US Open: Marat Safin eliminado
Começou com Andre Agassi em Roland Garros, em 1998, e terminou 11 anos depois, em Nova Iorque, frente ao austríaco Jurgen Melzer. Pelo meio, a carreira de Marat Safin em torneios do Grand Slam teve altos e baixos, com destaques para dois títulos: o Open dos Estados Unidos em 2000 e o Open da Austrália em 2005.
Em Flushing Meadows, o carismático russo tentava repetir o sucesso do passado, chegando pelo menos a uma fase mais adiantada, mas Melzer não quis entrar na festa e venceu o encontro. Safin continuará a competir até ao final do ano, mas não mais regressará aos grandes palcos. Após o jogo, era uma pessoa conformada: "Já não ligo às derrotas. É claro que poderia ter terminado de outra forma, mas tudo bem."
A frase de Safin comprova que está um jogador diferente. Não é o mesmo que reagia de forma bruta a erros cometidos e que chegou a ser alvo de piadas estatísticas, nomeadamente o número de raquetes partidas. Até 1999, contam os registos que o número estava em 48. Em 2005, altura da vitória na Austrália, também essa capacidade estava mais refinada, com cerca de 300.
Ainda assim, conseguiu conquistar o público pelos palcos por onde passou. Em Novembro de 2000, Safin chegou à Masters Cup em Lisboa como vencedor do Open dos Estados Unidos - "A vitória sobre Pete Sampras foi um milagre para mim. Era um miúdo de 20 anos e nunca pensei que pudesse acontecer" - e líder do ranking. O brasileiro Gustavo Kuerten era o menino do público, mas Safin não ficava atrás e sempre perseguiu objectivos complicados, apesar de nem sempre os alcançar.
Foi assim em 2000 em Portugal, quando foi eliminado logo na primeira fase da Masters Cup, e foi assim em 2007, quando se propôs a escalar a Cho-Oyu, sexta montanha mais alta do mundo, nos Himalaias, integrado numa expedição com oito russos. A ambição era grande, tal como permanecer na alta roda do ténis mundial, mas tornou-se impossível de concretizar. Ao sexto dia, Safin apercebeu-se de que "a escalada era um desafio muito sério e não apenas uma aventura" e decidiu que a melhor opção seria voltar a Moscovo.
O Nepal A decisão de Marat Safin em partir para o Nepal foi apenas mais uma das polémicas em que se viu envolvido. Não apenas por ir atrás de uma aventura que muitos consideravam megalómana, mas também por estar a abandonar os companheiros de selecção que nessa altura disputavam a Taça Davis, competição que tinha ajudado a vencer em 2002 e em 2006.
Até ao final do ano, Safin terá a oportunidade de juntar mais um título à lista que ficou parada no Open da Austrália em 2005 e que se estreou num challenger de Espinho, em 1997. Caso contrário, sempre poderá seguir o caminho dos pais (ambos treinadores de ténis) ou acompanhar a irmã, Dinara, que ainda não sabe o que é ganhar um Grand Slam.
Fonte: ionline