Dinamarca - Portugal, às 19:00
Chegou a hora do tudo ou nada para a selecção nacional, que defronta hoje (19h00, TVI) a Dinamarca, líder do grupo de qualificação de Portugal para o Mundial de 2010. A equipa de Carlos Queiroz está proibida de perder pontos em Copenhaga, mas o jogo é de elevada dificuldade, apesar das aparentes facilidades que muitos projectaram durante a semana de estágio na Suécia. Falou-se muito dos nove lesionados da equipa nórdica, mas o seleccionador luso pôs ontem tudo em pratos limpos, lembrando que, desses nove, só dois são titulares. Com uma mão desmascarou alguns discursos, com a outra tentou esconder as cartas com que vai a jogo - Liedson joga de início ou não?
O avançado luso-brasileiro esteve em foco durante toda a preparação, em especial nas últimas horas, em que se viu transformado no saco de pancada dos dinamarqueses. Queiroz não esclareceu se lança mão do avançado do Sporting para a equipa titular. Questionado, o técnico deixou-se ficar nas covas. "Todos os jogadores estão prontos", sublinhou Queiroz. O importante é que "a selecção tem mais opções, mais jogadores, diferentes caminhos", prosseguiu, apontando depois ao adversário. "A Dinamarca queixa-se que tem nove jogadores lesionados, mas desses apenas dois são titulares. Também poderíamos falar do Hugo Almeida, Paulo Ferreira, Danny", vincou, concluindo que a conversa serviu para tentar "divergir a atenção do que é importante".
Outra dúvida não totalmente desfeita é o sistema de jogo. Manterá Queiroz a estrutura seguida na selecção durante muitos anos (4x3x3), por ele e por outros técnicos, ou o esquema táctico experimentado contra o Liechtenstein (4x4x2 losango) não foi um acaso? Mais uma vez, Queiroz tentou um bluff, ao contrário de Simão, que chutou a questão para canto. "Os sistemas são os jogadores que os fazem dentro de campo", disse o avançado do Atlético de Madrid. "Todos os modelos são bons quando todos os jogadores são bons", ripostou Queiroz.
Durante o estágio, falou-se muito da importância deste jogo, e do próximo, na quarta-feira, com a Hungria, em Budapeste. Claro que a relevância deste último depende do que Portugal conseguir fazer hoje no Parken Stadium. Se vencer, continuará a depender apenas de si para chegar ao segundo lugar do grupo, que dá acesso ao play-off, actualmente nas mãos da Hungria. Se perder pontos, Queiroz (cuja continuidade não depende da qualificação para o Mundial da África do Sul) corre sério risco de igualar a pior prestação portuguesa em mais de uma década.
A última vez que Portugal falhou uma grande competição (Mundial 1998) foi há 12 anos. Um desaire que se consumou a 5 de Setembro de 1997, num empate com a Alemanha, em Berlim. Na geografia, a capital alemã fica a dois passos de Copenhaga. Para Queiroz, o desafio é manter a sua selecção longe do mesmo destino que condenou a então equipa de Artur Jorge.
Fonte: Público