CEP:"Livro de Saramago é operação de publicidade"
Quase duas décadas após o escândalo provocado pela sua obra “O Evangelho segundo Jesus Cristo” (1991), Saramago afirmou, em entrevista à Lusa, a propósito do seu novo livro "Caim", que “a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”. “Na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia, só a hierarquia, e eles não estão para se incomodar com isso. Admito que o livro possa incomodar os judeus, mas isso pouco me importa”, disse o Nobel português à Lusa.
Confrontado com estas declarações, o porta-voz da CEP afirmou, realçando que se trata de uma opinião pessoal: “Parece-me ser uma operação de publicidade porque dizer bem da Bíblia, os grandes e os sábios o dizem como livro religioso, mas também como livro cultural. Ter uma opinião diferente e dizer que é um livro de maus costumes e onde se dizem coisas que não têm sentido nenhum causa impacto”.
Para o padre Manuel Morujão, “um escritor da craveira de José Saramago deveria ir por um caminho mais sério”. “Poderá fazer as suas críticas, mas entrar num género de ofensa não fica bem a ninguém, sobretudo quem tem um estatuto de prémio Nobel”, referiu.
Questionado sobre se tenciona ler “Caim”, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa disse que a nova obra de José Saramago não está entre as suas “prioridades”. "Pela apresentação que aparece na comunicação social acho que é de alguém que não entende os géneros literários da bíblia”, justificou.
O padre Manuel Morujão adiantou que “a Bíblia não tem só livros históricos como tem livros poéticos, livros sapienciais”, sendo “evidente que não se vai interpretar poesia com critérios de história e vice-versa”.
“Por isso ele [José Saramago] encontra absurdos nesta história que sabemos que é uma história simbólica, de Caim e Adão. O justo e o mau que tem ciúmes daquele que é bom e é louvado. Estamos numa simbologia que é profundamente humana. Estas histórias acontecem hoje e é preciso também interpretá-las com critérios sapienciais, de ler para além do texto e sabendo com que género literários estamos a tratar”, insistiu.
Fonte: Público
Confrontado com estas declarações, o porta-voz da CEP afirmou, realçando que se trata de uma opinião pessoal: “Parece-me ser uma operação de publicidade porque dizer bem da Bíblia, os grandes e os sábios o dizem como livro religioso, mas também como livro cultural. Ter uma opinião diferente e dizer que é um livro de maus costumes e onde se dizem coisas que não têm sentido nenhum causa impacto”.
Para o padre Manuel Morujão, “um escritor da craveira de José Saramago deveria ir por um caminho mais sério”. “Poderá fazer as suas críticas, mas entrar num género de ofensa não fica bem a ninguém, sobretudo quem tem um estatuto de prémio Nobel”, referiu.
Questionado sobre se tenciona ler “Caim”, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa disse que a nova obra de José Saramago não está entre as suas “prioridades”. "Pela apresentação que aparece na comunicação social acho que é de alguém que não entende os géneros literários da bíblia”, justificou.
O padre Manuel Morujão adiantou que “a Bíblia não tem só livros históricos como tem livros poéticos, livros sapienciais”, sendo “evidente que não se vai interpretar poesia com critérios de história e vice-versa”.
“Por isso ele [José Saramago] encontra absurdos nesta história que sabemos que é uma história simbólica, de Caim e Adão. O justo e o mau que tem ciúmes daquele que é bom e é louvado. Estamos numa simbologia que é profundamente humana. Estas histórias acontecem hoje e é preciso também interpretá-las com critérios sapienciais, de ler para além do texto e sabendo com que género literários estamos a tratar”, insistiu.
Fonte: Público