2D de "Avatar" for retirada dos cinemas. Pouco mais de um décimo das salas chinesas podem projectar filmes em 3D.
Estreado dia 04 de Janeiro, "Avatar" está em vias de estabelecer um novo recorde de bilheteira na China e, ao contrário do que aconteceu com "Confúcio", entusiasma também a crítica e a imprensa chinesas.
"'Avatar' chegará facilmente aos 500 milhões de yuan (50 milhões de euros)", disse há dez dias um porta-voz do China Film Group, o organismo estatal que tem o monopólio da importação de filmes.
O actual recorde - 460 milhões de yuan (46 milhões de euros) - foi estabelecido em Dezembro passado por "2012".
"'Confúcio' não consegue impressionar os críticos", disse um jornal chinês segunda-feira.
É o primeiro filme sobre a vida do famoso pensador chinês, dirigido pela realizadora Hu Mei, e com Chow Yun-Fat, protagonista de "O Tigre e o Dragão", e a actriz Zhou Xun nos principais papeis.
A estreia do filme deveria proporcionar um "grande salto em frente" na valorização de Confúcio, impulsionada pela actual liderança chinesa na sua defesa de uma "sociedade harmónica".
Considerado "decadente" durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), Confúcio dá hoje o nome ao instituto encarregue de promover internacionalmente a língua e cultura chinesas.
A comparação com "Avatar" não parece, contudo, muito auspiciosa.
"Se é um teste de popularidade em competição com os valores de Pandora, tenho muitas preocupações acerca de 'Confúcio'", escreveu uma comentadora chinesa, referindo-se ao planeta imaginário onde decorre a acção de "Avatar".
Um artigo publicado hoje no jornal China Daily reconhece que "o Ministério da Propaganda de Pandora conquistou o coração e a mente dos chineses" e aconselha os responsáveis chineses do sector a "enviarem uma delegação" àquele planeta.
Segundo alguns comentadores, a mensagem transmitida pela vitoriosa resistência dos Na'vi, os habitantes de "Pandora", será também potencialmente subversiva, o que não acontecerá com a promoção dos "valores chineses" pretendida pelos autores de "Confúcio".
Fonte: JN
A alegada decisão das autoridades de limitar a exibição do último filme de James Cameron à versão em 3D, para favorecer a carreira comercial de "Confúcio", foi hoje, segunda-feira, noticiada por vários jornais chineses, no continente e em Hong Kong.
Internautas citados pelo Global Times defendem a concorrência entre os dois filmes, ameaçando "boicotar" a produção chinesa se a versão em 2D de "Avatar" for retirada dos cinemas. Pouco mais de um décimo das salas chinesas podem projectar filmes em 3D.
Estreado dia 04 de Janeiro, "Avatar" está em vias de estabelecer um novo recorde de bilheteira na China e, ao contrário do que aconteceu com "Confúcio", entusiasma também a crítica e a imprensa chinesas.
"'Avatar' chegará facilmente aos 500 milhões de yuan (50 milhões de euros)", disse há dez dias um porta-voz do China Film Group, o organismo estatal que tem o monopólio da importação de filmes.
O actual recorde - 460 milhões de yuan (46 milhões de euros) - foi estabelecido em Dezembro passado por "2012".
"'Confúcio' não consegue impressionar os críticos", disse um jornal chinês segunda-feira.
É o primeiro filme sobre a vida do famoso pensador chinês, dirigido pela realizadora Hu Mei, e com Chow Yun-Fat, protagonista de "O Tigre e o Dragão", e a actriz Zhou Xun nos principais papeis.
A estreia do filme deveria proporcionar um "grande salto em frente" na valorização de Confúcio, impulsionada pela actual liderança chinesa na sua defesa de uma "sociedade harmónica".
Considerado "decadente" durante a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), Confúcio dá hoje o nome ao instituto encarregue de promover internacionalmente a língua e cultura chinesas.
A comparação com "Avatar" não parece, contudo, muito auspiciosa.
"Se é um teste de popularidade em competição com os valores de Pandora, tenho muitas preocupações acerca de 'Confúcio'", escreveu uma comentadora chinesa, referindo-se ao planeta imaginário onde decorre a acção de "Avatar".
Um artigo publicado hoje no jornal China Daily reconhece que "o Ministério da Propaganda de Pandora conquistou o coração e a mente dos chineses" e aconselha os responsáveis chineses do sector a "enviarem uma delegação" àquele planeta.
Segundo alguns comentadores, a mensagem transmitida pela vitoriosa resistência dos Na'vi, os habitantes de "Pandora", será também potencialmente subversiva, o que não acontecerá com a promoção dos "valores chineses" pretendida pelos autores de "Confúcio".
Fonte: JN