Youtube faz cinco anos


Cinco anos depois, o site de alojamento de vídeos Youtube é já o terceiro site mais visitado na Internet a nível mundial e a nível nacional, ultrapassado apenas pelo motor de busca Google e pela rede social Facebook.

Criado por três norte-americanos que abandonaram a empresa de comércio electrónico Paypal, o domínio youtube.com foi registado em Fevereiro de 2005, mas o primeiro vídeo foi colocado apenas um mês depois. O lançamento oficial ocorreu em Novembro e em Dezembro já estava cotado na bolsa e contava com 200 mil utilizadores registados e mais de 200 mil vídeos por dia.

Em 2006, a gigante Google comprou o site de maior crescimento na Internet por 1,65 mil milhões de euros e dois dos fundadores, Chad Hurley e Steve Chen desempenham actualmente as funções de director executivo e de director de tecnologia, respectivamente.

Ainda em 2006, o sucesso do Youtube foi marcado pela nomeação, pela revista ‘Times’, como a “Melhor Invenção do Ano” 2006.

Jawed Karim sublinha que o sucesso do site se deve aos vários recursos de que os utilizadores dispõem, como as recomendações de vídeos através da lista de relacionados, o ‘link’ de e-mail para partilha de vídeos, a área de comentários, a possibilidade de incorporação dos vídeos noutras páginas da Internet e ainda a associação a diversas redes sociais.

Em 2010, o ranking da Alexa revela que o Youtube, em terceiro lugar em todo o mundo, ultrapassou sites como o Yahoo!, a Wikipedia, o MSN, o Twitter e até o MySpace, sendo superado apenas pelo Google e pelo Facebook.

Apesar do crescimento exponencial do site, nem sempre o mesmo ocorreu de forma pacífica. Em 2007, a empresa foi processada pela Viacom por terem sido encontrados no portal mais de 150 mil vídeos não autorizados. Esta situação levou o Youtube a retirar milhares de vídeos e a estabelecer acordos com as empresas MGM e a CBS para a disponibilização de filmes e séries televisivas.

Este ano, o Youtube fez a sua primeira experiência de aluguer de vídeos on-line, com cinco filmes do festival Sundance, mercado que tem vindo a crescer.

Para Jean Burgees e Joshua Green, os autores do livro ‘Youtube a revolução digital’, a plataforma em causa é o “melhor exemplo da cultura participativa na Web”.

Em entrevista à agência Lusa, Carlos Vargas, director da RTP Mobile, acredita que o Youtube surgiu primeiramente como uma rede social mas “com a enorme expansão e popularidade conquistadas tornou-se num ‘new media’”, que o mesmo caracteriza como “híbrido, pois tem uma componente de rede social, nomeadamente pela partilha de vídeos”.

Esta opinião é partilhada pelo coordenador da pós-graduação em Marketing Digital do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), Filipe Carreras, que afirma que o site está 'no limbo' entre um meio de comunicação e uma rede social.

A crescente utilização do Youtube pelos meios de comunicação de massa levanta no entanto algumas precauções. Segundo António Granado, ex-editor do público.pt e acutal ‘blogger’ do Ponto Media, “ a utilização, por parte dos órgãos de comunicação social, de vídeos do YouTube levanta problemas do ponto de vista jornalístico', pois os vídeos têm direitos de autor e não se sabe se os mesmos estão “disponíveis para deixar um órgão de comunicação” usar o vídeo. Outro problema prende-se com a credibilidade da fonte, afinal ninguém garante que o vídeo seja autêntico, podendo ser uma encenação.

António Granado disse ainda à agência Lusa que a televisão está seriamente ameaçada pelo Youtube, pois estudos revelam que os jovens “passam tanto ou mais tempo a ver vídeos no Youtube do que na televisão”.

Além de dar asas ao chamado ‘jornalismo do cidadão’, o Youtube é também um meio de descobrir talentos de artistas anónimos, sendo a Ana Free o melhor exemplo disso mesmo.

A cantora, agora reconhecida, colocou o seu primeiro vídeo musical no site em 2007 e agora, três anos e muitos fãs depois, Ana Free afirma que “os meus fãs podem ter a certeza que é no Youtube que eu vou lançar os novos vídeos”.




Fonte: CM

POSTED BY Joana Vieira
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