Sporting vence mas é assobiado
Diz a Lei de Murphy que se alguma coisa pode correr mal, irá correr e ainda pior. O Hertha chegou a Alvalade com um treinador interino habituado a estas coisas – é a quarta vez que ocupa este cargo na equipa de Berlim, última classificada no campeonato alemão. Mas Karsten Heine, que substituiu Lucien Favre no início da semana, depois de este ter sido despedido após seis derrotas seguidas na Bundelisga, teve de recorrer ao terceiro guarda-redes: Drobny (o habitual titular) e Gang estão lesionados. O que Burchert não estava à espera era de sofrer um golo do mais improvável dos jogadores. Adrien, que jogou os primeiros minutos esta época, marcou aos 18 minutos.
Segundo a mesma lei, se algo corre mal, correrá pior e da pior maneira, no pior momento e de maneira a causar o maior dano possível. O golo do parco goleador Adrien (não tinha nenhum até hoje) foi conseguido com um desvio de Dardai ainda na madrugada do jogo, entregando o adversário à mercê do leão. Isto foi o cenário ideal para a equipa de Bento, a recuperar da derrota no Dragão e com o Bayern ainda na memória.
Se corre mal de um lado, torna-se favorável do outro. Isto aproveitou o Sporting, com um registo até aqui negro nos confrontos com equipas alemãs (16 jogos sem vencer, somando onze derrotas). Caicedo, titular devido ao seu potente físico, teve duas oportunidades, mas desperdiçou-as.
Sem Polga, a defesa sportinguista passa por menos calafrios – jogou Tonel com Carriço –, mas nada parece tranquilizar este “leão”. Mais de três passes parecia ser impossível, cuja qualidade na posse de bola é péssima, ouvindo mesmo assobios de Alvalade, apesar da vantagem no marcador.
Não há futebol na equipa de Bento. É tudo aos repelões. Matías não tem pernas e voltou a sair ao intervalo, substituído por Pereirinha, e era o Hertha quem tinha mais posse do jogo, fruto das inúmeras perdas de bola dos jogadores leoninos. Ávido de ver um bom espectáculo, bastava a Veloso (jogou a defesa esquerdo) fazer um remate frouxo para abrilhantar a noite triste dos adeptos.
E eram mesmo os cem berlinenses nas bancadas que faziam a festa. Mais por fé, mas também porque este Sporting não mata os jogos e deixa que o adversário, por muito profunda que seja a sua crise (e a do Hertha é bem funda) encontra sempre uma luz onde se agarrar. Tem sido assim esta época: foi-o com o Paços, com o Twente, Heerenveen e com o Olhanense, para falar nos jogos que acabaram bem, já que com Nacional, Sp. Braga, FC Porto e Fiorentina foram noites para esquecer…
Bento tinha dito que uma vitória frente ao Hertha faria 50 por cento do trabalho nesta fase, depois do triunfo em Heerenveen (2-3). Nesses números, o técnico sportinguista está correcto. Mas jogar de sorriso fechado e terminar os jogos com o coração na mão ajuda pouco à reconciliação com os adeptos. Raffael, irmão do sportinguista Ronny, foi o virtuoso que até final levou a bola e a crença à área do Sporting. E foi a barra a salvar o Sporting no minuto 90. Depois caíram os assobios sobre o relvado para uma festa tristonha e sem foguetes.
Bento precipitou-se para os balneários sob uma vaia, antes, Adrien, o homem da noite que conseguiu derrubar o monstro alemão com 40 anos de derrotas e eliminações, tinha acabado de ser expulso nos descontos. As duas figuras da noite, terminaram na sombra. Com dois adversários em colapso nos campeonatos holandês (Heerenveen) e alemão (Hertha), o “leão” conseguiu dois triunfos tirados à pele. Um “leão” masoquista que não gosta de ser feliz.
Fonte: Público
Se corre mal de um lado, torna-se favorável do outro. Isto aproveitou o Sporting, com um registo até aqui negro nos confrontos com equipas alemãs (16 jogos sem vencer, somando onze derrotas). Caicedo, titular devido ao seu potente físico, teve duas oportunidades, mas desperdiçou-as.
Sem Polga, a defesa sportinguista passa por menos calafrios – jogou Tonel com Carriço –, mas nada parece tranquilizar este “leão”. Mais de três passes parecia ser impossível, cuja qualidade na posse de bola é péssima, ouvindo mesmo assobios de Alvalade, apesar da vantagem no marcador.
Não há futebol na equipa de Bento. É tudo aos repelões. Matías não tem pernas e voltou a sair ao intervalo, substituído por Pereirinha, e era o Hertha quem tinha mais posse do jogo, fruto das inúmeras perdas de bola dos jogadores leoninos. Ávido de ver um bom espectáculo, bastava a Veloso (jogou a defesa esquerdo) fazer um remate frouxo para abrilhantar a noite triste dos adeptos.
E eram mesmo os cem berlinenses nas bancadas que faziam a festa. Mais por fé, mas também porque este Sporting não mata os jogos e deixa que o adversário, por muito profunda que seja a sua crise (e a do Hertha é bem funda) encontra sempre uma luz onde se agarrar. Tem sido assim esta época: foi-o com o Paços, com o Twente, Heerenveen e com o Olhanense, para falar nos jogos que acabaram bem, já que com Nacional, Sp. Braga, FC Porto e Fiorentina foram noites para esquecer…
Bento tinha dito que uma vitória frente ao Hertha faria 50 por cento do trabalho nesta fase, depois do triunfo em Heerenveen (2-3). Nesses números, o técnico sportinguista está correcto. Mas jogar de sorriso fechado e terminar os jogos com o coração na mão ajuda pouco à reconciliação com os adeptos. Raffael, irmão do sportinguista Ronny, foi o virtuoso que até final levou a bola e a crença à área do Sporting. E foi a barra a salvar o Sporting no minuto 90. Depois caíram os assobios sobre o relvado para uma festa tristonha e sem foguetes.
Bento precipitou-se para os balneários sob uma vaia, antes, Adrien, o homem da noite que conseguiu derrubar o monstro alemão com 40 anos de derrotas e eliminações, tinha acabado de ser expulso nos descontos. As duas figuras da noite, terminaram na sombra. Com dois adversários em colapso nos campeonatos holandês (Heerenveen) e alemão (Hertha), o “leão” conseguiu dois triunfos tirados à pele. Um “leão” masoquista que não gosta de ser feliz.
Fonte: Público