Cineclube do Porto sai do "coma"


A nova Direcção do Cineclube do Porto está empenhada em tirar do "coma" aquela que é a associação mais antiga do género no país. Incertezas quanto à sede e uma grande dívida para pagar são os dois grandes problemas da recém-eleita equipa.

Actualmente com apenas 48 associados, o Cineclube do Porto inicia no final deste mês uma campanha de rua que visa, precisamente, angariar sócios. A iniciativa terá lugar em zonas estratégicas da cidade, sobretudo na Baixa, desenvolvendo-se em duas vertentes: será pedido às pessoas que assumam um compromisso simbólico, deixando-se fotografar com o cartaz alusivo à campanha e, por outro lado, que concretizem a sua inscrição no clube.

Assumindo o mesmo lema do site oficial "www.votecineclubedoporto.org", ainda em preparação, a campanha vai estender-se até 15 de Abril, dia em que começa a segunda iniciativa pública organizada pela recém-eleita Direcção do clube. Trata-se da comemoração do 65.º aniversário, que se prolonga por três dias. A ocasião será marcada pelo retomar das sessões de cinema e pela apresentação da nova linha de programação regular, subordinada a uma lógica de sessões duplas de "filmes em conflito", como referiu ao JN José António Cunha, o presidente.

Três salas possíveis

Não sendo possível usar a sala de projecção da sede, o clube tenciona recorrer a uma das salas de cinema da cidade (Passos Manuel, Nun'Álvares e pequeno auditório do Rivoli são as hipóteses mais lógicas), tanto para o aniversário como para as sessões quinzenais previstas para o futuro.

Entre os objectivos imediatos está também a inventariação, em suporte digital, do acervo do clube (além de cerca de 90 filmes em vários suportes, inclui livros, fotografias e cartazes). Por outro lado, a nova Direcção quer recuperar a designação de origem - Clube Português de Cinematografia, mas sem cortar com o nome por que é mais conhecido o clube - para dar à estrutura um carácter mais abrangente.

Em paralelo, há dois grandes problemas para resolver. Um deles é uma dívida de 50 mil euros ao Instituto do Cinema e do Audiovisual (31 mil correspondentes a um subsídio para devolver, montante que está depositado num banco, mais os juros correspondentes). O outro é o impasse sobre obras na sede, sita à Rua do Rosário, num edifício agora nas mãos de oito proprietários. Já foi pedida uma reunião com o presidente da Câmara, Rui Rio, para se tentar encontrar uma solução para o problema.

"Acima de tudo, nós estamos optimistas", refere aquele responsável, sublinhando que a equipa que lidera inclui "gente ligada ao cinema, mas também à economia e às leis". Fundado por Hipólito Duarte em 1945, o clube tinha, em 2005, cerca de 300 sócios.




Fonte: JN

POSTED BY Joana Vieira
POSTED IN ,
DISCUSSION