"Capadocia" estreia no Fox Crime
"Capadocia", da chancela HBO, estreia amanhã, terça-feira, no Fox Crime. Ficção trata quotidiano de prisão feminina.
Poderia ser um documentário acerca da violência do cárcere para mexicanas condenadas ao cumprimento de pena. Mas não. É uma série da HBO. Crueza, talvez seja o adjectivo que melhor lhe assenta. Chamar-lhe "Prision Break" versão feminina e latina seria redutor.
Arranca amanhã, cerca das 22 horas, no canal carimbado pela Fox com o rótulo de Crime e residente no cabo. O seu nome? "Capadócia". Não foi uma escolha inócua. O título bebeu inspiração na lenda das Amazonas - mulheres guerreiras que habitavam essa mitológica ilha grega. Reminiscência, sem dúvida, pertinente.
Com um elenco de luxo, do qual constam actrizes mexicanas de topo como Ana De La Reguera, Dolores Heredia, ou Cecilia Suarez, e actores como Oscar Olivares, estes dois últimos nomeados para um Emmy, tal como a série na categoria de melhor drama, "Capadocia", que já tem garantida segunda época, segue a linha adoptada pela Fox face à aposta em produções da HBO Latina.
É guerra que versa esta intriga. daquelas que incomodam por serem reais. E o que encaixaria, convencionalmente, num enredo masculino, respira aqui, apenas e só, a capacidade combativa do sexo oposto - tudo menos fraco.
Em "Capadocia" que empresta também o nome ao estabelecimento prisional, palco da acção da trama, "Um lugar sem perdão", como reza o seu "slogan". Porque, sobretudo, não há esperança. Mulheres de aço, não pela sensibilidade, mas pela ausência de escrúpulos. Instintivamente selvagens, há muito lhes furtaram a razão. A única lei pela qual se regem é a da sobrevivência. Acabam, pois, por ser vítimas dos próprios crimes, ou, em certos casos, reféns de injustiças. Todavia, não interessa ser-se culpada ou inocente. Vai dar ao mesmo. Transposto o limbo, todas são visceralmente perigosas. Lutam por territórios, segregadas em grupos: as que mandam, as que obedecem, as poucas a quem restou aptidão para amar.
Esta espécie de microcosmos, ou micro-caos, não deixa de ser uma metáfora, ainda que exponenciada ao limite do inverosímil, da vida. Da humanidade. Porém, só aí mora a inverosimilhança, pois no México, e não só, este retrato não dista assim tanto da verdade. A série aborda ainda o flagelo da corrupção, do narcotráfico. E aí entram homens, mas que nem meros figurantes se comparados às protagonistas. Foi também reservado um espaço à religião, que ali nada redime.
Fonte: JN
Poderia ser um documentário acerca da violência do cárcere para mexicanas condenadas ao cumprimento de pena. Mas não. É uma série da HBO. Crueza, talvez seja o adjectivo que melhor lhe assenta. Chamar-lhe "Prision Break" versão feminina e latina seria redutor.
Arranca amanhã, cerca das 22 horas, no canal carimbado pela Fox com o rótulo de Crime e residente no cabo. O seu nome? "Capadócia". Não foi uma escolha inócua. O título bebeu inspiração na lenda das Amazonas - mulheres guerreiras que habitavam essa mitológica ilha grega. Reminiscência, sem dúvida, pertinente.
Com um elenco de luxo, do qual constam actrizes mexicanas de topo como Ana De La Reguera, Dolores Heredia, ou Cecilia Suarez, e actores como Oscar Olivares, estes dois últimos nomeados para um Emmy, tal como a série na categoria de melhor drama, "Capadocia", que já tem garantida segunda época, segue a linha adoptada pela Fox face à aposta em produções da HBO Latina.
É guerra que versa esta intriga. daquelas que incomodam por serem reais. E o que encaixaria, convencionalmente, num enredo masculino, respira aqui, apenas e só, a capacidade combativa do sexo oposto - tudo menos fraco.
Em "Capadocia" que empresta também o nome ao estabelecimento prisional, palco da acção da trama, "Um lugar sem perdão", como reza o seu "slogan". Porque, sobretudo, não há esperança. Mulheres de aço, não pela sensibilidade, mas pela ausência de escrúpulos. Instintivamente selvagens, há muito lhes furtaram a razão. A única lei pela qual se regem é a da sobrevivência. Acabam, pois, por ser vítimas dos próprios crimes, ou, em certos casos, reféns de injustiças. Todavia, não interessa ser-se culpada ou inocente. Vai dar ao mesmo. Transposto o limbo, todas são visceralmente perigosas. Lutam por territórios, segregadas em grupos: as que mandam, as que obedecem, as poucas a quem restou aptidão para amar.
Esta espécie de microcosmos, ou micro-caos, não deixa de ser uma metáfora, ainda que exponenciada ao limite do inverosímil, da vida. Da humanidade. Porém, só aí mora a inverosimilhança, pois no México, e não só, este retrato não dista assim tanto da verdade. A série aborda ainda o flagelo da corrupção, do narcotráfico. E aí entram homens, mas que nem meros figurantes se comparados às protagonistas. Foi também reservado um espaço à religião, que ali nada redime.
Fonte: JN