Dragão imparável na Turquia


Terceiro jogo em Istambul, terceira vitória. O FC Porto confirmou que se dá bem com os ares da Turquia ao conseguir uma importante vitória sobre o Besiktas, por 3-1 no “inferno” do Estádio Inönü. Apesar de ter terminado o jogo reduzido a nove jogadores, o FC Porto foi quase sempre superior e, três anos depois, os adeptos do Besiktas renderam-se novamente aos 
“azuis e brancos”.

As suspeitas de Villas-Boas, que disse ter “informações contraditórias” sobre a enorme lista de lesionados do Besiktas, eram infundadas. Os turcos não fizeram bluff e todos os nomes apontados como indisponíveis ou em dúvida para o jogo ficaram de fora. Sem “surpresas de última hora”, Bernd Schuster jogou com o que tinha. E não era muito. Sem Quaresma, Guti, Holosko, Ferrari, Aurélio, Guven, Dag e Tekke sobravam ao treinador alemão 15 jogadores. Schuster remendou as sobras como pôde e no banco tinha apenas o veterano guarda-redes Rustu e três defesas.

O problema para Villas-Boas era diferente. Com o plantel na máxima força – excepção para Mariano -, o treinador do FC Porto colocou em campo a equipa previsível. Depois da noite de pesadelo em Guimarães, Fucile perdeu o lugar para Sapunaru, Cristian Rodríguez confirmou o estatuto de titular na Liga Europa e, no centro da defesa, Rolando fez dupla com Maicon. Nenhuma surpresa e a receita de sempre: posse de bola, futebol curto e apoiado.

Apesar das limitações – no relatório de Villas-Boas estaria certamente a referência que, sem Guti e Quaresma, os turcos são uma equipa frágil e limitada -, o Besiktas, impulsionado por “um dos melhores ambientes do mundo”, entrou bem e, aos 3’, Bobô e Kahveci criaram perigo. A iniciativa turca não passou, no entanto, de falso alarme. O FC Porto rapidamente começou a ter mais posse de bola, assumiu a responsabilidade do jogo e, aos 21’, numa grande iniciativa individual, Hulk deixou o aviso. Não foi à primeira, foi à segunda: cinco minutos depois, Belluschi marcou um canto, Arikan falhou a saída e o inevitável Falcao fez o 1-0. Pela 13.ª vez em 14 jogos oficiais esta época o FC Porto marcava nos primeiros 35 minutos.

O mais difícil estava, aparentemente, conseguido, mas nos minutos seguintes os portistas recuaram e o Besiktas começou a criar perigo. Mesmo em dificuldades, aos 35’ Falcao voltou a marcar, mas, na primeira decisão polémica, o árbitro anulou o golo. Seguiu-se a expulsão de Maicon (43’), um penálti por marcar sobre Falcao (45’) e a primeira parte acabava com protestos portistas.

Com menos um jogador, Villas-Boas não arriscou. Ao intervalo tirou Falcao, colocou Otamendi e apostou na velocidade e técnica de Hulk. A aposta não podia ter corrido melhor. Mesmo contra 10, o Besiktas mostrava limitações no ataque e a defesa rapidamente confirmou que era o ponto fraco dos turcos, como ficou evidente no 2-0: longa assistência para Hulk aos 59’ e o brasileiro, isolado, não teve dificuldades para marcar.

As dúvidas sobre a superioridade portista no jogo terminaram aí. Depois, houve tempo para repetir a história: tal como em Outubro de 2007, quando os “azuis e brancos” ganharam no Inönü com um golo de Quaresma, os adeptos do Besiktas renderam-se ao futebol do FC Porto e aplaudiram o terceiro golo (novamente por Hulk aos 77’). Fernando ainda foi expulso (87’) e Bobô reduziu para 3-1, mas o mais importante estava há muito garantido: vitória, qualificação quase garantida e nova lição de futebol em Istambul.




Fonte: Público

POSTED BY Joana Vieira
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