SIC aposta em 'Portugal's got talent'


Quem não se recorda do momento televisivo em que uma cantora improvável fez ecoar "I dreamed a dream", espantando tudo e todos? Sim, falamos de Susan Boyle. O formato que a catapultou para a fama vai ter uma segunda oportunidade por cá, através da SIC.

O tema do musical "Les Misérables" proporcionou à escocesa de 48 anos a ascensão ao estrelato instantâneo à escala planetária, muito a reboque da pulverização online, sobretudo, através do YouTube.

E se chegou alguma vez a estar em dívida para com "Britain"s got talent" - conteúdo que Carnaxide vai abraçar em 2011 após uma discreta passagem pela RTP, em 2007, onde foi baptizado de "Aqui há talento" - tem vindo a pagá-la com juros deveras lucrativos para o formato, que não poderia ter melhor publicidade do que aquela que esta lhe garante: Boyle até já cantou para o papa Bento XVI.

Curiosamente, o dia de anteontem ficou marcado pelo lançamento do seu segundo álbum intitulado "The Gift" - o primeiro escoou três milhões de exemplares, ficando para a história enquanto o mais vendido de 2009. Recorde-se que os holofotes da ribalta alimentados por "Britain"s got talent" iluminaram também Paul Pott. Sagrou-se o primeiro vencedor, tendo emocionado o mundo com a interpretação da ópera "Turandot" de Puccini.

Quanto a Boyle, contra grande parte das expectativas, granjeou o segundo lugar na edição em que participou, a terceira, perdendo a consagração maior para os "Diversity". Pese embora os concorrentes mais sonantes de "Britain"s got talent" o devam ao seu aparelho vocal, este concurso não se destina apenas a cantores.

Ali cabem todo o tipo de artes: da dança, à magia, passando por imitações, enfim, uma parafernália de competências passíveis de pisar o palco para serem peneirados pelo crivo do júri. A opinião dos elementos que têm a cargo a avaliação das performances regem-se pela bitola do tempo. Ou seja, quanto menos se prolongar a actuação, menos lhes está a agradar a prova, e vice-versa.

O carismático e implacável Simon Cowell acaba por ser o grande responsável pelo êxito desta receita, não fosse ele o seu criador, além de, cumulativamente, pertencer ao júri. "X factor", "Pop Idol" e "American Idol" foram, por assim dizer, outros frutos do auspicioso pomar plantado por Cowell no pequeno ecrã.

Quando o canal do Estado experimentou a fórmula, nem por sombras esta beliscou o estatuto do precursor estrangeiro. Ora, a estação de Carnaxide parece acreditar que agora estão reunidos os ingredientes para que vingue por terras lusas, uma vez mais pelas mãos da Fremantle Media, produtora que detém os direitos de "Got Talent", aliás, à semelhança do que sucede com de "Ídolos".



Fonte: JN

POSTED BY Joana Vieira
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