04.05.2011 - Aloe Blacc + Maya Jupiter - Aula Magna
--- Aloe Blacc ---
+ Maya Jupiter
Aula Magna
04.05.2011
Fotografia: Paulo Tavares
Texto: Rui da Costa
Foi com grande entusiasmo que a Aula Magna abriu as suas portas as centenas de fãs de um velho bicho adormecido norte-americano: O Soul havia chegado a cidade e planeava agarra-la pelos tornozelos e não a largar mais.
Com a subida de Maya Jupiter ao palco acompanhada pela banda Grand Scheme a noite começou. A cantora trouxe consigo músicas do seu álbum produzido pelo próprio Aloe Blacc e as similaridades com o primeiro álbum do cantor notam-se.
A sua curta actuação foi uma mistura de soul, hip-hop, reggae, e ritmos latinos. As suas origens, canadiana com influências mexicanas, turcas e criada na Austrália, reflectem o variado leque de estilos musicais que conseguiu interpretar no que foram cerca de vinte minutos de espectáculo rítmico, cada estilo conseguia ser facilmente reconhecido mas foram todos demarcados pela voz da vocalista que soube dominar o espectáculo de inicio ao fim. Foi com grande entusiasmo que o publico agradeceu a sua participação com aplausos e palmas, foi uma excelente introdução aos palcos nacionais e uma nova cara a ter em conta.
James Brown, Marvin Gaye, Al Green e Stevie Wonder. Quatro standards da música norte-americana mais propriamente afro-americana. Quatro artistas que foram durante décadas recriados, e imortalizados como alguns dos maiores nomes da musica. Foi com uma invocação aos clássicos que o precederam e que Aloe Blacc quis tornar esta noite algo de especial.
Com os Grand Scheme de novo em palco a começarem com uma introdução de mistura de samples de Public Enemy para depois atiçarem o público com o inicio da “I need a dolar”. Foi assim que o jovial, sempre com um sorriso nos lábios e com muita mensagem para distribuir Aloe Blacc, deslizou para o palco e prometeu uma única coisa “Its going to be a Soul Night”.
Seguindo os clássicos a noite não se ficou pela música gravada num álbum de plástico que ouvimos diariamente, o que interessava ao jovem artista era dar as centenas de pessoas uma noite para recordar. Ao bom estilo do soul, jazz, blues, cada noite é uma noite, nenhuma noite é mais especial, nenhuma sala era melhor do que a outra, o que interessava era que cada pessoa saísse da sala de cabeça perdida, poderia ser o desespero de amantes improváveis, ou a ironia com que criticavam os “costumes” e a situação precária que se vivia nas ruas. O mundo poderá ter criado uma panóplia de artistas que apenas conseguem tocar um número limitado de estilos, que não conseguem sentir a sala, limitam-se a ser mais uns no meio de muitos. Nada disto se passou nesta noite.
Com apenas uma musica ele consegui mostrar que existe mais para lá de cantar. A sua comunicação com o publico foi ao mais alto nível, um verdadeiro mestre-de-cerimónias que realizou a fusão especial entre o que se ouvia da sua boca com o som que o seu grupo espalhava. Através do seu sorriso, da sua simplicidade e da sua energia, o público conseguia sentir o ambiente total da música. Durante os diversos jams que houveram durante o concerto, percebemos que a sua actuação não se centrava somente nas suas capacidades vocais, um artista deve saber cativar, atiçar, improvisar, e foi exactamente isto que ele fez. Um marco no meio da sala era impossível desviar os olhos da sua imagem, as músicas fluíam naturalmente, sempre com uma passagem criada para trazer o público ate si.
Se por um lado o seu lado de soul/jazz man esteve aos olhos de todos durante musicas como “I need a dolar”, “Hey Brother”, ou "Loving You is Killing me”. Houve outros momentos em que a melancolia, ou os blues como se chamavam circa 1950, se tornavam a mensagem mais marcante. “Femme Fatale”, “Miss Fortune”, “If I”, estas musicas não só consolidam a faceta de admiração aos clássicos afro-americanos, como mostram a vertente do soul ligada ao gospel. Um passeio por uma versão jazz de “Billy Jean”, ou um passo de dança com a presença de Maya Jupiter em palco em “Rico”.
Houve músicas para todos os gostos, houve mensagens para todos os presentes. A sala correspondeu a cada uma das passagens de ritmos e as palavras que se ouviam. Vários momentos ocorreram durante concerto, momentos para homenagear as mães, para partilhar o amor com os parceiros, para pensar na situação económica do país, e inclusive para pensar que nestes momentos difíceis o dinheiro não é tudo.
E de uma certa forma foi isto que foi prometido uma noite de Amor, Paz e Soul. Não se poderia pedir mais aos participantes desta noite, cada um fez o seu papel e uma noite especial assim foi criada.
