Hoje há Festival da Canção
Realiza-se hoje, sábado, a 46.ª edição do Festival da Canção. Temas inéditos, pouca divulgação das canções e concorrência dos outros canais levam a que o concurso não alcance os mesmos resultados de outros tempos, registados agora por "Ídolos" ou "Operação triunfo".
O público e o júri escolhem esta noite, entre 12 finalistas, o representante português ao Festival da Eurovisão. O espectáculo foi precedido de duas semi-finais e de uma pré-selecção pela internet. Mas mesmo assim não consegue recuperar o estatuto das décadas anteriores. O que falta, então, ao Festival da Canção para ter o mesmo sucesso junto dos espectadores que os mais recentes formatos de talentos musicais?
Na opinião do produtor Tozé Brito, que participou em 12 edições, falta-lhe o "envolvimento emocional" que se consegue com programas que duram várias semanas. "Os concorrentes não actuam em apenas uma noite. São programas feitos para durarem e fidelizarem as audiências. São muito bem pensados e com resultados fortíssimos nos países onde são exibidos".
Já o compositor José Cid entende que nunca poderia ter o mesmo sucesso que um programa como "Ídolos", uma vez que as canções que competem ao Festival são inéditas e não "formatos finais de canções" que se tornaram em êxitos internacionais.
A melhoria de qualidade dos temas é uma das mudanças que este último introduziria no concurso. "Mais vale definir a nossa forma musical. É essa que se tem de vender no Mundo", explica, acrescentando que a sonoridade portuguesa tem de transmitir a "etnia e alma" lusa. Temas populares, mas "não populosos".
"O Festival acabou em 81/82. A partir daí andou-se a arrastar. Foi raro encontrar-se canções como 'Lusitânia Paixão' cantada pela Dulce Pontes", frisa, defendendo que a estação pública, que organiza o evento, deveria encomendar temas a dois ou três compositores nacionais e promover a sua emissão nas rádios.
Visão mais positiva tem Tozé Brito, uma vez que vê o evento como rampa de lançamento de novos talentos musicais. "Dulce Pontes, Sara Tavares, que apesar de ter ganho o 'Chuva de estrelas' só teve projecção depois do Festival, Anabela, que saltou do anonimato para os musicais do (Filipe) La Féria", foram os exemplos apontados.
Este autor lembra ainda que é preciso contextualizar o sucesso anterior do formato. "Os espectadores não tinham escolha, agora compete com as telenovelas. Até aos anos 90 só havia a RTP e o país parava como acontece agora com o futebol. Todos os artistas queriam concorrer porque tinham a audiência de milhões, e garantiam um ano de trabalho".
Fonte: JN
O público e o júri escolhem esta noite, entre 12 finalistas, o representante português ao Festival da Eurovisão. O espectáculo foi precedido de duas semi-finais e de uma pré-selecção pela internet. Mas mesmo assim não consegue recuperar o estatuto das décadas anteriores. O que falta, então, ao Festival da Canção para ter o mesmo sucesso junto dos espectadores que os mais recentes formatos de talentos musicais?
Na opinião do produtor Tozé Brito, que participou em 12 edições, falta-lhe o "envolvimento emocional" que se consegue com programas que duram várias semanas. "Os concorrentes não actuam em apenas uma noite. São programas feitos para durarem e fidelizarem as audiências. São muito bem pensados e com resultados fortíssimos nos países onde são exibidos".
Já o compositor José Cid entende que nunca poderia ter o mesmo sucesso que um programa como "Ídolos", uma vez que as canções que competem ao Festival são inéditas e não "formatos finais de canções" que se tornaram em êxitos internacionais.
A melhoria de qualidade dos temas é uma das mudanças que este último introduziria no concurso. "Mais vale definir a nossa forma musical. É essa que se tem de vender no Mundo", explica, acrescentando que a sonoridade portuguesa tem de transmitir a "etnia e alma" lusa. Temas populares, mas "não populosos".
"O Festival acabou em 81/82. A partir daí andou-se a arrastar. Foi raro encontrar-se canções como 'Lusitânia Paixão' cantada pela Dulce Pontes", frisa, defendendo que a estação pública, que organiza o evento, deveria encomendar temas a dois ou três compositores nacionais e promover a sua emissão nas rádios.
Visão mais positiva tem Tozé Brito, uma vez que vê o evento como rampa de lançamento de novos talentos musicais. "Dulce Pontes, Sara Tavares, que apesar de ter ganho o 'Chuva de estrelas' só teve projecção depois do Festival, Anabela, que saltou do anonimato para os musicais do (Filipe) La Féria", foram os exemplos apontados.
Este autor lembra ainda que é preciso contextualizar o sucesso anterior do formato. "Os espectadores não tinham escolha, agora compete com as telenovelas. Até aos anos 90 só havia a RTP e o país parava como acontece agora com o futebol. Todos os artistas queriam concorrer porque tinham a audiência de milhões, e garantiam um ano de trabalho".
Fonte: JN