U2 monumentais em Coimbra
Vivemos na era da portabilidade. Do digital. Do pequeno. Da austeridade. Mas para os U2 continua a ser tudo em grande. Como ontem em Coimbra, 42 mil pessoas em delírio, pelas canções que toda a gente conhece de cor, mas também pelo impacto sonoro, pelas explosões de luz e pela estrutura grandiosa disposta no meio do estádio, misto de nave espacial, aranha futurista, “garra” de quatro patas, ou o mais que a imaginação de cada um quiser. Os irlandeses querem ser os maiores. E no restrito grupo de grupos rock capazes de encher estádios são-no, sem quaisquer dúvida. Ontem voltaram a mostrá-lo num grandioso espectáculo de exaltação tecnológica.
Entraram ao som de “Major tom” de David Bowie perante o delírio da multidão e a introdução foi feita ao som da nova “Return of the stringray guitar”, com Bono, blusão negro, gritando “tuuudo beeem!!!”, antes do arranque definitivo com “Beautiful day”, numa explosão de som, luz e fumos. A seguir veio a velha “I will follow”, do primeiro álbum “Boy” (1980), com a guitarra de The Edge a rasgar o espaço, numa demonstração de poder, como se os quatro irlandeses quisessem demonstrar, aos 50 anos, que ainda têm muito para transmitir.
Mais rock & roll, este mais teatralizado, fez-se ouvir com “Get on your boots”, com as duas pontes giratórias a moverem-se, enquanto The Edge, guitarra, e Adam Clayton, baixo, avançam na direcção do público. De repente, os quatro músicos estão em pontos totalmente distintos do palco, com Bono no extremo oposto, enquanto Larry Mullen é o único que se mantém fixo. No arranque de “Magnificent”, o cantor brinca com o público, gritando “Lisboa, Braga, Porto”, findando com “Coimbra.”
“Mysterious ways” introduz um balanço mais físico, com os ecrãs gigantes difundindo imagens de sensualidade feminina, enquanto o vocalista se mexe de forma insinuante, acabando a improvisar um pequeno excerto de “Let it be” (Beatles), com a palavra “Lisbon” incorporada. Depois, mais poder roqueiro com “Elevation”, com o estádio a cantar em uníssono, antes de “Until the end of the world” provocar mais momento de dissonância num duelo entre a voz de Bono e a guitarra de Edge.
Depois disse “Olá malta”, mostrou saber que Coimbra é uma cidade universitária, brincou, e disse que os U2 nunca foram à universidade, antes de “I still haven’t found what i’m looking for”, cantada a compasso de palmas por 42 mil gargantas. Lá atrás, a guitarra de The Edge, circular, hipnótica, única, e a secção rítmica (Adam Clayton, baixo, Larry Mullen, bateria) segurando o edifício sónico monumental com grande segurança.
É fácil dizer que é apenas aparato. Não é. Há as canções, emocionais e frágeis às vezes, outras vezes rudes e enérgicas. E há quatro homens que ainda sentem o pulsar de conquistar o mundo. Bono, correndo pela passarela circular do cenário, movendo-se como um pugilista insolente, dando saltos, distribuindo socos no ar, ou nos seus demónios, sabe-se lá. A meio do concerto, já não havia dúvidas que a noite estava ganha.
Mais em: Público
Entraram ao som de “Major tom” de David Bowie perante o delírio da multidão e a introdução foi feita ao som da nova “Return of the stringray guitar”, com Bono, blusão negro, gritando “tuuudo beeem!!!”, antes do arranque definitivo com “Beautiful day”, numa explosão de som, luz e fumos. A seguir veio a velha “I will follow”, do primeiro álbum “Boy” (1980), com a guitarra de The Edge a rasgar o espaço, numa demonstração de poder, como se os quatro irlandeses quisessem demonstrar, aos 50 anos, que ainda têm muito para transmitir.
Mais rock & roll, este mais teatralizado, fez-se ouvir com “Get on your boots”, com as duas pontes giratórias a moverem-se, enquanto The Edge, guitarra, e Adam Clayton, baixo, avançam na direcção do público. De repente, os quatro músicos estão em pontos totalmente distintos do palco, com Bono no extremo oposto, enquanto Larry Mullen é o único que se mantém fixo. No arranque de “Magnificent”, o cantor brinca com o público, gritando “Lisboa, Braga, Porto”, findando com “Coimbra.”
“Mysterious ways” introduz um balanço mais físico, com os ecrãs gigantes difundindo imagens de sensualidade feminina, enquanto o vocalista se mexe de forma insinuante, acabando a improvisar um pequeno excerto de “Let it be” (Beatles), com a palavra “Lisbon” incorporada. Depois, mais poder roqueiro com “Elevation”, com o estádio a cantar em uníssono, antes de “Until the end of the world” provocar mais momento de dissonância num duelo entre a voz de Bono e a guitarra de Edge.
Depois disse “Olá malta”, mostrou saber que Coimbra é uma cidade universitária, brincou, e disse que os U2 nunca foram à universidade, antes de “I still haven’t found what i’m looking for”, cantada a compasso de palmas por 42 mil gargantas. Lá atrás, a guitarra de The Edge, circular, hipnótica, única, e a secção rítmica (Adam Clayton, baixo, Larry Mullen, bateria) segurando o edifício sónico monumental com grande segurança.
É fácil dizer que é apenas aparato. Não é. Há as canções, emocionais e frágeis às vezes, outras vezes rudes e enérgicas. E há quatro homens que ainda sentem o pulsar de conquistar o mundo. Bono, correndo pela passarela circular do cenário, movendo-se como um pugilista insolente, dando saltos, distribuindo socos no ar, ou nos seus demónios, sabe-se lá. A meio do concerto, já não havia dúvidas que a noite estava ganha.
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