Bugs Bunny saiu da toca há 70 anos


Em 27 de Julho de 1940, deu-se a estreia de Bugs Bunny (em Portugal, Pernalonga, durante muitos anos), uma das maiores estrelas da animação – ou mesmo a maior de sempre, segundo a "TV Guide" -, em "A wild hare", curta-metragem dirigida por Tex Avery. Recorde este e outros momentos do coelho.

Na peça, de oito minutos, faz, pela primeira vez, a cabeça em água ao também estreante caçador Elmer J. Fudd (a quem dá o primeiro e sonoro beijo).

A imagem que hoje lhe reconhecemos, da responsabilidade de Robert McKimson, só chegaria mais tarde, mas a sua voz inimitável já se devia a Mel Blanc, que a definiu como “uma mistura do sotaque do Bronx e de Brooklyn”.

No entanto, o protótipo de Bugs Bunny, um certo Happy Rabbit (coelho feliz), aparecera pela primeira vez a 30 de Abril de 1938, em “Porky’s hare hunt”, com o pêlo completamente branco e uma personalidade quase paranóica, semelhante à de Duffy Duck, tendo sido figurante de mais quatro filmes, em que apresentou ainda uma gargalhada muito semelhante à que viria a ficar como imagem de marca de Woody Woodpecker (Picapau).

Porém, segundo alguns historiadores, a sua linha genealógica deveria começar a ser traçada mais atrás, pois a personagem teria sido inspirada em Max Hare, um outro coelho animado, criado por Walt Disney em 1935.

Outros, no morder da cenoura, apontam-lhe influências de Groucho Marx e do seu charuto, bem como na repetição de uma frase que aquele popularizou: “Of course you know, this means war!”.

Independentemente destas considerações, o seu “cartão de cidadão” aponta 27 de Julho de 1940 como data oficial de nascimento, embora não especifique se se trata de um coelho ou de uma lebre... Quem o conhece – e há quem não o conheça, afinal? - tem dificuldade em limitar os adjectivos necessários para o caracterizar: inteligente, mordaz, sarcástico, rápido, decidido, irritante, provocador…

Da sua biografia, constam participações na II Guerra Mundial, contra Mussolini, Hitler e os japoneses, e a presença nos aviões de diversas esquadrilhas, como mascote. A conquista de um Oscar – em 1958, por “Knighty knight Bugs” – em três nomeações e uma estrela na calçada da fama de Hollywood são alguns dos pontos altos da longa carreira de Bugs Bunny, a quem, após a morte de Mel Blanc, em 1989, também emprestaram a voz Jeff Bergman, Greg Burson e Billy West. E Paulo Oom, na versão portuguesa.

Hoje, apesar das suas 70 primaveras, o “velho Pernalonga” continua ágil e imprevisível, a soltar com o seu jeito inimitável o característico e sonoro “What’s up, doc?”, garantia infalível de boas gargalhadas.






Fonte: JN

POSTED BY Joana Vieira
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