12.02.12 - Misfits + Juicehead + Beretta Suicide - Corroios


-- Misfits + Juicehead + Beretta Suicide --

Cine Teatro de Corroios (12.02.2012)
Fotografia: Carlos Ferreira / Texto: Marco d'Oliveira



Exactamente no ano em que tudo ameaça mudar, em que a primavera renasce no inverno, e fim de tudo de boca em boca, também passámos a festejar o Halloween em Fevereiro, com os lendários Misfits.
A sala de Corroios estava cheia, e era notório o nervosismo presente em cada rosto para ver a tão aguardada banda da noite. Quase uma década depois, Portugal volta a poder ver ao vivo tudo o que ainda resta de Misfits. Jerry Only, agora tem um novo papel: o papel de ser quase tão bom ou melhor do que Glenn Danzig e Michale Graves. Se o consegue ser ou não, é um tema muito polémico e discutível.

A noite começou com os britânicos Beretta Suicide, uma banda jovem, cheia de confiança, que actuou com apenas metade da sala ocupada. Em seguida, foi a vez Juicehead, a banda de Chicago, que teve um dos papéis mais importantes da noite: acalmar a ânsia do público e conseguir com que pelo menos metade das pessoas que estavam na sala prestassem atenção à música que jorrava do palco. Mesmo assim, a missão foi muito bem sucedida pelos Juicehead, que pelo menos conseguiram distrair o público com os seus temas notoriamente influenciadas pelo rock horror punk de Frankenstein Drag Queens. O público parece ter gostado, ora não o tivesse demonstrado com as explosões de adrenalina no moche.

- Juicehead -

O motivo pelo qual tinha feito deslocar tanta gente a Corroios, estava prestes a acontecer.
Luzes apagadas, fumo, trovões, som de chuva e eis que Jerry Only e a sua enorme carapaça de picos entra em palco a um ritmo alucinante. “One, two, three” era quase a única coisa que separava os temas da noite, no meio de fortes barulhos ensurdecedores, que ao longo da noite foram razoavelmente melhorados. O público não parecia muito animado quando se apercebeu que de facto os temas iniciavam a setlist, eram apenas temas do mais recente trabalho da banda. The Devil’s Rain, o último álbum da banda não parecia ter enchido as medidas aos fãs de Misfits.

Tudo começou a melhor quando Jerry Only disse que a próxima canção se intitulava “She” e que a tinha escrito aos 17 anos de idade. Os clássicos pareciam ter chegado para ficar, e a noite prosseguiu com American Psycho, Dig Up Her Bones, Scream, Monkey’s Ball e Skulls. No tema Skulls, Jerry Only chamou ao palco um rapaz de apenas 11 anos para o ajudar a cantar. A criança estava a delirar e não se deixou ficar mal na sua atitude nem quando tinha de cantar o refrão da música. Os clássicos continuavam com Where Eagles Dare, Hatebreeders, All Hell Breaks Loose, We Are 138, Halloween e o público parecia estar cada vez mais eufórico. Revisitou-se a era de Danzig e Michale Graves agora com Jerry Only a esforçar-se para continuar a oferecer a devida qualidade à banda.

- Beretta Suicide-

Misfits presentearam-nos com cerca de 30 temas ao longo de 1 hora e meia, fechando o espectáculo com o clássico Die Die My Darling. No fim do concerto, Jerry Only afirmou que a banda nunca falhou, em 35 anos, e em tom de brincadeira disse ter a melhor banda do mundo. Também houve espaço para se queixar da enorme nuvem de fumo de cigarros que pairava na sala, apelando aos fãs para fumarem menos. Only, saudou os fãs, deu autógrafos, tirou fotografias e ainda trocou longas conversas com os mais interessados. E foi assim, mais uma noite Punk em Corroios.

Promotora:
Xuxa Jurassica

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