21.03.2011 - Cut Copy - Hard Club, Porto


--- Cut Cop ---
Hard Club, Porto
21.03.2011

Fotografia: Filipa Oliveira (filipa-oliveira.tumblr.com)
Texto: Pedro Soares



Desde 2008 que os Cut Copy não visitavam a Invicta e não deixaram de o referir, bem como a alegria sentida por finalmente poderem usufruir durante a sua tour do maravilhoso sol de primavera que se tem feito sentir. A provar, uma vez mais, o excelente investimento que constituiu a transformação do belo Mercado Ferreira Borges no mítico Hard Club, a Sala 1 encontrava-se quase lotada e populada por um mar de gente bonita e bem-disposta, aguardando a entrada em palco dos músicos australianos.



”Zonoscope” é o seu mais recente álbum, editado no mês passado, agora apresentado na actual tour mundial e traz-nos a escutar, bem como a dançar, a difícil de categorizar mistura musical destes senhores; do new wave dos anos 80, passando pelo synthpop, indie rock e post-punk, as etiquetas são muitas, contudo o som é original e característico e as letras transmitem um estado de espírito positivo e glaciar.

A performance teve início sob fortes aplausos do público e ao ritmo de “Visions”, do álbum anterior “In Ghost Colours”, responsável pela projecção mundial da banda, de tal forma que o concerto se repartiu de forma igual por músicas dos dois últimos álbuns, com uma música adicional do “Bright Like Neon Love” de 2004. De imediato foi possível perceber que aquele iria ser um bom concerto. Com a energia dos membros da banda e o fantástico e dinâmico jogo de luzes que acompanhou todas as músicas, aliados ao entusiasmo de um público investido e conhecedor do repertório apresentado, criou-se um ambiente eléctrico de contagiante alegria e movimento.

No elenco da noite, seguiram-se “Nobody Lost, Nobody Found” e “Where I’m Going” antes do vocalista da banda, Dan Whitford, agradecer a presença do público e verificar com agrado que o número de fãs era agora bem maior relativamente à última visita à cidade. Cantando e dançando ao som de “So Haunted”, “Coner of the Sky” e “Lights & Music”, o público portuense continuou a ser presenteado com performances musicais de acelerar o coração e fazer mexer o corpo, estimulado continuamente por Dan Whitford e, especialmente, por Tim Hoey que não hesitou em afirmar que Portugal é o seu país favorito no mundo inteiro. Este jovem em particular teve uma presença caricata e divertida em palco, dançando a seu bel-prazer, brincando com a sua guitarra e alegrando os espectadores com as suas tropelias.

O concerto prosseguiu com “Take Me Over”, o primeiro single de “Zonoscope”, “Pharaohs and Pyramids”, “Saturdays” do álbum “Bright Like Neon Love” e a inesquecível “Hearts On Fire” que constituiu o ponto alto do concerto, com toda a sala a saltar ao comando da banda e a dançar de forma solta e despreocupada. Prometendo voltar em breve à cidade do Porto onde agora é difícil quantificar o número de fãs, a banda despediu-se com “Sun God” antes do encore, que nos trouxe ainda “Need You Now” e “Out There On The Ice”.

Numa altura em que a sociedade portuguesa enfrenta uma crise generalizada da economia e dos valores humanos, concertos como este que os Cut Copy nos apresentaram, trazem-nos a alegria e energia necessárias para sacudir a poeira do dia-a-dia, sair com os amigos e desfrutar de um som envolvente e electrizante, sempre com um sorriso nos lábios.



Promotora:
Everything is New


POSTED BY Joana Vieira
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