Nat "King" Cole morreu há 45 anos
Nat "King" Cole morreu há 45 anos, vítima de cancro. Pai da cantora Natalie Cole, era também um grande pianista.
Uma voz cálida e excepcional. Nat "King" Cole, que desapareceu há precisamente 45 anos, tornou-se conhecido do grande público graças a temas como "Unforgettable" ou "Mona Lisa". Mas são os seus dotes como pianista de jazz que o tornam brilhante.
"Tudo o que fez é bom, mas como pianista é extraordinário. Era muito evoluído para a época", sintetiza o especialista em jazz José Duarte.
Nat "King" Cole teve uma brilhante, mas breve, carreira e passou à história como um dos cantores de maior sucesso.
"O que há de mais interessante para se dizer sobre ele é que morreu apreciado como um grande cantor. Mas é preciso também referir que, além disso, era um extraordinário pianista. Esta é uma faceta menos conhecida do público em geral, mas é a mais importante", afirma José Duarte.
"Por isso mesmo é que no meu programa de rádio, 'A menina dança', passo muitas coisas do Nat 'King' Cole. Toco músicas dele a cantar em Inglês e em Castelhano e os temas que interpretou como pianista com o seu trio", acrescenta o professor auxiliar convidado para disciplina de opção livre Jazz na Universidade de Aveiro.
"Enquanto cantor, ele tinha, sem dúvida, um estilo tão definido que nunca ninguém o conseguiu imitar. Abre a boca nas gravações e toda a gente sabe que é ele que está a cantar. Mas, no que respeita a estilos únicos, não está sozinho. Também Charlie Parker, como instrumentista (era pianista e saxofonista), foi inimitável".
E, depois, há a voz. "A própria maneira que ele tinha de cantar solidificou um estilo. E foi esse estilo que o celebrizou. Mesmo a cantar em Castelhano, com aquela pronúncia, era fabuloso. Tinha um 'swing' e uma fraseologia muito peculiares, impossíveis de copiar", sublinha o especialista.
José Duarte destaca, sobretudo, o facto de Nat "King" Cole, como pianista, ter gravado muito acompanhado simplesmente por contrabaixo e guitarra, dispensando a bateria. "Foi assim que a Diana Krall começou a imitá-lo, tal como também começou a imitar outro pianista, o canadiano Oscar Peterson. Ela também começou a tocar em trio, sem baterista".
Por isso, justifica, "é que ressalto a vertente de instrumentista de Nat 'King' Cole. O seu talento está plasmado em peças que são obras-primas, em que se faz acompanhar de outros intérpretes famosos de jazz. Para mim, essas gravações em trio são das melhores de toda a sua discografia. Era um músico muito evoluído para a época".
Talvez por isso, e depois de, em 2002, ter doado a sua colecção de jazz à Universidade de Aveiro, José Duarte não tenha resistido a comprar uma caixa com os CDs em que o pai de Natalie Cole - que recuperou o tema "Unforgettable", num dueto com o pai só possível por meios tecnológicos - surge apenas como pianista, acompanhado pelo seu trio. "É uma colecção muito boa", conclui.
Fonte: JN
Uma voz cálida e excepcional. Nat "King" Cole, que desapareceu há precisamente 45 anos, tornou-se conhecido do grande público graças a temas como "Unforgettable" ou "Mona Lisa". Mas são os seus dotes como pianista de jazz que o tornam brilhante.
"Tudo o que fez é bom, mas como pianista é extraordinário. Era muito evoluído para a época", sintetiza o especialista em jazz José Duarte.
Nat "King" Cole teve uma brilhante, mas breve, carreira e passou à história como um dos cantores de maior sucesso.
"O que há de mais interessante para se dizer sobre ele é que morreu apreciado como um grande cantor. Mas é preciso também referir que, além disso, era um extraordinário pianista. Esta é uma faceta menos conhecida do público em geral, mas é a mais importante", afirma José Duarte.
"Por isso mesmo é que no meu programa de rádio, 'A menina dança', passo muitas coisas do Nat 'King' Cole. Toco músicas dele a cantar em Inglês e em Castelhano e os temas que interpretou como pianista com o seu trio", acrescenta o professor auxiliar convidado para disciplina de opção livre Jazz na Universidade de Aveiro.
"Enquanto cantor, ele tinha, sem dúvida, um estilo tão definido que nunca ninguém o conseguiu imitar. Abre a boca nas gravações e toda a gente sabe que é ele que está a cantar. Mas, no que respeita a estilos únicos, não está sozinho. Também Charlie Parker, como instrumentista (era pianista e saxofonista), foi inimitável".
E, depois, há a voz. "A própria maneira que ele tinha de cantar solidificou um estilo. E foi esse estilo que o celebrizou. Mesmo a cantar em Castelhano, com aquela pronúncia, era fabuloso. Tinha um 'swing' e uma fraseologia muito peculiares, impossíveis de copiar", sublinha o especialista.
José Duarte destaca, sobretudo, o facto de Nat "King" Cole, como pianista, ter gravado muito acompanhado simplesmente por contrabaixo e guitarra, dispensando a bateria. "Foi assim que a Diana Krall começou a imitá-lo, tal como também começou a imitar outro pianista, o canadiano Oscar Peterson. Ela também começou a tocar em trio, sem baterista".
Por isso, justifica, "é que ressalto a vertente de instrumentista de Nat 'King' Cole. O seu talento está plasmado em peças que são obras-primas, em que se faz acompanhar de outros intérpretes famosos de jazz. Para mim, essas gravações em trio são das melhores de toda a sua discografia. Era um músico muito evoluído para a época".
Talvez por isso, e depois de, em 2002, ter doado a sua colecção de jazz à Universidade de Aveiro, José Duarte não tenha resistido a comprar uma caixa com os CDs em que o pai de Natalie Cole - que recuperou o tema "Unforgettable", num dueto com o pai só possível por meios tecnológicos - surge apenas como pianista, acompanhado pelo seu trio. "É uma colecção muito boa", conclui.
Fonte: JN