Obama saúda "um grande dia" para os EUA


O Presidente norte-americano Barack Obama reiterou que “foi feita justiça” na operação em que foi morto Osama Bin Laden e saudou “um grande dia para a América”, naquele que foi o seu primeiro discurso depois de ter anunciado a morte do líder da Al-Qaeda.

“O nosso país manteve o empenho e a justiça foi feita”, disse Obama esta segunda-feira. “Hoje lembramo-nos, como nação, que não há nada que não possamos fazer quando nos recordamos do sentimento de unidade que nos define”. E adiantou: “O mundo é um local mais seguro, é um sítio melhor devido à morte de Bin Laden.”

A identidade de Osama Bin Laden já foi confirmada "com 99 por cento de certeza" através de testes de ADN, segundo fonte do Governo norte-americano que falou aos jornalistas sob anonimato. Um responsável da Administração norte-americana disse, por sua vez, à CNN que a operação em que foi morto Bin Laden foi montada exactamente com o objectivo de matar e não para capturar o líder da Al-Qaeda vivo.

Não se sabe ainda se serão divulgadas fotografias da morte do líder da Al-Qaeda, ainda que o responsável da Admnistração norte-americana tenha adiantado à CNN que existem imagens do corpo com ferimentos de bala na cabeça.

A morte do líder da Al-Qaeda, o mentor dos atentados de 11 de Setembro 2001 em Nova Iorque, foi anunciada esta madrugada pelo Presidente norte-americano. Obama revelou que Bin Laden foi morto numa acção militar dos Estados Unidos em Islamabad, no Paquistão, no ano em que se assinalará o décimo aniversário dos atentados. “O corpo de Bin Laden está na posse dos Estados Unidos”, afirmou então o Presidente. Mais tarde, órgãos de informação norte-americanos disseram que o corpo tinha sido lançado ao mar.

“Há quase 10 anos, sofremos o pior ataque de nossa história. Um dia que nunca sairá da nossa memória. Hoje, às famílias que perderam alguém na guerra contra o terror podemos dizer que a justiça foi feita”, declarou Obama.

O homem mais procurado da última década pelos EUA foi morto por forças especiais norte-americanas, juntamente com alguns membros da sua família, numa mansão perto de Islamabad, a capital do Paquistão.

A operação em que Bin Laden morreu demorou 40 minutos, notou a BBC. Mas a recolha de informações e planeamento demoraram anos. A mansão onde vivia Bin Laden terá sido identificada no Verão passado: um complexo em Islamabad muito maior do que os da zona, com muros de mais de cinco metros em volta com arame farpado, mas sem telefone ou acesso à Internet. Terá sido construído, acredita a CIA, propositadamente para esconder o líder da Al-Qaeda.

O grande progresso na operação de busca do homem mais procurado pela América terá começado com a localização de um mensageiro de Bin Laden. Os EUA conseguiram identificá-lo há quatro anos, e há dois anos perceberam a área em que ele operava. O mensageiro, tanto mais suspeito quanto as grandes medidas de precaução que adoptava, levou à casa perto de Islamabad - uma casa tão grande, cara, e com tantas medidas de segurança que não estaria destinada apenas ao mensageiro.

Seguiram-se oito meses de recolha de informações, que terminaram ontem com o ataque dos EUA ao complexo, levado a cabo por uma pequena unidade num helicóptero. Bin Laden terá morrido com um tiro na cabeça depois de “tentar resistir” e de uma forte troca de tiros, segundo o diário norte-americano “New York Times”.

O local em que Bin Laden foi encontrado, na cidade de Abbottabad, tinha tido já presença da Al-Qaeda no passado; ainda este ano, lembra o "New York Times", tinha sido detido um importante operacional indonésio que trabalhava como empregado nos Correios locais.




Mais em: Público

POSTED BY Joana Vieira
POSTED IN ,
DISCUSSION