Obama, Merkel e Sarkozy ausentes do funeral


A Polónia prepara-se hoje para os funerais do Presidente Lech Kaczynski e da sua mulher, Maria. Muitos dignitários estrangeiros, entre eles, Barack Obama, dos EUA, Angela Merkel, da Alemanha, e Nicolas Sarkozy, da França, estarão ausentes.

Os funerais realizam-se na Catedral de Wawel, na cidade de Cracóvia, antiga capital polaca. O Presidente e a primeira-dama morreram no desastre aéreo de há uma semana, na Rússia, que vitimou 96 pessoas.

Devido à nuvem vulcânica que encerrou vários aeroportos europeus, vários líderes estrangeiros não poderão assistir à cerimónia. Mas um dos primeiros a chegar foi o Presidente russo, Dmitri Medevedev – uma visita de grande simbolismo, já que Kaczynski morreu a caminho de Katyn, para homenagear os mais de 20 mil oficiais e intelectuais polacos que, há 70 anos, foram executados naquela floresta pelo regime soviético. Um massacre que Estaline atribuíra aos nazis e que impedia até agora a reconciliação com Moscovo.

Tal como em 1940, no desastre de 10 de Abril, aparentemente causado devido a um erro do piloto, morreu uma grande parte da elite polaca: não só o Presidente e outros dirigentes políticos, mas também os chefes dos três ramos das forças armadas, académicos, líderes sindicais e religiosos.

Lech e Maria serão enterrados na cripta da Catedral de Wawel, onde estão sepultados todos os reis, poetas e heróis nacionais da Polónia, depois de uma cerimónia religiosa na Basílica de Nossa Senhora. “É importante que as crianças entendam o que se passa, é importante para a nossa identidade nacional”, disse à AFP o polaco Adam, que veio de madrugada, desde Brzesko, a leste de Cracóvia, acompanhado da mulher e dos seus três filhos. “Estamos felizes porque Medvedev decidiu comparecer. Os russos têm agido de uma maneira excepcional.”

Os caixões de Lech e Maria estiveram expostos na Catedral de Varsóvia até ontem à noite. Foram depois transportados, num avião militar até Wawel, um vasto complexo de edifícios, ao longo do rio Vístula, que inclui, além da catedral, um castelo e fortificações.

Todos os antigos reis foram coroados na catedral de Wawel, centro do poder durante cinco séculos até ao final do XIX. Alguns polacos fizeram manifestações de protestos e organizaram petições nos media e nas redes sociais da Internet, como o Facebook, para contestar a decisão de enterrar Kaczynski num lugar tão simbólico.

Presidente desde 2005, Kaczynski era uma figura controversa. O seu nível de popularidade descera aos 20 por cento e previa-se que iria perder as próximas eleições, que deverão, provavelmente, ser antecipadas para 20 de Junho. Para os seus admiradores, era um patriota e um homem de convicções morais e religiosas profundas; para os adversários, era um reaccionário que não acompanhava a abertura liberal e europeia da Polónia.

Seja como for, no sábado, mais de cem mil polacos encheram a Praça Pilsudski, em Varsóvia, para prestar homenagem a todos os que morreram na “segunda tragédia de Katyn”.




Fonte: Público

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