Papa pede desculpa pelos abusos
Numa carta pastoral, sem precedentes, divulgada hoje, o Papa Bento XVI pediu desculpa às vítimas de abusos sexuais por parte do clero irlandês, dizendo que sente “vergonha e remorso” pelos crimes de pedofilia na Igreja Católica. “Vocês sofreram dolorosamente e eu lamento profundamente”, disse o pontífice na carta em que anuncia a abertura de uma investigação formal do Vaticano às dioceses, seminários e ordens religiosas afectadas pelos escândalos na Irlanda.
O antigo cardeal alemão Ratzinger mostra-se também disponível para se encontrar pessoalmente com as vítimas para “ouvir pessoalmente” as suas queixas. Na carta dirigida aos católicos irlandeses, anunciando iniciativas para promover “a cicatrização e a renovação”, o papa lembrou casos do passado, na Austrália e nos Estados Unidos em 2008.
Destinada a ser lida no domingo a todos os paroquianos irlandeses, Bento XVI afirma na carta que os homens da Igreja culpados dos actos de pedofilia deverão responder não só diante de Deus, mas também diante da justiça comum. Entre as medidas anunciadas pelo papa na carta, figura o anúncio de uma “visita apostólica”, isto é, uma investigação “em várias dioceses da Irlanda”, assim como “nos seminários e congregações religiosas”. A visita deverá ajudar a Igreja local “no seu caminho de renovação”.
O papa anunciou igualmente “os graves erros de julgamento” cometido pelo episcopado irlandês, acusado de ter encoberto centenas de casos de pedofilia cometidos por várias décadas por seus religiosos. “A minha primeira reacção é de profundo desapontamento”, disse Maeve Lewis, directora executiva do grupo One in Four, representante das vítimas “Não há nada na carta a sugerir que existe uma nova visão na liderança da Igreja Católica”, acrescentou, referindo-se a uma das exigências apresentadas: a demissão do cardeal Sean Brady, chefe da igreja irlandesa, que não denunciou à polícia os abusos alegadamente cometidos, nos anos 1970, por um padre de Nobertiine, Brendan Smyth, que só posteriormente foi condenado e morreu na prisão.
Brady prometeu reflectir sobre a sua postura, no sermão da missa de hoje, em Armagh, na Irlanda do Norte, mas não deu qualquer indicação de que tenciona demitir-se. “Saúdo a carta pastoral”, comentou o prelado. “É evidente que o Papa Bento está muito chocado com o que considera ‘actos criminosos e pecaminosos e o modo como as autoridades da Igreja na Irlanda lidaram com eles’. Ele [Papa] diz que a Igreja na Irlanda deve assumir, perante Deus, este outros pecados cometidos contra crianças indefesas”.
Fonte: Público
O antigo cardeal alemão Ratzinger mostra-se também disponível para se encontrar pessoalmente com as vítimas para “ouvir pessoalmente” as suas queixas. Na carta dirigida aos católicos irlandeses, anunciando iniciativas para promover “a cicatrização e a renovação”, o papa lembrou casos do passado, na Austrália e nos Estados Unidos em 2008.
Destinada a ser lida no domingo a todos os paroquianos irlandeses, Bento XVI afirma na carta que os homens da Igreja culpados dos actos de pedofilia deverão responder não só diante de Deus, mas também diante da justiça comum. Entre as medidas anunciadas pelo papa na carta, figura o anúncio de uma “visita apostólica”, isto é, uma investigação “em várias dioceses da Irlanda”, assim como “nos seminários e congregações religiosas”. A visita deverá ajudar a Igreja local “no seu caminho de renovação”.
O papa anunciou igualmente “os graves erros de julgamento” cometido pelo episcopado irlandês, acusado de ter encoberto centenas de casos de pedofilia cometidos por várias décadas por seus religiosos. “A minha primeira reacção é de profundo desapontamento”, disse Maeve Lewis, directora executiva do grupo One in Four, representante das vítimas “Não há nada na carta a sugerir que existe uma nova visão na liderança da Igreja Católica”, acrescentou, referindo-se a uma das exigências apresentadas: a demissão do cardeal Sean Brady, chefe da igreja irlandesa, que não denunciou à polícia os abusos alegadamente cometidos, nos anos 1970, por um padre de Nobertiine, Brendan Smyth, que só posteriormente foi condenado e morreu na prisão.
Brady prometeu reflectir sobre a sua postura, no sermão da missa de hoje, em Armagh, na Irlanda do Norte, mas não deu qualquer indicação de que tenciona demitir-se. “Saúdo a carta pastoral”, comentou o prelado. “É evidente que o Papa Bento está muito chocado com o que considera ‘actos criminosos e pecaminosos e o modo como as autoridades da Igreja na Irlanda lidaram com eles’. Ele [Papa] diz que a Igreja na Irlanda deve assumir, perante Deus, este outros pecados cometidos contra crianças indefesas”.
Fonte: Público