CGTP espera uma das maiores manifestações
Centenas de autocarros alugados e muita indignação. Perante estes sinais, a Inter espera pelo menos 200 mil pessoas hoje em Lisboa.
"Esta grande indignação, como não se transformou em medo, levou as pessoas a reagir." A frase é de Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, que estará hoje presente na manifestação convocada peça CGTP. A revolta contra as medidas de contenção do défice, que têm vindo a ser anunciadas ao longo das últimas semanas pelo Governo, e os mais de 400 autocarros que já estavam esgotados a meio da semana, são o principal motivo que leva os dirigentes da principal confederação sindical do país a esperarem da manifestação de hoje "uma das maiores de sempre".
Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP, assumiu ao PÚBLICO "belíssimas expectativas" sobre a concentração de trabalhadores marcada para Lisboa. Suportando-se em "dados de todo o país", Arménio Carlos acredita que esta será "uma das maiores de sempre, no mínimo igual se não superior" às já realizadas. Mas ambos evitam avançar com um número de manifestantes, embora na central se falem em 200 mil.
Arménio Carlos justifica esta leitura com o "número de autocarros já alugados" para trazer trabalhadores para o protesto, que na passada quarta-feira estavam já contabilizados entre "300 e 400" com destino ao Marquês de Pombal, e as "diversas sensibilidades políticas" que assumiram disponibilidade para participar. Outro sinal foram as "centenas de plenários" para preparar a manifestação e que revelaram que "as pessoas estão mobilizadas". Exemplo disso foi a adesão à greve, esta semana, dos trabalhadores do Centro Nacional de Pensões: "Uma taxa de 80 por cento "não é vulgar".
A manifestação arranca do Marquês de Pombal às 15 horas. Mas a CGTP tem três "pré-concentrações": às 14, os professores juntam-se em frente ao Ministério da Educação. Os trabalhadores da função pública partem da esquina da Rua Artilharia Um com a Rua Joaquim António de Aguiar. Os do sector privado concentram-se em Picoas. Juntam-se todos no Marquês e descem até aos Restauradores.
Estão previstas quatro intervenções no final da manifestação. A primeira é dos jovens trabalhadores, "das camadas mais penalizadas", nas palavras de Arménio Carlos. Seguem-se Ana Avoila, em nome dos funcionários públicos, e João Silva, pelo sector privado. A intervenção final ficará a cargo do secretário-geral, Carvalho da Silva.
Mais uma vez a CGTP e a UGT, que não participa na manifestação, seguem estratégias diferentes para protestar contra o aumento de impostos, a retirada dos apoios extraordinários aos desempregados mais desfavorecidos ou o congelamento dos salários da função pública. João Proença, secretário-geral da UGT, alertou que o protesto pode criar instabilidade social: "A UGT segue o seu caminho privilegiando o diálogo para obter resultados concretos e a mudança de políticas. E não tentando pôr em causa governos ou criando instabilidade social".
Mas entre os sindicalistas da UGT há quem anteveja vantagens na manifestação. Mesmo não estando presente, Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos, considerou este "um momento adequado" para uma iniciativa deste tipo. "A situação do país é também a situação dos trabalhadores", considera. E admitiu mesmo como "muito possível" que "novas medidas" possam ser decididas, dependendo do "caminho que o Governo venha a tomar". Nobre dos Santos, da Frente Sindical da Administração Pública (UGT), distancia-se mais. Classifica a manifestação como "perfeitamente legítima" mas assumiu não estar de acordo com os motivos - que interpretou como derrube do Governo - por detrás da iniciativa da CGTP.
Fonte: Público
"Esta grande indignação, como não se transformou em medo, levou as pessoas a reagir." A frase é de Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, que estará hoje presente na manifestação convocada peça CGTP. A revolta contra as medidas de contenção do défice, que têm vindo a ser anunciadas ao longo das últimas semanas pelo Governo, e os mais de 400 autocarros que já estavam esgotados a meio da semana, são o principal motivo que leva os dirigentes da principal confederação sindical do país a esperarem da manifestação de hoje "uma das maiores de sempre".
Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP, assumiu ao PÚBLICO "belíssimas expectativas" sobre a concentração de trabalhadores marcada para Lisboa. Suportando-se em "dados de todo o país", Arménio Carlos acredita que esta será "uma das maiores de sempre, no mínimo igual se não superior" às já realizadas. Mas ambos evitam avançar com um número de manifestantes, embora na central se falem em 200 mil.
Arménio Carlos justifica esta leitura com o "número de autocarros já alugados" para trazer trabalhadores para o protesto, que na passada quarta-feira estavam já contabilizados entre "300 e 400" com destino ao Marquês de Pombal, e as "diversas sensibilidades políticas" que assumiram disponibilidade para participar. Outro sinal foram as "centenas de plenários" para preparar a manifestação e que revelaram que "as pessoas estão mobilizadas". Exemplo disso foi a adesão à greve, esta semana, dos trabalhadores do Centro Nacional de Pensões: "Uma taxa de 80 por cento "não é vulgar".
A manifestação arranca do Marquês de Pombal às 15 horas. Mas a CGTP tem três "pré-concentrações": às 14, os professores juntam-se em frente ao Ministério da Educação. Os trabalhadores da função pública partem da esquina da Rua Artilharia Um com a Rua Joaquim António de Aguiar. Os do sector privado concentram-se em Picoas. Juntam-se todos no Marquês e descem até aos Restauradores.
Estão previstas quatro intervenções no final da manifestação. A primeira é dos jovens trabalhadores, "das camadas mais penalizadas", nas palavras de Arménio Carlos. Seguem-se Ana Avoila, em nome dos funcionários públicos, e João Silva, pelo sector privado. A intervenção final ficará a cargo do secretário-geral, Carvalho da Silva.
Mais uma vez a CGTP e a UGT, que não participa na manifestação, seguem estratégias diferentes para protestar contra o aumento de impostos, a retirada dos apoios extraordinários aos desempregados mais desfavorecidos ou o congelamento dos salários da função pública. João Proença, secretário-geral da UGT, alertou que o protesto pode criar instabilidade social: "A UGT segue o seu caminho privilegiando o diálogo para obter resultados concretos e a mudança de políticas. E não tentando pôr em causa governos ou criando instabilidade social".
Mas entre os sindicalistas da UGT há quem anteveja vantagens na manifestação. Mesmo não estando presente, Bettencourt Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos, considerou este "um momento adequado" para uma iniciativa deste tipo. "A situação do país é também a situação dos trabalhadores", considera. E admitiu mesmo como "muito possível" que "novas medidas" possam ser decididas, dependendo do "caminho que o Governo venha a tomar". Nobre dos Santos, da Frente Sindical da Administração Pública (UGT), distancia-se mais. Classifica a manifestação como "perfeitamente legítima" mas assumiu não estar de acordo com os motivos - que interpretou como derrube do Governo - por detrás da iniciativa da CGTP.
Fonte: Público