Um anuncio para os que não puderam participar desta noite, Cool Jazz Fest: além de Sharon Jones, Dap Kings, Mayer Hawthorne e Charles Bradley, contara com a presença de Aloe Blacc e Maya Jupiter no dia 28 de Julho.
Com a subida de Maya Jupiter ao palco acompanhada pela banda Grand Scheme a noite começou. A cantora trouxe consigo músicas do seu álbum produzido pelo próprio Aloe Blacc e as similaridades com o primeiro álbum do cantor notam-se.
A sua curta actuação foi uma mistura de soul, hip-hop, reggae, e ritmos latinos. As suas origens, canadiana com influências mexicanas, turcas e criada na Austrália, reflectem o variado leque de estilos musicais que conseguiu interpretar no que foram cerca de vinte minutos de espectáculo rítmico, cada estilo conseguia ser facilmente reconhecido mas foram todos demarcados pela voz da vocalista que soube dominar o espectáculo de inicio ao fim. Foi com grande entusiasmo que o publico agradeceu a sua participação com aplausos e palmas, foi uma excelente introdução aos palcos nacionais e uma nova cara a ter em conta.
James Brown, Marvin Gaye, Al Green e Stevie Wonder. Quatro standards da música norte-americana mais propriamente afro-americana. Quatro artistas que foram durante décadas recriados, e imortalizados como alguns dos maiores nomes da musica. Foi com uma invocação aos clássicos que o precederam e que Aloe Blacc quis tornar esta noite algo de especial.
Com os Grand Scheme de novo em palco a começarem com uma introdução de mistura de samples de Public Enemy para depois atiçarem o público com o inicio da “I need a dolar”. Foi assim que o jovial, sempre com um sorriso nos lábios e com muita mensagem para distribuir Aloe Blacc, deslizou para o palco e prometeu uma única coisa “Its going to be a Soul Night”.
Seguindo os clássicos a noite não se ficou pela música gravada num álbum de plástico que ouvimos diariamente, o que interessava ao jovem artista era dar as centenas de pessoas uma noite para recordar. Ao bom estilo do soul, jazz, blues, cada noite é uma noite, nenhuma noite é mais especial, nenhuma sala era melhor do que a outra, o que interessava era que cada pessoa saísse da sala de cabeça perdida, poderia ser o desespero de amantes improváveis, ou a ironia com que criticavam os “costumes” e a situação precária que se vivia nas ruas. O mundo poderá ter criado uma panóplia de artistas que apenas conseguem tocar um número limitado de estilos, que não conseguem sentir a sala, limitam-se a ser mais uns no meio de muitos. Nada disto se passou nesta noite.
Com apenas uma musica ele consegui mostrar que existe mais para lá de cantar. A sua comunicação com o publico foi ao mais alto nível, um verdadeiro mestre-de-cerimónias que realizou a fusão especial entre o que se ouvia da sua boca com o som que o seu grupo espalhava. Através do seu sorriso, da sua simplicidade e da sua energia, o público conseguia sentir o ambiente total da música. Durante os diversos jams que houveram durante o concerto, percebemos que a sua actuação não se centrava somente nas suas capacidades vocais, um artista deve saber cativar, atiçar, improvisar, e foi exactamente isto que ele fez. Um marco no meio da sala era impossível desviar os olhos da sua imagem, as músicas fluíam naturalmente, sempre com uma passagem criada para trazer o público ate si.
Se por um lado o seu lado de soul/jazz man esteve aos olhos de todos durante musicas como “I need a dolar”, “Hey Brother”, ou "Loving You is Killing me”. Houve outros momentos em que a melancolia, ou os blues como se chamavam circa 1950, se tornavam a mensagem mais marcante. “Femme Fatale”, “Miss Fortune”, “If I”, estas musicas não só consolidam a faceta de admiração aos clássicos afro-americanos, como mostram a vertente do soul ligada ao gospel. Um passeio por uma versão jazz de “Billy Jean”, ou um passo de dança com a presença de Maya Jupiter em palco em “Rico”.
Houve músicas para todos os gostos, houve mensagens para todos os presentes. A sala correspondeu a cada uma das passagens de ritmos e as palavras que se ouviam. Vários momentos ocorreram durante concerto, momentos para homenagear as mães, para partilhar o amor com os parceiros, para pensar na situação económica do país, e inclusive para pensar que nestes momentos difíceis o dinheiro não é tudo.
E de uma certa forma foi isto que foi prometido uma noite de Amor, Paz e Soul. Não se poderia pedir mais aos participantes desta noite, cada um fez o seu papel e uma noite especial assim foi criada.
Um anuncio para os que não puderam participar desta noite, Cool Jazz Fest: além de Sharon Jones, Dap Kings, Mayer Hawthorne e Charles Bradley, contara com a presença de Aloe Blacc e Maya Jupiter no dia 28 de Julho.
Promotora:
Música No Coração
Música No Coração