Caleidoscópio de música abre Pavilhão 28
Após receber teatro, exposições e 'performances', pólo cultural potencia Centro Psiquiátrico Hospitalar. O Pavilhão 28, perdido nas avenidas do Centro Psiquiátrico Hospitalar de Lisboa, abre portas à música. Novas bandas e sonoridades clássicas e experimentais desenham, nas noites de sábado, paisagens sonoras entre as paredes nuas que já foram uma ala para doentes do ex-hospital Júlio de Matos e agora se metamorfoseiam em sala de exposições, palco de teatro e de dança. Aqui, tal como na vida dos que passam por este hospital, os caminhos nem sempre óbvios. "O projecto P28 Soundscape não pretende ser um espaço convencional, mas de experimentação musical. Pelo que estamos abertos a receber todos os que tenham um projecto que interaja e potencie o espaço", explica Sandro Resende, um dos mentores deste pólo cultural. Os Silicon Lady foram a banda que fez, há uma semana, as honras de abertura do projecto, que pretende ser um espaço para a divulgação músical e um desafio para os artistas. Na pequena sala que fica junto ao palco construído há 60 anos, esta banda de glam pop, explicou ao DN que o seu projecto conceptual se aproxima do projecto P28 Soundscape uma vez que o seu "trabalho também passa por desmontar as convenções, quebrar as fronteiras que se instalam entre as coisas, nomeadamente, na musica." Com todos os sábados já preenchidos de concertos até ao final do ano, o Pavilhão28 terá ainda uma peça de teatro dirigida por Dinarte Branco e várias exposições. "Proporcionar a experiência da arte e dar a conhecer os trabalhos de doentes e não doentes é o mais importante deste projecto", afirmou Sandro Resende, cujo próximo passo é levar o Pavilhão para fora dos seus muros e instalá-lo no meio da cidade. Fonte: DN