Villa coloca Espanha nas meias-finais
A Espanha ou a Alemanha. Uma destas equipas vai estar na final. A formação espanhola venceu (1-0) com dificuldade o Paraguai e apurou-se para a meia-final frente à Alemanha.
Nem jogou como nunca, nem perdeu como sempre. A selecção espanhola jogou quanto baste, mas ganhou como nunca, qualificando-se para as meias-finais do Mundial – jogo que disputará com a Alemanha. À quinta tentativa foi de vez. Espanha está entre as quatro melhores do Mundial. Fracassara em 1934 (Florença), em 1994 (Boston), em 1986 (Puebla) e em 2002 (Gwangju). Mas 2010 é um ano especial com uma equipa especial. Joanesburgo e David Villa (autor do único golo do encontro) já ficaram para a história.
Os espanhóis, como muitos outros povos, costumam despedir-se do Campeonato do Mundo a dizer “este é que podia ter sido o nosso Mundial” e a olhar para a sua selecção como a madrinha de um casamento, engalanada como a noiva, mas que nunca tem direito a subir ao altar para dizer “sim, aceito”.
A história deste sábado tinha protagonistas diferentes, mas o argumento parecia conduzir a um final "déjà vu". O Paraguai de Cardozo atreveu-se e a Espanha de Torres começou a acumular erros e indecisões pouco habituais para uma selecção que durante muito tempo só tinha sido batida pela Suíça (e num jogo bem conseguido dos espanhóis). Justo Villar foi para intervalo com as mãos frias dentro das luvas. A Espanha não conseguira rematar uma única vez na direcção da sua baliza, enquanto Valdez até já tinha arrancado para festejar um golo (aos 41’), anulado por um dos auxiliares de Carlos Batres (por interferência no lance de Cardozo).
Era até então um jogo desinteressante, sem ritmo (do triângulo Xavi/Alonso/Busquets), sem Iniesta, sem Villa e especialmente sem Torres, outra das estrelas do Mundial sul-africano que parecem ter sido picadas pela mosca tsé-tsé.
A equipa de Gerardo Martino desenrascou-se como poucas. O seleccionador acreditou que tudo podia acontecer. E podia mesmo ter acontecido. Num canto, Piqué, o único espanhol com as mesmas medidas que Cardozo (1,92m), agarrou-o pelo braço e Batres apitou. Penálti. O Mundial espanhol por um canudo? Nada disso. O benfiquista Cardozo falhou transformando Casillas no herói.
O jogo sonolento nunca mais adormeceu. O coração espanhol estava mesmo a precisar desse choque. Segundos depois, Villa entrava na área de Villar a alta velocidade quando Alcaraz se embrulhou nas suas pernas. Batres, penálti. Xabi Alonso foi chamado à marca da grande penalidade duas vezes. O primeiro remate entrou, mas o estádio teve que se recompor (porque um espanhol invadiu a área de rigor). O segundo foi travado por Villar, que no seguimento do lance também travou Fàbregas (ninguém viu).
A madrinha continuava a olhar para o altar à espera do toque de génio de Xavi, da desenvoltura de Iniesta e do remate certeiro de um espanhol qualquer. Que seja Pedro! Poste. Que seja Villa! Poste, poste. A cabeça dos espectadores rodava como se fosse um jogo de ténis. Carambola, golo. Aceita estar nas meias-finais? Sim, aceito.
Fonte: Público
Nem jogou como nunca, nem perdeu como sempre. A selecção espanhola jogou quanto baste, mas ganhou como nunca, qualificando-se para as meias-finais do Mundial – jogo que disputará com a Alemanha. À quinta tentativa foi de vez. Espanha está entre as quatro melhores do Mundial. Fracassara em 1934 (Florença), em 1994 (Boston), em 1986 (Puebla) e em 2002 (Gwangju). Mas 2010 é um ano especial com uma equipa especial. Joanesburgo e David Villa (autor do único golo do encontro) já ficaram para a história.
Os espanhóis, como muitos outros povos, costumam despedir-se do Campeonato do Mundo a dizer “este é que podia ter sido o nosso Mundial” e a olhar para a sua selecção como a madrinha de um casamento, engalanada como a noiva, mas que nunca tem direito a subir ao altar para dizer “sim, aceito”.
A história deste sábado tinha protagonistas diferentes, mas o argumento parecia conduzir a um final "déjà vu". O Paraguai de Cardozo atreveu-se e a Espanha de Torres começou a acumular erros e indecisões pouco habituais para uma selecção que durante muito tempo só tinha sido batida pela Suíça (e num jogo bem conseguido dos espanhóis). Justo Villar foi para intervalo com as mãos frias dentro das luvas. A Espanha não conseguira rematar uma única vez na direcção da sua baliza, enquanto Valdez até já tinha arrancado para festejar um golo (aos 41’), anulado por um dos auxiliares de Carlos Batres (por interferência no lance de Cardozo).
Era até então um jogo desinteressante, sem ritmo (do triângulo Xavi/Alonso/Busquets), sem Iniesta, sem Villa e especialmente sem Torres, outra das estrelas do Mundial sul-africano que parecem ter sido picadas pela mosca tsé-tsé.
A equipa de Gerardo Martino desenrascou-se como poucas. O seleccionador acreditou que tudo podia acontecer. E podia mesmo ter acontecido. Num canto, Piqué, o único espanhol com as mesmas medidas que Cardozo (1,92m), agarrou-o pelo braço e Batres apitou. Penálti. O Mundial espanhol por um canudo? Nada disso. O benfiquista Cardozo falhou transformando Casillas no herói.
O jogo sonolento nunca mais adormeceu. O coração espanhol estava mesmo a precisar desse choque. Segundos depois, Villa entrava na área de Villar a alta velocidade quando Alcaraz se embrulhou nas suas pernas. Batres, penálti. Xabi Alonso foi chamado à marca da grande penalidade duas vezes. O primeiro remate entrou, mas o estádio teve que se recompor (porque um espanhol invadiu a área de rigor). O segundo foi travado por Villar, que no seguimento do lance também travou Fàbregas (ninguém viu).
A madrinha continuava a olhar para o altar à espera do toque de génio de Xavi, da desenvoltura de Iniesta e do remate certeiro de um espanhol qualquer. Que seja Pedro! Poste. Que seja Villa! Poste, poste. A cabeça dos espectadores rodava como se fosse um jogo de ténis. Carambola, golo. Aceita estar nas meias-finais? Sim, aceito.
Fonte: Público