Transexuais contra rótulo 'doença mental'


Norte-americano rosto da campanha mundial contra a classificação da transexualidade como problema mental esteve em Lisboa

Martin Macor nasceu com um género com o qual não se identificava. Percorreu psiquiatras, tomou testosterona e mudou de sexo. Hoje é um dos rostos da acção portuguesa da campanha mundial pelo fim da classificação dos transexuais como doentes mentais.

"Eu comecei o processo [de mudança de sexo] há dez anos e tive de passar por psiquiatria, tive de passar por cirurgias, tive de passar por tratamentos hormonais e no início não tive o apoio nem dos amigos, nem da família", contou à Lusa. De acordo com este professor de inglês norte-americano, com 31 anos, nem a família nem os amigos compreendiam aquilo porque estava a passar.

Por tudo o que já passou e porque sabe melhor do que ninguém que não é um processo fácil, Martin Macor não hesitou em vir de propósito dos EUA para apoiar a acção portuguesa que decorreu ontem no Largo de Camões.

Para alertar para as dificuldades pelas quais passam transexuais e transgéneros para conseguirem mudar de sexo e para acabar com a inclusão destas pessoas como doentes mentais nas listas de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS) ou da Associação Americana de Psiquiatria, algumas pessoas concentraram-se ontem naquele local, em Lisboa, lembrando à classe médica, aos políticos e à sociedade em geral que a diversidade sexual não se limita ao género masculino e feminino.

"Esta acção é a expressão portuguesa de uma campanha mundial que se iniciou hoje e que tem três anos de duração e um pretexto imediato que é a alteração dos documentos internacionais que definem a transexualidade como uma doença do foro mental", disse à Lusa Sérgio Vitorino, do grupo Panteras Rosa, lembrando que em causa estão pessoas "que já enfrentam uma discriminação fortíssima".



Fonte: DN

POSTED BY Joana Vieira
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