Portas sugere cortes nos salários dos políticos


O líder do CDS-PP, Paulo Portas, reservou a sua intervenção “política e económica” sobre o Orçamento do Estado para amanhã, mas hoje apontou baterias à “falta de autoridade” de José Sócrates em criticar o endividamento resultante da nova Lei das Finanças Regionais, aprovada por toda a oposição. E lembrou que o Orçamento prevê um aumento de “cinco vezes mais” nos empréstimos a empresas públicas. E fez uma sugestão para dar o exemplo: cortar nos salários dos políticos.

Por uma questão de”autoridade política” para propor um aumento zero em 2010 para os funcionários públicos depois de ter subido os salários em 2,9 por cento em ano eleitoral. “Antes de eleições, fortuna. Depois das eleições, miséria”, ironizou.

Para o fim ficou uma proposta para os políticos “darem o exemplo”: abdicar do 13.º mês. Presidente, primeiro-ministro, ministros, secretários de Estado, deputados, presidentes de câmara... Pode não resolver o problema do défice, são “cinco ou seis milhões de euros”, mas seria um exemplo.

Demagógico? José Sócrates usou a ironia para dizer que “teria o maior gosto” em não se opôr a uma medida desse tipo, dizendo que Portas só o sugeriu por “populismo” para “ganhar um votos”. “Diga isso ao seu ministro das Finanças e ao dr. Francisco Assis”, respondeu Portas, num aparte.

A Lei das Finanças Regionais, a que o PS e o Governo se opõem, foi o tema seguinte. Um diploma despesista, afirmou, e que “dá um sinal negativo” nas medidas de contenção e de controlo das contas públicas. Que o limite de endividamento previsto na lei é este ano de 50 milhões para a Madeira, quando em 2009 “autorizou” 129 milhões, no orçamento e no orçamento rectificativo.

São mais 150 milhões de euros, respondeu Sócrates: 50 milhões no aumento das transferências e mais 50 milhões aos Açores e à Madeira como limites de endividamento. O que significa mais uma décima no défice orçamental.





Fonte: Público

POSTED BY Mari
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