Mulheres são discriminadas no mercado de trabalho


O ministro da Presidência disse hoje que a discriminação salarial, a violência de género e o tráfico de seres humanos são os problemas que mais afectam as mulheres, apontando as campanhas de sensibilização da opinião pública como uma solução.

Falando para uma plateia quase exclusivamente feminina, por ocasião da sessão oficial comemorativa do Dia Internacional da Mulher, Pedro Silva Pereira sublinhou que hoje se vive numa “sociedade mais democrática” e “mais justa”, onde há um “reconhecimento dos direitos fundamentais”.

No entanto, reconheceu igualmente que ainda há muito a fazer e apontou que o futuro dos direitos das mulheres passa pelo mundo do trabalho: “A empregabilidade é um problema geral do mundo do trabalho, mas mais especificamente da condição feminina. Ainda há discriminação no acesso ao mercado de trabalho e as mulheres são obrigadas a fazer a conciliação entre a família e o trabalho”, sublinhou o ministro, acrescentando que a discriminação salarial “ainda é uma realidade na sociedade portuguesa”.

Por outro lado, referiu as dificuldades a que está sujeita a maior parte das mulheres migrantes, muitas delas vítimas de redes de tráfico de seres humanos e apontou que a violência de género continua a ser um problema, acrescentando que este é um fenómeno que tem aparecido cada vez mais junto de populações mais jovens. “A resposta é naturalmente campanhas de sensibilização para chamar a atenção para a gravidade do problema e para a matéria dos direitos, no fundo, para uma pedagogia dos direitos das pessoas e, em particular, dos direitos das mulheres e das adolescentes”, defendeu Silva Pereira, em declarações aos jornalistas.

Igualmente presente na cerimónia, o ministro da Economia admitiu que é no sector económico que “provavelmente” mais se sente a discriminação das mulheres, nomeadamente no acesso a alguns postos de trabalho. “Na economia a igualdade de género não tem penetrado da mesma maneira” do que noutros sectores da vida pública, disse Vieira da Silva.

“Essa fragilidade no acesso das mulheres a postos de direcção ou mesmo à capacidade de iniciativa empresarial é algo que empobrece a sociedade. Se metade da sociedade está afastada desse tipo de iniciativas, isso não pode ser um factor positivo, porque quer dizer que estamos a desperdiçar talento, vocações, capacidades que iriam obviamente enriquecer a nossa sociedade e a nossa economia”, defendeu. Já no que diz respeito à solução para contrariar essa tendência, Vieira da Silva admitiu ser “um caminho mais complexo”, acrescentando esperar que as mudanças que se têm verificado no acesso ao ensino superior “venham a conduzir a sucessos” no mercado do trabalho. “Mas temos todos consciência de que é um caminho longo e difícil”, rematou.





Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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