Falta humor às emissões
A SIC e a RTP têm vindo a investir em formatos de comédia. E nas novelas não faltam os núcleos humorísticos. Ainda assim, há quem, sendo do meio, considere insuficiente as apostas, designadamente nas "sitcom" (comédias de situação) escritas de raiz.
"Há falta de humor na televisão". Quem o diz é Ana Bola, actriz e argumentista nesta arte, companheira de Herman José em muitos dos seus formatos e responsável pelos textos de "A mulher do Sr. Ministro" e mais recentemente "Vip Manicure".
A comediante reconhece o investimento feito pelas estações, mas diz que estas só estão interessadas nas audiências. "A partir do momento em que não têm bons resultados... O Marco Horário não teve tempo para se instalar", frisa, aludindo à mudança de horário de "Notícias em 2.ª mão", com este último e Eduardo Madeira, exibido pela SIC.
Na sua opinião, "as crónicas de rádio funcionam porque são diárias. As pessoas começam a habituar-se às características dos personagens e vão continuando a ouvi-las". E este deveria ser o mesmo caminho a traçar pelas estações de televisão.
Ana Bola, à margem da apresentação de um curso de interpretação e escrita de humor (ver caixa), aplaude a inserção de núcleos cómicos nas novelas da SIC e da TVI. É fã de "Perfeito coração" da estação de Carnaxide, devido ao núcleo da personagem de Ana Nave "Rosa", amante de "Guilherme" (João Ricardo) que mantém uma vida dupla. Porém, lamenta que além da nova temporada da série de Camilo de Oliveira, não se invistam em novos formatos de humor ficcionado.
"O humor é pouco apoiado e não há muito a ser concretizado", explica, por seu lado, Heitor Lourenço. O actor recorda que "há uns tempos, houve uma certa moda (das 'sitcoms')". Mas estas deram lugar a programas de anedotas como os "Malucos do riso" e "Batanetes".
Questionado sobre o que poderá levar as estações a reverem a estratégia, Heitor considera que as propostas têm de "ser credíveis" requerendo um forte investimento "ao nível da escrita", uma vez que em termos de produção "é mais barato fazer novelas".
Pedro Curto, produtor e sócio da CBV- produtora de "Camilo, o presidente" - acrescenta, por seu turno, que "o humor é uma fonte inesgotável", mas que "faz falta aos directores (de Programas) chegarem a essa conclusão".
"Às vezes, o público não tem o gosto tão apurado. Mas o humor não pode estupidificar. As pessoas têm que se rir com satisfação ou prazer porque têm um bom texto", defende. Em relação aos custo, o produtor não tem a mesma opinião de Heitor Lourenço. "São opções das estações. O preço não é desculpa. Tem a ver com estratégias de programação".
Fonte: JN
"Há falta de humor na televisão". Quem o diz é Ana Bola, actriz e argumentista nesta arte, companheira de Herman José em muitos dos seus formatos e responsável pelos textos de "A mulher do Sr. Ministro" e mais recentemente "Vip Manicure".
A comediante reconhece o investimento feito pelas estações, mas diz que estas só estão interessadas nas audiências. "A partir do momento em que não têm bons resultados... O Marco Horário não teve tempo para se instalar", frisa, aludindo à mudança de horário de "Notícias em 2.ª mão", com este último e Eduardo Madeira, exibido pela SIC.
Na sua opinião, "as crónicas de rádio funcionam porque são diárias. As pessoas começam a habituar-se às características dos personagens e vão continuando a ouvi-las". E este deveria ser o mesmo caminho a traçar pelas estações de televisão.
Ana Bola, à margem da apresentação de um curso de interpretação e escrita de humor (ver caixa), aplaude a inserção de núcleos cómicos nas novelas da SIC e da TVI. É fã de "Perfeito coração" da estação de Carnaxide, devido ao núcleo da personagem de Ana Nave "Rosa", amante de "Guilherme" (João Ricardo) que mantém uma vida dupla. Porém, lamenta que além da nova temporada da série de Camilo de Oliveira, não se invistam em novos formatos de humor ficcionado.
"O humor é pouco apoiado e não há muito a ser concretizado", explica, por seu lado, Heitor Lourenço. O actor recorda que "há uns tempos, houve uma certa moda (das 'sitcoms')". Mas estas deram lugar a programas de anedotas como os "Malucos do riso" e "Batanetes".
Questionado sobre o que poderá levar as estações a reverem a estratégia, Heitor considera que as propostas têm de "ser credíveis" requerendo um forte investimento "ao nível da escrita", uma vez que em termos de produção "é mais barato fazer novelas".
Pedro Curto, produtor e sócio da CBV- produtora de "Camilo, o presidente" - acrescenta, por seu turno, que "o humor é uma fonte inesgotável", mas que "faz falta aos directores (de Programas) chegarem a essa conclusão".
"Às vezes, o público não tem o gosto tão apurado. Mas o humor não pode estupidificar. As pessoas têm que se rir com satisfação ou prazer porque têm um bom texto", defende. Em relação aos custo, o produtor não tem a mesma opinião de Heitor Lourenço. "São opções das estações. O preço não é desculpa. Tem a ver com estratégias de programação".
Fonte: JN