Austrália com a primeira mulher à frente do Governo


Julia Gillard substituiu Kevin Rudd como primeira-ministra da Austrália, tornando-se na primeira mulher a liderar o Governo deste país. A substituição aconteceu numa eleição interna para a liderança do Partido Trabalhista.

Rudd, enfraquecido por uma enorme queda de popularidade, reconheceu a derrota e escolheu não se sujeitar à votação dos trabalhistas. Gillard foi então escolhida com os votos dos parlamentares do partido.

Tudo aconteceu muito depressa e de forma inesperada. “A velocidade das mudanças realizadas foi alucinante”, disse à AFP a politóloga Elizabeth van Acker. “Ontem à mesma hora, ninguém anteciparia um tal cenário.” Analistas citados pela BBC consideram que Rudd não foi a votos porque sabia que ia perder.

“Sinto-me honrada”, afirmou Gillard à saída do Parlamento de Camberra. Admitiu depois que não foi “eleita pelo povo australiano” e que pedirá “nos próximos meses ao Governo geral para convocar eleições de forma a que os australianos possam exercer o seu direito original e escolher o seu primeiro-ministro”. Em Outubro há eleições na Austrália.

Gillard, vice-primeira-ministra desde 2007, entrou no Parlamento em 1998. Tinha também a cargo o Ministério do Emprego e da Educação, onde geriu um ambicioso programa de investimento nas escolas. Assumidamente celibatária, disse numa entrevista em 2008 que admirava “as mulheres que conseguem gerir a vida de família e a vida profissional”, confessando não ter “certeza de ser capaz”.

Gillard tem agora como primeira missão reunificar o partido, enfrentando em seguida os mesmos problemas que levaram à queda de apoio popular a Rudd, nomeadamente o projecto de lei sobre comércio de emissão de carbono (que Rudd abandonou depois de perder o apoio do Parlamento e ela já anunciou que vai reactivar) e o imposto sobre as actividades mineiras, ao qual os donos das empresas do sector se opuseram com uma campanha milionária.

Em termos de política externa, não se antecipam grandes mudanças, nomeadamente no envolvimento no conflito afegão, onde a médio prazo os australianos vão permanecer.




Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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