01.07.2011 - D-A-D + FM + Alcoolémia - Pavilhão do Restelo, Lisboa


--- D-A-D ---

+ FM + Alcoolémia
Pavilhão do Restelo, Lisboa
01.07.2011
Fotografia: Paulo Tavares
Texto: Rui da Costa



Para o que foi anunciado como um espectáculo de rock as horas do seu inicio deixaram muita gente do lado de fora a espera.
Foi uma pena porque dentro do pavilhão do Restelo a organização esteve impecável. Bom som, bastantes locais de comes e bebes, staff prestável. É bom ver uma organizadora que se preocupa com os detalhes. O tempo foi o único que se lhes escapou.



Com um ligeiro atraso inicial, que poderia ter sido maior para dar tempo as pessoas acabarem de jantar e puderem subir ao recinto, os portugueses Alcoolémia subiram ao palco. Com o seu álbum homónimo de 2007 ainda na bagagem, foi um bom concerto ao sabor do rock misturado com o punk rock, com que a banda é geralmente associada. Foi bom ver uma banda que já possui 19 anos de carreira conseguir trazer bons momentos aos seus fans. Com a ajuda do pouco público presente no pavilhão foi com bom agrado que se ouviram cantar em bom português singles como “Para que sonhar”, “Não sei se mereço”, e um divertido “Chiclete” dos Táxi. Foi pena terem fechado o concerto com uma cover de Neil Young “Rockin in the free World”, depois de boa música portuguesa era mais que merecido outro final.



Se havia pessoas que pensavam que os Alcoolémia eram uma banda de outra geração, então o que pensar dos FM. A banda de Londres que realizou recentemente um regresso as estradas e a produção de álbuns, não se mostrou nada envelhecida por esta passagem por Portugal. Abriram logo a noite com “Wildside” single do seu trabalho de 2010, e foi uma boa entrada, o público começou a entrar para a sala a galope. Com uma sonoridade muito trabalhada e simples mudando entre as baladas dos anos 80 com um rock muito característico. A banda não se apegou muito ao seu recente trabalho e preferiu tocar músicas dos seus trabalhos posteriores a 1995. E fizeram eles muito bem, o público veio foi para ouvir exactamente essas musicas e relembrar de outros dias que já lá foram. Apesar de serem musicas antigas a banda conseguiu sempre criar uma nova sonoridade para juntar, um pequeno encore aqui, uma pequena paragem ali, uma comunicação com o publico ali, foi tudo muito trabalhado e feito com uma simplicidade que agrada ver nestas bandas. A banda soube tirar o partido de cada minuto que esteve em palco e fazer o público apreciar a sua performance, não foram só despejar material. Mais uma vez convêm elucidar o trabalho muito bom do som e do sistema de luzes que ajudou a dar a performance um bom ambiente.



Disneyland chegou mesmo depois do anoitecer, a banda da Dinamarca possui varias fases musicais na sua carreira, mas nunca perderam o seu humor e energia em palco. Oriundos dos tempos dos anos 80 onde o punk era duro e real os D-A-D optaram por seguir a vertente de punk fundido com o glam rock. E o resultado é uma banda não imitável em palco. Podemos falar das roupas chocantes do baixista Stig Pedersen ou os seus baixos coloridos de apenas duas ou três cordas, ou da cartola de Jacob Binzer e nada disto começaria a raspar a superfície do que foi um concerto divertido, energético, envolvente e recheado de pequenas pérolas. É difícil não ser engolido pela loucura desenfreada que a banda liberta em palco, pela agitação, os pulos, a emoção nota-se que foi está banda que trouxe as centenas de pessoas que enchiam o pavilhão do Restelo, e definitivamente ninguém pode disser que saiu insatisfeito. Com grande prazer que Jesper Binzer ou Stig corriam de um lado para o outro do palco, sempre puxando pelo público que às vezes parece esquecido nas laterais. Com uma carreira sem parar desde 1980 a banda com 11 álbuns teve a tarefa árdua de seleccionar apenas umas musicas para tocar, O nome mais soante do alinhamento foi a “Sleeping my day away” que nem teria sendo preciso ser cantada por Jesper sendo que o publico tomou as rédeas vocais de inicio e o surpreendeu, a “Road Below me” teve direito a uma constante de solos de bateria comandados pela voz do publico e o “novato” Laust Sonne esteve a altura da ocasião, ou o final mais emotivo e melancólico da “After Dark” para terminar a noite. No geral foi um concerto sem paragens, todos os membros trocavam de equipamento durante as suas actuações e nunca quebraram o ritmo, o som esteve muito bem, o público fez a festa com a banda, foi uma vertiginosa montanha russa de rock.


-- Set List D-A-D --

Evil Twin
Bad Crazyness
Beautiful
Point of View
Grow or Pay
Scare Yourself
Girl Nation
Ridin With Sue
Monster Philosophy
Jihad
Road Below me
Sleeping my day away
Everything Glows
After Dark

Promotora:
Remember Minds


POSTED BY Joana Vieira
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