Sporting derrota Nacional


Um triunfo por 3-2, sobre o Nacional, garantiu ao Sporting reduzir a desvantagem pontual para o FC Porto e somar a sua quinta vitória consecutiva.

Nem um minuto demorou o Sporting a responder ao Nacional, com o golo de Miguel Veloso a anular a ousadia de Ruben Micael, nos dois momentos mais excitantes da primeira parte do jogo de ontem, em Alvalade. Antes e depois mandou o Sporting, justo vencedor de uma partida em que Liedson regressou aos relvados e voltou a resolver.

Ruben Micael foi a Alvalade mostrar-se, ele que é pretendido pelo Sporting. Mas o médio fez mais: mostrou de forma cruel a Hélder Postiga como se marcam golos. O avançado leonino dispôs de três boas ocasiões mas desperdiçou-as todas e ao terceiro desperdício os assobios caíram sobre o relvado e o nome de Liedson (no banco, tal como Matías Fernandez e Vukcevic) foi entoado.

Este é um Sporting à medida de Cortázar, às vezes grande, maior do que o cavalo que monta, outras vezes tão pequeno que cai para dentro do seu próprio sapato. E Carvalhal, habituado a lides menores e a treinar clubes pequenos, parece tão desconfortável dentro do fato de líder dos sportinguistas como o escritor argentino por ter nascido por acaso na Bélgica. Este é um “leão” ainda esquizofrénico, deixado depressivo por Paulo Bento e em recuperação — com 12 pontos de atraso em relação ao líder Sp. Braga.

As quatro vitórias anteriores deram força ao adepto leonino, que festejou o golo do Paços contra o FC Porto, minutos antes do jogo em Alvalade começar. Ficar a seis pontos do campeão depois de uma primeira volta desanimadora fazia já ganhar a noite. Jokanovic disse que este é o melhor Sporting da época e não anda longe da verdade, mas a realidade não está assim tão mascarada.

O Nacional entrou em campo com os mesmo pontos do Sporting. O aviso estava dado: as forças equilibravam-se. Bracali e o ataque estéril dos “leões” pareciam comprovar a tabela classificativa.
De um lado, Ruben Micael, do outro um inspiradíssimo Veloso, a apontar o sétimo golo da época (o primeiro para a Liga) — estranhamente não foi o seu famoso pé esquerdo, mas o direito.

Com tudo empatado, Carvalhal, que deixou a sua mais cara aquisição de fora (Pongolle está lesionado) e se deu ao luxo de ter Matías, Vukcevic e Liedson no banco, recorreu à sua jóia predilecta. E ao minuto 55 mandou levantar Liedson para o estádio entrar em delírio – ao minuto 58 entrou e ao 59 marcou.
O que se seguiu até final foi mais do mesmo: outro golo de Liedson e um festival de substituições de luxo no Sporting (entrou Vukcevic para o lugar de Veloso e Matías a render Izmailov).

Os “leões” iniciaram a segunda volta do campeonato na máxima força, alcançaram a quinta vitória seguida e fazem jus à fama de obterem segundas metades da prova melhores que as primeiras. Nem o golo de Edgar Silva conseguiu estragar a festa graças, muito graças a Rui Patrício, que no jogo 100 fez uma defesa espantosa a evitar o empate.



Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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