Cristo Redentor: 80 anos de braços abertos


Símbolo do Rio de Janeiro e uma das sete novas maravilhas do mundo faz hoje 80 anos e teve direito a registo definitivo.

Vinícius de Moraes meteu-o na letra do “Samba do Avião”, de Tom Jobim, para falar das almas que cantam quando regressam ao Rio de Janeiro. Visto lá no alto, sobre o monte do Corcovado, não é só postal da cidade há 80 anos – que hoje se assinalam – é também imagem que anuncia o Rio a quem se acerca para aterrar no aeroporto do Galeão: “Cristo Redentor/braços abertos sobre a Guanabara.”

Inspirador de compositores, de escritores, de realizadores, nem a arquidiocese do Rio escapou a promover um concurso de canções-tema para assinalar o aniversário no final de Agosto. Do gospel, MPB, samba e funk usados pelos dez finalistas para louvar a estátua lá no alto da sua peanha verde saiu uma electro-bossa da dupla DJ MAM/Rodrigo Sha como vencedora com o seu “Redentor”.

Mesmo correndo o risco de parecer demasiado definitivo num mundo que está sempre a mudar, ninguém parece capaz de superar a dupla Jobim/Vinícius a cantar o Rio, o Corcovado e o Cristo Redentor: “Da janela vê-se o Corcovado, o Redentor, que lindo.”

Hoje há festa da grossa, que no Rio de Janeiro qualquer pretexto serve para abanar a anca – aliás no Rio até sem pretexto se abana a anca –, com um espectáculo musical e um bolo de oito metros de altura, que não é tão grande como os 38 metros da estátua mas já serve para impressionar. O Show da Paz, assim se chama o espectáculo, vai realizar-se no Aterro do Flamengo com nomes como Elba Ramalho, Fernanda Abreu e Zeca Pagodinho, entre muitos outros; será gravado em CDe DVD para ser posteriormente comercializado.

Ontem houve direito a tombamento (registo) definitivo do monumento do Cristo Redentor no morro do Corcovado com a publicação no Diário Oficial do Rio de Janeiro, para o proteger, garante a municipalidade. Junto com o tombamento tentou a prefeitura pôr um ponto final na polémica que se arrasta desde que o monumento foi inaugurado, a 12 de Outubro de 1931.

Quem é o autor? Muitos perguntaram durante anos a quem atribuir a autoria do monumento, pois, se o projecto vencedor do concurso público é do engenheiro e arquitecto Heitor Silva da Costa, o desenho final do monumento era atribuído ao artista plástico Carlos Oswald e a execução da escultura ficara a cargo do francês Paul Landowski.

Agora a prefeitura do Rio de Janeiro resolveu pôr preto no banco um ponto final no assunto no seu boletim oficial – o autor, vencedor do concurso, projectista da concepção final e coordenador da construção do monumento em 1931 é só um: Heitor da Silva Costa.




Fonte: ionline

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