Obama faz última investida
Num derradeiro esforço de lobby, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esteve no Congresso para uma sessão de esclarecimento com os legisladores da maioria democrata que amanhã votam a mais ambiciosa proposta de reforma do funcionamento do sistema de saúde norte-americano.
É o momento da verdade para Obama, que investiu todo o seu capital político na aprovação desta reforma (tentada e nunca conseguida pelos seus antecessores desde Teddy Roosevelt), e também para os democratas do Congresso, que estão em risco de perder a maioria para os republicanos nas eleições intercalares de Novembro próximo.
“Não sei qual será o efeito nas sondagens nem nos cálculos eleitorais”, confessou Obama, num último comício pela reforma na Universidade George Mason, nos arredores de Washington. “Mas sei que este é um momento histórico, e que aprovar esta lei é o mais correcto para a América”, sublinhou.
A proposta em votação esta tarde prevê o alargamento da rede de cuidados de saúde a 95 por cento da população americana, através da obrigatoriedade da compra de seguros de saúde, ou pelos empregadores ou num mercado individual. A reforma estabelece novas regras para a actividade das seguradoras, que, por exemplo, ficarão proibidas de recusar apólices a pessoas com doenças crónicas.
A tarefa do Presidente era convencer alguns dos 39 democratas que em Novembro ficaram ao lado da oposição contra a proposta de reforma redigida pela Câmara de Representantes a mudar o seu sentido de voto. A meio da tarde, ainda havia pelo menos uma dezena de congressistas “indecisos”, segundo a (obsessiva) contagem de espingardas dos media americanos.
Os jornais diziam que a maioria ainda não dispunha do número mágico de 216 votos precisos para aprovar a lei. Mas também diziam que a dinâmica do processo era favorável à “speaker” Nancy Pelosi, que dificilmente teria agendado o debate e votação da lei sem a garantia de que esta passaria. Num sinal positivo na sexta-feira, os democratas rejeitaram por 222 votos uma tentativa dos republicanos de adiar a votação.
Uma “ajuda” preciosa para os democratas veio do Gabinete Orçamental do Congresso, a entidade independente que estuda o impacto orçamental das propostas de lei. O árbitro do Congresso avaliou o custo total da proposta de reforma em 940 mil milhões de dólares nos próximos dez anos, mas a conclusão mais importante foi a de que o plano permitiria uma redução de 138 mil milhões do défice federal no mesmo período (e de 1,2 milhões de milhões de dólares na década seguinte).
Esses números dão cobertura aos chamados “Blue Dogs”, os democratas com preocupações fiscais, para votar a proposta – e depois “vendê-la” aos seus eleitores como a mais ambiciosa tentativa de redução do défice e de controlo dos custos da saúde jamais aprovada pelo Congresso.
Fonte: Público
É o momento da verdade para Obama, que investiu todo o seu capital político na aprovação desta reforma (tentada e nunca conseguida pelos seus antecessores desde Teddy Roosevelt), e também para os democratas do Congresso, que estão em risco de perder a maioria para os republicanos nas eleições intercalares de Novembro próximo.
“Não sei qual será o efeito nas sondagens nem nos cálculos eleitorais”, confessou Obama, num último comício pela reforma na Universidade George Mason, nos arredores de Washington. “Mas sei que este é um momento histórico, e que aprovar esta lei é o mais correcto para a América”, sublinhou.
A proposta em votação esta tarde prevê o alargamento da rede de cuidados de saúde a 95 por cento da população americana, através da obrigatoriedade da compra de seguros de saúde, ou pelos empregadores ou num mercado individual. A reforma estabelece novas regras para a actividade das seguradoras, que, por exemplo, ficarão proibidas de recusar apólices a pessoas com doenças crónicas.
A tarefa do Presidente era convencer alguns dos 39 democratas que em Novembro ficaram ao lado da oposição contra a proposta de reforma redigida pela Câmara de Representantes a mudar o seu sentido de voto. A meio da tarde, ainda havia pelo menos uma dezena de congressistas “indecisos”, segundo a (obsessiva) contagem de espingardas dos media americanos.
Os jornais diziam que a maioria ainda não dispunha do número mágico de 216 votos precisos para aprovar a lei. Mas também diziam que a dinâmica do processo era favorável à “speaker” Nancy Pelosi, que dificilmente teria agendado o debate e votação da lei sem a garantia de que esta passaria. Num sinal positivo na sexta-feira, os democratas rejeitaram por 222 votos uma tentativa dos republicanos de adiar a votação.
Uma “ajuda” preciosa para os democratas veio do Gabinete Orçamental do Congresso, a entidade independente que estuda o impacto orçamental das propostas de lei. O árbitro do Congresso avaliou o custo total da proposta de reforma em 940 mil milhões de dólares nos próximos dez anos, mas a conclusão mais importante foi a de que o plano permitiria uma redução de 138 mil milhões do défice federal no mesmo período (e de 1,2 milhões de milhões de dólares na década seguinte).
Esses números dão cobertura aos chamados “Blue Dogs”, os democratas com preocupações fiscais, para votar a proposta – e depois “vendê-la” aos seus eleitores como a mais ambiciosa tentativa de redução do défice e de controlo dos custos da saúde jamais aprovada pelo Congresso.
Fonte: Público